terça-feira, 7 de junho de 2011

Termômetro Econômico - Maio de 2011

Em maio, o Termômetro Econômico destaca, em especial, os dados do PIB do 1º trimestre, que apontaram crescimento da economia brasileira de 1,3% em comparação com o último trimestre de 2010. A inflação brasileira parece dar os primeiros sinais de desaceleração concreta em maio, e o Real mantém-se valorizado frente ao Dólar, abaixo da taxa de R$1,60.

  • PIB Brasil cresce 1,3% no 1º trimestre de 2011: O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 1,3% no 1º trimestre de 2011, em comparação ao último trimestre de 2010, alcançando R$ 939,6 bilhões. O setor de maior destaque foi a Agropecuária, com crescimento de 3,3%, seguido da Indústria e dos Serviços (crescimento de 2,2% e 1,1%, respectivamente). Com relação à Indústria, os maiores desempenhos ocorreram na Indústria da Transformação (2,8%) e na Construção Civil (2,0%). Com relação aos Serviços, destaque para o Comércio (1,9%) e Transporte, Armazenagem e Correio (1,7%). Na comparação com o 1º trimestre de 2010, o PIB brasileiro cresceu 4,2%, com destaque para os Serviços (4,0%), Indústria (3,5%) e Agropecuária (3,1%).
  • Crescimento do investimento é destaque do PIB em 2011: Em relação aos componentes da demanda interna, o destaque ficou com a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, ou investimento planejado), que voltou a acelerar e registrou expansão de 1,2% no 1º trimestre de 2011, depois de ter crescido apenas 0,4% no último trimestre do ano passado. Com relação à taxa de investimento da economia, o crescimento neste 1º trimestre de 2011 foi de 18,4% do PIB, superior à taxa referente a igual período do ano passado, que foi de 18,2%. Por último, a taxa de poupança também aumentou, alcançando 15,8%, ante 15,4% no mesmo trimestre de 2010. Percebe-se, portanto, um crescimento da capacidade de investimento no Brasil, o que é um bom indicador para o futuro, dadas as demandas crescentes que o país tem de melhoria na sua infraestrutura interna.
  • Banco Central mantém estimativa para o PIB 2011: De acordo com o último Boletim Focus de maio, o Banco Central manteve a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 4,0% para 2011, pela 10ª semana consecutiva, sendo consenso, portanto, de que o país crescerá de forma mais moderada neste ano, em comparação a 2010.
  • IPCA de maio fica em 0,47%: Índice que mede a inflação oficial brasileira foi de 0,47% em maio, ante 0,77% verificado em abril. Esta é a 4ª queda consecutiva no ano, após uma forte pressão de preços verificada a partir do último trimestre de 2010, e que se manteve até o fim do 1º quadrimestre de 2011. Com isso, o IPCA acumula alta de 3,71% no ano, ainda acima da taxa de 3,09% verificada no mesmo período do ano passado. Considerando os últimos 12 meses, o IPCA situa-se em 6,55%, continuando pelo 2º mês consecutivo acima do teto máximo estipulado pelo governo para a inflação anual brasileira. O resultado de maio veio dentro da média das projeções anunciadas pelos principais analistas de mercado, que esperavam o IPCA em 0,48%.
  • Grupo Transportes foi determinante para a redução da taxa de crescimento do IPCA de abril para maio: Da alta de 1,57% verificada em abril, o grupo passou para uma taxa negativa (ou seja, redução) de 0,24% em maio, principalmente devido ao comportamento dos combustíveis, que apresentaram queda mais acentuada de preços no último mês. Além dos Transportes, também contribuíram para a desaceleração do IPCA de maio os grupos Vestuário, e de Saúde e Cuidados Pessoais. Já o grupo Alimentação e Bebidas, principal vilão da inflação do início do ano, continuou apresentando alta de abril para maio. E dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, outros quatro também mostraram aceleração (Habitação, Artigos de Residência, Despesas Pessoais e Comunicação). Analistas de mercado acreditam que, a partir do 2º semestre, a pressão sobre os preços dos alimentos e dos combustíveis recue mais, permitindo que o IPCA feche 2011 dentro do limite de 6,5% estipulado pelo governo.
  • Banco Central reduz projeção de inflação para 2011: Pela 5ª semana consecutiva, o Banco Central, através do seu Boletim Focus, reduziu a projeção para a inflação brasileira em 2011, chegando ao índice de 6,22%, ante 6,37% anunciado no final de abril. Apesar do governo atribuir o arrefecimento da inflação às medidas “macroprudenciais” tomadas há alguns meses, percebe-se que a decisão do Banco Central em garantir o cumprimento do mecanismo de política monetária de aumentar a taxa de juros como solução para o controle inflacionário, pode ter sido, de fato, o principal fator para a queda mais acentuada do IPCA verificada de abril para maio.
  • IGP-M é de 0,43% em maio: O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a chamada “inflação do aluguel”, desacelerou novamente em maio, fechando o mês em 0,43%, ante 0,45% verificado em abril, e 0,62% em março. No ano, o IGP-M acumula alta de 3,33%, e nos últimos 12 meses, de 9,76%. A projeção do Banco Central, em seu último Boletim Focus de maio, aponta o IGP-M encerrando 2011 em 6,70%, queda de 0,20% em relação à projeção feita no final de abril. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em maio houve desaceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiram, puxados pelos grupos Habitação e Alimentação (IPC), e Materiais e Equipamentos, Serviços e Mão de Obra (INCC). Conforme destacado no último Termômetro Econômico de abril, o mecanismo de repasse de aumento dos preços destes grupos para a ponta do processo, ou seja, para os consumidores, continua sendo utilizado pelas empresas atuantes destes setores.
  • Real segue valorizado e fecha maio em R$ 1,58: O Dólar fechou maio em R$ 1,5800, ante R$ 1,5730 verificado em abril. Já o Euro fechou o mês a R$ 2,2733, ante R$ 2,3326 em abril. Especificamente com relação ao Dólar, a previsão do Banco Central para 2011 foi reduzida para uma taxa de câmbio de R$ 1,61, conforme o último boletim Focus de maio. Em abril, a previsão era da taxa de câmbio fechar o ano em R$1,62.