quarta-feira, 30 de março de 2011

Executivos buscam primeiro a Internet para se informarem

Amigos, vejam como a Internet e as mídias digitais estão transformando, literalmente, a forma de se buscar informação nas empresas, e por que não dizer, na vida pessoal !

Reportagem publicada no iG mostra como a Internet vem dominando os canais de acesso à informação no universo empresarial, e mais importante ainda, entre os executivos responsáveis pelas decisões estratégicas nas organizações.

Boa leitura a todos!

Marina Gazzoni e Claudia Facchini, iG São Paulo - 29/03/2011

A 4ª Pesquisa de Credibilidade da Mídia, divulgada pela agência de comunicação CDN, aponta a Internet, pela 1ª vez, como a principal fonte de informação utilizada pelos executivos em 2010. Segundo o estudo, 43% dos entrevistados acessam a Internet para buscarem informações, e 95% acessam portais ou sites de jornais.

Para a diretora da CDN, Cristina Panella, “a agilidade é o diferencial da Internet”. Além disso, a disseminação de plataformas de conteúdo móveis, como os tablets e os smartphones, também favorece o acesso a conteúdos online.

Em 2008, os canais online foram citados por 36% dos executivos entrevistados. Os jornais, que detinham a preferência naquele ano, com 40% das respostas, caíram para a 3ª posição em 2010, com 28%. Em segundo lugar está a televisão, com 34% das indicações.

A maioria dos executivos procura informações nos portais de notícias (59%), seguidos dos sites de jornais e revistas (41%) e das redes sociais (11%), como Orkut e Facebook. Além do acesso direto às páginas, eles também utilizam ferramentas de agrupamentos de sites, notícias ou posts para receber conteúdos filtrados de acordo com suas áreas de interesse. As mais populares são o Google Reader (51%), o Twitter (12%) e as newsletters (10%).

Reportagens sobre empresas e finanças são os temas preferidos no noticiário de economia (70% e 32%, respectivamente).

Além de terem conquistado a preferência nos acessos, os canais digitais melhoraram sua posição também entre os que têm mais credibilidade entre os executivos. Antes em 5º lugar entre os veículos considerados confiáveis ou muito confiáveis, a Internet alcançou o 3º lugar, com 35% de indicações, atrás da televisão (58%) e dos jornais (49%).

A pesquisa foi realizada nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, com 432 executivos.

terça-feira, 29 de março de 2011

O Brasileiro e sua relação com o Dinheiro

O Banco Central divulgou, ontem, a pesquisa "O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro", versão 2010, onde aponta que a forma de pagamento mais usada pela população ainda é o dinheiro, correspondendo a 72% comparativamente às outras formas de pagamento.

Verificou-se também um crescimento significativo do número de brasileiros que possuem conta corrente, passando de 39% em 2007, para 51% em 2010, bem como o considerável crescimento da participação do cartão, tanto de crédito quanto de débito, no pagamento de contas e compras, principalmente de super/hipermercados, eletrodomésticos, roupas e calçados.

Houve diminuição no uso do cheque entre 2007 e 2010. Verifica-se, aí, a confirmação de uma tendência já apontada por alguns analistas de mercado de substituição dos cheques pelos cartões, principalmente o de débito.

Para maiores detalhes, segue o link com os slides de apresentação dos dados da pesquisa para quem tiver interesse em saber tudo nos mínimos detalhes. Vale a pena conferir, ficou muito interessante!


Bom dia a todos!!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Por que não me sobra dinheiro no final do mês?

Dias atrás, li uma reportagem muito interessante publicada na revista VOCÊ S/A Especial – Organize suas contas. De vários assuntos sobre finanças pessoais (alguns deles comentarei em outros posts), um me chamou a atenção: como cortar pequenos gastos no dia a dia, e chegar ao final do mês com dinheiro no bolso.

A idéia básica é que, todos os dias, de grão em grão, gastamos uma parte importante do nosso dinheiro (ou orçamento mensal) em bens supérfluos, mesmo que eles representem coisas prazerosas do dia a dia, como o cafezinho depois do almoço, a pizza do final de semana, a água mineral no sinal de trânsito em dia de calor, a barrinha de cereais comprada na academia, dentre outros.

Como destacado na reportagem, o problema não é consumir estes produtos, é exagerar na dose, ou consumi-los em excesso. A reportagem cita uma pesquisa da Visa, divulgada em agosto de 2010, apontando que os “pequenos gastos” com cinema, bebida alcoólica, estacionamento, gorjeta, cafezinho, etc., representam até 26% das despesas do brasileiro durante a semana. Mas como disse, não há certo ou errado nesta história. Se você consegue pagar todas suas contas do mês, e ainda sobra dinheiro para estes prazeres diários, sem problemas. O complicado é você chegar ao final do mês tendo que recorrer ao cheque especial, ou à ajuda de amigos para pagar alguma conta, e não perceber que seu dinheiro pode estar indo embora à conta gotas via estes “produtos prazerosos”.

O segredo é anotar tudo! Pode parecer coisa do “Tio Patinhas”, mas saber o quanto você gasta com um café, um chiclete, um chocolate poderá causar uma surpresa muitas vezes desagradável no final do mês. Ao mesmo tempo, abrirá os olhos de muita gente que reclama “meu dinheiro já acabou, e ainda estamos no dia 20, 22...”

Da mesma forma como você deve anotar os gastos principais do mês, como aluguel, contas de água, luz, telefone, escola das crianças, supermercado, etc., anote também, numa folha em separado, os gastos diários mínimos (inclusive, os centavos). No final da semana, some tudo e anote numa conta única chamada “pequenos gastos” (você pode também chamá-la de “conta gotas”, ou “torneira vazando” – fica a critério da sua criatividade... rs). No final do mês, some tudo, e faça as contas de quanto esta categoria de gastos representou no seu orçamento final.

Nos próximos posts, comentarei sobre tipos de investimentos, em como juntar dinheiro para a viagem no final do ano, e outros assuntos referentes às finanças pessoais. Boa semana a todos!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Termômetro Econômico - Fevereiro de 2011

Os destaques de fevereiro, no Ambiente Econômico, referem-se ao 2º aumento da SELIC no governo Dilma para 11,75%, e à divulgação dos dados do PIB de 2010, quando a economia brasileira cresceu 7,50%. O IPCA de fevereiro continuou elevado, e o governo deverá escolher entre combater a inflação já, abrindo mão de um crescimento mais elevado neste ano, ou optar pelo crescimento de 5%, mas se contentar com uma inflação próxima ao teto da meta do governo, de 6,5% ao ano.
  • IPCA de fevereiro fica em 0,80%: Índice que mede a inflação oficial brasileira foi de 0,80% no 2º mês do ano, ante 0,83% verificado em janeiro. Com isso, o IPCA já acumula alta de 1,63% em 2011, acima da taxa de 1,54% verificada no 1º bimestre de 2010. Considerando os últimos 12 meses, o IPCA situa-se em 6,01%. O grupo Educação, com alta de 5,81% e contribuição de 0,41 ponto percentual, foi responsável por 51% do IPCA de fevereiro, refletindo os reajustes típicos do início de ano. Outro grupo que contribui para o índice de fevereiro foi o de Despesas Pessoais, que teve alta de 1,43% no mês, e participação de 0,15 p.p. no IPCA final. O último Boletim Focus de fevereiro, divulgado pelo Banco Central, apresentou projeção de 5,80% para a inflação em 2011, ante 5,64% anunciado no início do mês, o que vem confirmando fortemente a expectativa de vários analistas do mercado de que a inflação no final do ano chegue próxima ao limite superior estabelecido pelo governo (de 6,50%).
  • Preços no atacado continuam subindo e IGP-M de fevereiro fica em 1,0%: O IGP-M subiu para 1,0% no 2º mês do ano, impulsionado novamente pela aceleração no ritmo de alta dos preços no atacado. Em janeiro, já havia subido 0,79%. Com isso, já acumula alta de 1,79% no 1º bimestre do ano, e nos últimos 12 meses, avançou para 11,30%. O resultado de fevereiro (assim como aconteceu em janeiro) também ficou acima do previsto pelos analistas consultados pelo Banco Central no último Boletim Focus, quando era esperada elevação de 0,90% no mês.
  • Banco Central eleva novamente a taxa SELIC para 11,75%: Em sua 2ª reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (COPOM) decidiu, por unanimidade, elevar novamente em 0,50 p.p. a taxa SELIC, para 11,75% a.a.. Com a decisão, a taxa alcançou o maior nível desde janeiro de 2009, quando os juros estavam em 12,75%. Alguns analistas do mercado esperavam até uma alta maior, de 0,75 p.p., mas todos acreditam que o ciclo de aperto monetário deverá continuar, até que os índices de inflação dos próximos meses demonstrem arrefecimento. O governo acredita, por outro lado, que os efeitos das ações macro prudenciais implementadas no final do ano passado também contribuam para a desaceleração da inflação. Além disso, o detalhamento dos cortes no orçamento de R$ 50 bilhões, anunciado pelo governo, deve ajudar para tal controle inflacionário. O consenso e a expectativa, entre os economistas, são de que o Banco Central seja mais assertivo no combate à inflação, evitando a consolidação de um patamar inflacionário em níveis elevados.
  • PIB Brasil de 2010 cresce 7,50%: Segundo dados do IBGE, o PIB brasileiro cresceu 7,50% em 2010, sendo este o maior índice desde 1986. Em valores correntes, alcançou R$3,675 trilhões, elevando o PIB per capita para R$ 19.016,00, alta de 6,5% em relação a 2009, que foi de R$ 16.634,00. Entre os setores da economia, a indústria apresentou alta de 10,1% no PIB, enquanto a agropecuária cresceu 6,5% e os serviços 5,4%. Para o economista e professor da PUC-SP, Antonio Corrêa de Lacerda, um dos fatores que contribuíram para o bom resultado no ano passado foi o conjunto de medidas adotadas pelo governo em 2009 (no auge da crise), quando houve aumento de gastos públicos, redução de impostos e expansão do crédito, medidas estas que contribuíram para um aumento do consumo interno. O economista acrescenta, no entanto, que a variação expressiva do PIB em 2010 também se deve, pelo menos em parte, ao fato de a economia brasileira ter encolhido no ano anterior, quando a crise global provocou uma retração de 0,6% no PIB. Já o professor de Macroeconomia da FGV-SP, Robson Gonçalves, observa que os números de 2010 indicam uma recuperação da economia ainda acima do nível de 2008 (quando o PIB cresceu 5,2%), algo que outros países ainda não conseguiram. Na comparação com o resultado do PIB de outros países em 2010, a alta do Brasil é superior à dos Estados Unidos (2,8%) e da União Européia (1,7%). No entanto, o país ficou atrás de China (10,3%) e Argentina (9,1%).
  • Expectativas para o futuro são positivas, mas Banco Central projeção do PIB para 2011 cai para 4,30%, índice inferior às previsões de janeiro: O crescimento do PIB brasileiro de 2010, com os dados das Contas Nacionais divulgados pelo IBGE, confirma que, após a rápida recuperação dos efeitos da crise financeira de 2008/2009, a economia brasileira entrou em novo ciclo de expansão. A demanda doméstica continuou sendo o grande suporte da economia, com o consumo das famílias registrando crescimento de 7,0%, o sétimo ano consecutivo de expansão desse componente, que tem sido impulsionado pela expansão do crédito, do emprego e da renda. A Formação Bruta de Capital Fixo, uma boa medida do investimento, cresceu 21,8% em 2010, um desempenho que sugere que o empresariado nacional está confiante nas perspectivas para a economia brasileira neste e nos próximos anos. Entretanto, de acordo com o último boletim Focus de fevereiro, o Banco Central rebaixou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, de 2011, para 4,30%, ante previsão anterior de 4,60% no início do mês.
  • Crescimento e inflação baixa são objetivos compatíveis?: Para Cláudia Safatle, diretora de redação do Valor Econômico, crescer 5% e derrubar a inflação para o centro da meta de 4,50% (como almeja o governo) são objetivos incompatíveis. Para cumprir um, é preciso sacrificar o outro. Para ela, com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,5% em 2010 e pressupondo um INPC de 6% este ano, o reajuste do valor do salário mínimo de 2012 será de 13,95%. O fato é que depois de todo o esforço do Plano Real para desindexar a economia brasileira, o governo Lula superindexou o salário mínimo. E, no momento em que a luta contra a aceleração inflacionária se torna o centro das preocupações, a presidente Dilma Rousseff reforçou o compromisso de reajustar o piso salarial pela inflação passada mais o PIB de dois anos anteriores. Com isso, o alcance do centro da meta de inflação tornou-se uma tarefa nada trivial. Cálculos feitos por analistas de bancos apontam que a economia teria que crescer a uma taxa ligeiramente inferior a 3% para o Banco Central conseguir reduzir a inflação para a meta de 4,5% no ano que vem. Toda escolha, em economia, tem benefícios e custos. Diante desse quadro, o governo teria duas possibilidades: aumentar o esforço da política anti-inflacionária agora - com mais juros e rigor fiscal -, aceitando um crescimento mais modesto, ou adiar a convergência da inflação para o centro da meta para 2013 por exemplo, sabendo que quanto mais demorar, mais difícil será atingi-la. Inflação elevada por muito tempo estimula os mecanismos de indexação, que já não são poucos, tornando os preços mais resistentes à queda.
  • Considerações do Banco Central sobre Inflação X Crescimento: Nas considerações do Banco Central para optar pelo aumento gradual da taxa SELIC constam vários argumentos: o estoque de medidas já tomadas cujos efeitos se acumulam este ano, a desaceleração do PIB desde o fim de 2010, a redução da taxa de ocupação no mercado de trabalho, e a crença do mercado de que o esforço fiscal deste ano pode produzir um superávit de 2,7% do PIB nas contas públicas. Ainda, a correção do salário mínimo deste ano não comportou aumento real e isso retirará poder de compra de praticamente metade da população economicamente ativa que recebe o piso. Até o fim de março 40% dos preços administrados terão sido reajustados e só a inflação desse conjunto de preços deve chegar a 4%. A esperança do governo é que a partir de abril o clima entre os agentes econômicos esteja menos pessimista. Até lá os cortes dos gastos públicos já devem começar a aparecer e o impacto das medidas macro prudenciais do BC vai estar mais claro. Com isso, espera-se também que o ambiente econômico comece a se descontaminar dos ceticismos e descréditos de hoje. A opção pelo gradualismo na política monetária é algo que tem sido questionado por especialistas em regime de metas para a inflação. Há quem defenda que em casos de deterioração das expectativas, como agora, o melhor mesmo é aplicar a receita de Maquiavel: fazer o mal de uma só vez. Diga-se de passagem, essa conclusão já foi feita em edições anteriores do Termômetro Econômico.