quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Inflação oficial brasileira deve estourar o limite da meta de 6,5% em 2011

Amigos, pois é... há uns 4 meses atrás já apontava que a inflação demonstrava sinais de que poderia se acelerar, mas o governo insistia que não, que ela estava convergindo para o centro da meta. É uma pena que o governo tente mudar a realidade apenas com o discurso. Agora está aí: é fato, a inflação brasileira vai estourar o limite da meta estipulada para o ano, sendo importante lembrar que o objetivo era que ficasse no centro da meta, que é de 4,5%. Para piorar, o governo ainda continua dando crédito ao consumidor, que está se endividando cada vez mais (segundo dados oficiais, da SERASA, SPC e FEBRABAN). Segue abaixo a notícia que o governo não queria dizer!


Prévia da inflação oficial fecha o ano em 6,56% e estoura teto da meta do BC

Indicador sofreu aceleração em dezembro ficando em 0,56% influenciado pela forte alta dos alimentos e bebidas
iG São Paulo - 21/12/2011 09:06

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), a chamada prévia da inflação oficial, acelerou para 0,56% em dezembro ficando bem acima do resultado de 0,46% no mês anterior e encerrou o ano com alta de 6,56% segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com esse resultado, o indicador ficou bem acima do teto da meta do Banco Central de 6,5% e dá indícios de que o índice oficial, medido pelo IPCA pode encerrar o ano com a mesma tendência. O resultado de 2011 ficou acima da taxa do mesmo período de 2010, que foi de 5,79%. Em dezembro de 2010, a taxa havia sido de 0,69%.

O indicador mostrou aceleração em dezembro tendo em vista a alta do grupo alimentação e bebidas, que passou dos 0,77% para 1,28%, e exerceu impacto de 0,30 ponto percentual no índice do mês, representando 54% da taxa. A forte aceleração na taxa de crescimento de preços dos alimentos foi impulsionada pelas carnes, que ficaram 4,36% mais caras em dezembro após terem subido 1,30% em novembro. Com 0,11 ponto percentual, lideraram os principais impactos do mês.

A refeição consumida fora do domicílio também acelerou em dezembro, sendo responsável pelo segundo maior impacto, com 0,05 ponto percentual. Os preços das refeições subiram ainda mais em dezembro e foram para 1,13% ante os 0,75% de novembro. Consumidos fora, subiram, também, o lanche (de 0,30% para 1,57%) e o café da manhã (de –0,15% para 2,11%). Cerveja (de 1,98% em novembro para 3,27% em dezembro), feijão carioca (de –1,24% para 2,51%), frango inteiro (de 0,91% para 2,11%), café moído (de 3,13% para 2,20%), refrigerante (de 0,89% para 1,70%) e pão francês (de –0,06% para 0,89%) foram outros destaques no grupo alimentação e bebidas.

O grupo habitação também apresentou aceleração em dezembro, passando de 0,40% para 0,54%. As pressões vieram dos itens condomínio (de 0,18 para 0,74%), energia elétrica (de 0,49% para 0,65%) e artigos de limpeza (de –0,06% para 0,67%).

Vestuário e transportes

Os artigos de vestuário também apresentaram aceleração, indo da taxa de 0,87% de novembro para 1,10% em dezembro. As roupas femininas chegaram a subir 1,56% no mês após a taxa de 0,28% de novembro.

No segmento de transportes, a variação de -0,08% ante os 0,02% de novembro foi influenciada pelas passagens aéreas (de 4% para -2,06%), seguro voluntário (de -0,56% para -6,73%), automóvel novo (de -0,35% para -0,37%) e usado (de -1,34% para -1,70%). Por outro lado, os combustíveis (de -0,28% para 0,66%) voltaram a subir. O preço do litro do etanol chegou a ficar 1,45% mais caro, enquanto a gasolina subiu 0,61%. A alta foi puxada pela região metropolitana de Salvador, onde os preços do etanol subiram 4,95% e os da gasolina atingiram 8,99%.

Dentre os índices regionais, Salvador (1,12%) apresentou o maior resultado, onde os alimentos ficaram com a maior variação (2,29%), bem como a gasolina (8,99%) e o etanol (4,95%), as maiores taxas entre as regiões pesquisadas. Já Curitiba (0,22%) ficou com o mais baixo resultado, justamente em razão da taxa dos alimentos (0,60%), que cresceu menos do que nas demais regiões.

Considerando o índice de 2011, Brasília, com 7,02%, apresentou o maior resultado, com destaque para as passagens aéreas (44,83%) e aluguel residencial (12,44%). O menor índice foi o de Belém (4,33%), onde os alimentos (4,75%) ficaram com a menor taxa entre as regiões avaliadas pelo IBGE.

Metodologia

O IPCA-15 é chamado de prévia da inflação oficial, porque usa a mesma metodologia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com diferença no período de coleta dos dados. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. Para o cálculo do IPCA-15 de dezembro os preços foram coletados no período de 15 de novembro e 13 de dezembro e comparados pelo IBGE com os vigentes de 14 de outubro a 14 de novembro.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

TERMÔMETRO ECONÔMICO - Novembro de 2011

Publicado por Frederico Mafra
Consultor Sênior da GLOBAL ON Consultores Associados e professor do IBMEC e FEAD

O mês de novembro destaca os resultados do PIB brasileiro do 3º trimestre de 2011, que apresentou variação nula, confirmando as expectativas do mercado de que os efeitos da crise mundial, de fato, chegaram ao país. O governo, em contrapartida, anunciou medidas para estimular o consumo interno e os investimentos, via subsídios fiscais. O Real voltou a se desvalorizar frente ao Dólar, e o COPOM reforçou a estratégia de redução gradual da taxa SELIC, cortando em 0,5 ponto percentual os juros básicos da economia. Outros indicadores de novembro: inflação (voltando a se acelerar), inadimplência (com índices maiores que 2010) e mercado de trabalho (com saldo positivo no mês, mas 38,4% abaixo do desempenho obtido em 2010).
  • PIB Brasil do 3º trimestre tem variação nula: O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil apresentou variação nula (0,0%) no 3º trimestre de 2011, em relação ao 2º. O destaque positivo foi o setor da Agropecuária, que cresceu 3,2% no período. Indústria e Serviços, em contrapartida, apresentaram variação negativa de -0,9% e -0,3%, respectivamente. Na comparação com o 3º trimestre de 2010, o PIB cresceu 2,1%. No acumulado de 2011 (janeiro até setembro), o PIB brasileiro apresenta expansão de 3,2% em relação a 2010, alcançando R$1,05 trilhão em valores correntes.
  • Banco Central reduz estimativa para o PIB em 2011: De acordo com o último Boletim Focus de novembro, o Banco Central reduziu mais uma vez a previsão do PIB para 2011, de 3,29%, verificada no início do mês, para 3,09% no final deste mês. Para 2012, a projeção também é de queda, de 3,50%, feita no início do mês, para 3,48% neste último Boletim Focus. Segundo vários economistas do mercado, as projeções estão convergindo para um PIB em torno de 3% até o final de 2011. Para tanto, a economia teria crescer mais do que 0,8% no 4º trimestre, e há um entendimento do mercado que a economia brasileira apresentará uma modesta recuperação neste final de ano, superando a estagnação verificada no 3º trimestre. O Ministério da Fazenda trabalhava com uma previsão de crescimento em torno de 3,8% para 2011, considerada muito otimista pelo mercado. Mas o próprio Ministro Guido Mantega já admitiu que o PIB não chegará a este índice, por conta não só do desempenho nulo do 3º trimestre, mas também pela revisão dos valores feita pelo IBGE para os dois primeiros trimestre do ano. Para 2012, o governo trabalha com previsão de, no mínimo, crescimento do PIB de 4%, podendo chegar a 5% dependendo de algumas novas ações governamentais, como uma expansão do investimento público, e de outras já confirmadas, como o aumento previsto para o salário mínimo em janeiro, as desonerações do SIMPLES e do Plano Brasil Maior, o impacto defasado das reduções na taxa SELIC ocorridas no 2º semestre deste ano, e a perspectiva de crescimento do crédito livre em 2012.
  • Governo anuncia medidas para estimular consumo interno e investimentos: O Ministério da Fazenda anunciou um pacote de medidas de estimulo à economia, voltadas ao consumo doméstico e aos investimentos, que envolve desonerações fiscais para o setor produtivo e para o mercado financeiro. No caso da Indústria, foi reduzido o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha branca (que inclui geladeiras, fogões e máquinas de lavar). Para se ter uma idéia, o IPI cairá de 4% para 0% no caso dos fogões, de 15% para 5% nas geladeiras e congeladores, de 20% para 10% nas lavadoras automáticas, e de 10% para 0% nos tanquinhos. Com relação aos investimentos, o governo anunciou a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no crédito ao consumidor, de 3% para 2,5%, além de eliminar o IOF de 2% que incide sobre a aplicação de investidores estrangeiros em ações na BOVESPA. O setor de alimentos também foi beneficiado, com a redução do PIS/COFINS para as massas, de 9,25% para 0%. Em termos de renúncia fiscal, as medidas adotadas pelo governo irão representar, pelo menos, R$ 1 bilhão em 2012. As principais redes varejistas já anunciaram que irão repassar a redução do IPI para os consumidores. Pelos cálculos da FECOMERCIO-SP (Federação do Comércio de São Paulo), os descontos seriam de 3% a 5% nos preços finais dos produtos. Para completar, a Caixa Econômica Federal anunciou, depois das medidas do governo, que irá liberar R$ 5 bilhões de crédito para aquisição de eletrodomésticos, móveis, eletroeletrônicos e outros bens de consumo.
  • Real fecha novembro em R$ 1,8109: O câmbio vem se mostrando muito volátil nos últimos meses. Depois de ter apresentado alta desvalorização perante o Dólar no mês de setembro (fechando o mês em R$1,8800), o Real voltou a se valorizar fortemente em outubro (quando fechou cotado a R$1,704). Em novembro, porém, voltou a se desvalorizar também fortemente, fechando o mês em R$1,8109 (conforme dados do Banco Central). Com isso, o Dólar encerrou novembro com alta de 4,73% em relação a outubro, e valorização em 2011 de 9,81%. O Real também se desvalorizou perante o Euro, fechando o mês de novembro em R$ 2,4416, ante R$2,3610 verificado em outubro. Especificamente com relação ao Dólar, a previsão para a taxa de câmbio, feita pelo Banco Central para 2011, está em R$ 1,79, conforme o último Boletim Focus de novembro. Para 2012, a taxa de câmbio está estimada em R$ 1,75.
  • COPOM reduz mais uma vez a taxa SELIC para 11,00% ao ano: Na última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), realizada em 29 e 30 de novembro, a taxa SELIC foi reduzida mais uma vez em 0,50 ponto percentual, chegando a 11,00% ao ano, reforçando a estratégia do Banco Central em reduzir os juros para estimular o crescimento econômico e mitigar os efeitos da crise econômica mundial no Brasil. Mesmo com a redução da SELIC, o país segue liderando o ranking mundial de juros reais, com uma taxa de 5,1% (descontada da taxa de 11% a inflação dos últimos 12 meses). Somente um corte de 3,5 pontos percentuais retiraria do Brasil da 1ª posição entre os maiores pagadores de juros do mundo (ranking que envolve 40 países). A próxima reunião do COPOM acontecerá nos dias 17 e 18 de janeiro de 2012, e uma continuidade na redução da taxa de juros ajudaria o governo a economizar com o custo da dívida pública federal (remunerada pela SELIC) e no comportamento do mercado de câmbio, contribuindo para moderar um avanço na valorização do Real frente ao Dólar. O Boletim Focus, do Banco Central, projeta para o final de 2012 a taxa SELIC em 9,75%.
  • IPCA de novembro fica em 0,52%: Índice que mede a inflação oficial brasileira voltou a se acelerar em novembro, passando de 0,43% em outubro para 0,52% neste último mês. Com isso, o resultado em 2011 aponta uma inflação acumulada de 5,97%, acima da taxa de 5,25% verificada no mesmo período do ano passado, praticamente 1,5% acima do centro da meta estipulada pelo governo para o ano, que era de 4,5%. Considerando os últimos 12 meses, o IPCA situa-se em 6,64%. A expectativa do Banco Central é de que o IPCA encerre 2011 em até 6,5%, no topo da meta de inflação estipulada pelo próprio governo. O avanço do IPCA em novembro não condiz com o discurso do Banco Central de que a inflação está sob controle e em desaceleração por causa da crise econômica mundial e o baixo crescimento econômico brasileiro. A inflação parece estar ancorada no crédito interno, estimulado pelo próprio governo para aquecer a economia. Como o Banco Central deve manter a estratégia de continuar reduzindo a taxa SELIC em 2012, a solução poderia ser, justamente, segurar um pouco mais o crédito. Trata-se de uma decisão difícil e controversa, mas a prioridade deveria ser controlar a inflação ou fomentar o crescimento econômico? Para refletir...
  • Grupos ‘Alimentação e Bebidas’ e ‘Despesas Pessoais’ foram os vilões da inflação em novembro: Os preços dos ‘Alimentos e Bebidas’ (de 0,56% em outubro para 1,08% em novembro) causaram impacto de 0,25 ponto percentual no IPCA, com destaque para as carnes. Nas ‘Despesas Pessoais’ (de 0,22% em outubro para 0,88 em novembro), os destaques foram serviços de manicure, cabeleireiro e costureira.
  • Banco Central mantém previsão de inflação para 2011 em 6,50%: Através de seu último Boletim Focus de novembro, o Banco Central manteve a projeção para a inflação brasileira em 2011 (com base no IPCA), de 6,50%, feita no início do mês. Para 2012, a projeção é de 5,49% (queda de 0,10 ponto percentual em relação à previsão do início do mês, que era de 5,59% para o próximo ano).
  • IGP-M desacelera pouco em novembro: O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a chamada “inflação do aluguel”, desacelerou pouco em novembro, atingindo 0,50% no mês, frente 0,53% verificado em outubro. A taxa ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado. No ano, o IGP-M acumula alta de 5,22%, e de 5,95% nos últimos 12 meses. A projeção do Banco Central, em seu último boletim Focus de novembro, aponta o IGP-M encerrando 2011 em 5,75%, 0,03 ponto percentual abaixo da previsão feita no final de outubro (5,78%). Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em novembro houve desaceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), de 0,68% para 0,52%, mas aceleração nos outros dois índices que compõem o IGP-M – alta de 0,43% no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), ante 0,26% verificado em outubro, e alta de 0,50% no Índice Nacional de Custo da Construção Civil (INCC), frente a 0,20% verificado no mês passado.
  • Inadimplência aumenta 5,9% em outubro: Conforme apontou o indicador da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil, o número de consumidores inadimplentes incluídos no Serviço de Proteção ao Crédito registrou aumento de 5,9% em outubro frente a setembro deste ano. Em comparação a outubro do ano passado, a alta foi de 4,78%. No acumulado do ano, a alta é de 5,21%, sendo tal resultado reflexo do ciclo de aperto monetário empreendido pelo Banco Central até julho, e a conseqüente aplicação contínua dessa medida no custo médio do crédito praticado pelo mercado.
  • País gerou 126.143 novas vagas de emprego em outubro: Segundo os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram criados no Brasil, em outubro, 126.143 novas vagas de emprego com carteira assinada. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a geração de empregos no Brasil recuou 38,4%, sendo este o pior resultado para outubro desde 2008. No acumulado do ano até outubro, foram criadas 2.241.574 novas vagas, sendo este montante também abaixo do resultado registrado em igual período de 2008, quando foram criados 2.337.161 de empregos com carteira assinada. Como projetado por este boletim desde julho, a meta deste ano ficará abaixo dos 2,5 milhões de novos empregos gerados. O próprio governo, que inicialmente projetava 3 milhões de novos empregos formais no Brasil em 2011, reduziu sua meta para 2,7 milhões, e agora já admite um saldo em torno de 2,4 milhões. Especificamente com relação aos dados do mês de outubro, os principais setores responsáveis pela expansão do emprego no Brasil foram os Serviços (+77.201 novos postos), o Comércio (+60.878 novos postos), a Construção Civil (+10.298 novos postos) e a Indústria da Transformação (+5.206 novos postos). O que se observa, de fato, é que a crise internacional e a perspectiva de baixo crescimento da economia brasileira para os próximos meses já está afetando o mercado de geração de empregos no país.
  • Economia mundial está à beira de uma nova e profunda recessão do emprego: Esta é a conclusão do “Relatório sobre o Trabalho no Mundo 2011: os mercados a serviço do emprego”, divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo o estudo, o mercado de trabalho no mundo se encontra no limite de seis meses que leva para uma desaceleração econômica impactar o emprego. Ainda conforme o relatório, 2/3 das economias avançadas e metade das economias emergentes e em desenvolvimento já atravessam um movimento de desaceleração do emprego (como já podemos observar no Brasil). A OIT calcula que nos próximos dois anos a economia mundial teria de criar 80 milhões de postos de trabalho para que o cenário retomasse os índices verificados antes da crise financeira internacional de 2008. Destas vagas, 27 milhões teriam que ser criadas nos países desenvolvidos, fato que se mostra cada vez mais difícil de acontecer. Segundo a entidade, se foram mantidas as tendências atuais, seriam necessários pelo menos cinco anos para que o emprego voltasse aos níveis anteriores à crise nas economias avançadas, um ano depois do previsto pela própria OIT no relatório do ano passado. Uma das conseqüências do aumento do desemprego é o correspondente aumento da tensão social em todo o mundo. Alguns dados corroboram esta perspectiva: em mais de 45 dos 118 países industrializados a tensão social vem aumentando, e 69 países registraram aumento no percentual de cidadãos que perceberam uma piora no seu nível de vida em 2010 comparado com 2006. Como soluções, a OIT defende o fortalecimento de programas em favor do emprego e investimento na economia real, além de aumentos nos salários do trabalhador.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

COMPETÊNCIA COMUNICATIVA, ferramenta de sucesso!

Postado por Dra. Renata D´Ávila Bandeira
Fonoaudióloga / FONOCENTER - Fonoaudiologia Avançada


A comunicação está presente em todas as áreas de nossas vidas e saber se comunicar é um grande diferencial, tanto na vida pessoal quanto na vida profissional. Isso porque a comunicação funciona o tempo todo como um seletor de pessoas.

Em um mundo competitivo como o de hoje, onde as pessoas estão se especializando cada vez mais, ter um diferencial faz toda diferença. Podemos dizer que ter uma boa comunicação (saber falar e se expressar) é garantia de sobrevivência no mercado de trabalho!

É necessário ter coerência na forma de se expressar, porque não adianta dizer palavras que não combinam com os sentimentos ou a com realidade interior, pois não vai convencer. E a verdadeira comunicação só se efetua quando a pessoa, além de ser compreendida, consegue chegar aos resultados desejados. Por isso, é importante detectar quando um estilo de comunicação não é eficaz, para que a forma de se expressar seja melhorada ou aprimorada.

Num estudo sobre comunicação, ficou provado que as palavras, chamada de recursos verbais, têm poder de influência de apenas 7% num processo comunicativo. E que o tom de voz participa deste processo com 38%, e a postura corporal com 55%. Isto quer dizer que o tom de voz ou a postura, chamados de recursos não-verbais, falam muito mais do que as próprias palavras!

O poder da comunicação ou 'Competência Comunicativa' é de tal importância que jamais se deve esquecer que, a todo instante, estamos enviando mensagens aos outros, na maior parte das vezes sem nos darmos conta disso. É impossível viver sem se comunicar, porque além das palavras, os gestos e até os sentimentos e pensamentos, sempre são percebidos pelos outros.

E é a partir do padrão de comunicação de uma pessoa, que inclui a fala e também a expressão corporal, que conseguimos detectar classe social, conhecimentos e hábitos das pessoas, e assim definir qual será nosso nível de relação com eles.

No ambiente de trabalho não é diferente. A comunicação se dá de acordo com os grupos e as profissões. Possuímos padrões de comunicação que transmitem vários estados do ser humano. Isso é chamado de “Psicodinâmica Vocal”, e que significa exatamente o impacto emocional que determinadas características vocais de um falante causa em um ouvinte. Desenvolver a “Competência Comunicativa” é tratarmos esta psicodinâmica, e desta forma, comunicarmos sem perder a naturalidade, com maior clareza e atingindo o objetivo desejado.

Alguns aspectos trabalhados neste campo:
  • Em relação à voz se trabalha no aspecto da intensidade: é elevada ou reduzida?
  • Na articulação dos sons da fala, ela é definida ou imprecisa?
  • E a velocidade? Lenta ou elevada?
  • Possui respiração calma, harmoniosa ou ciclos respiratórios irregulares?
  • Os tons da voz são graves ou agudos? Ou ainda voz rouca ou soprosa?

Todos estes aspectos são tratados em conjunto com os movimentos corporais e faciais, melhorando as expressões, visando uma harmonia na comunicação, para que desta forma as mensagens faladas cheguem de forma objetiva e clara ao ouvinte. E uma coisa é certa: “Competência”, em qualquer área, mesmo tendo sido tratada, trabalhada, exercitada, é uma qualidade que o indivíduo passa a ter e que é percebida pelos outros claramente.



PIB do Brasil tem variação nula (0%) no 3o trimestre de 2011

Prezados amigos,
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou variação nula (0,0%) no 3º trimestre de 2011, em relação ao 2º trimestre, segundo dados publicados pelo IBGE. A soma das riquezas do país alcançou R$ 1,05 trilhão. O destaque ficou para o setor da Agropecuária, que cresceu 3,2% no período, enquanto Indústria e Serviços tiveram variação negativa (-0,9% e -0,3%, respectivamente). No acumulado de 2011, até agora, o PIB apresentou expansão de 3,2%.

Para maiores detalhes, aceesem o site do IBGE, no endereço eletrônico:
Abraços a todos!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Lideres narcisistas arriscam mais e tornam as empresas mais inovadoras

Amigos,
Compartilho um interesse artigo publicado no site do Valor Econômico sobre estilo de liderança e inovação. Vale a pena refletir até que ponto o egocentrismo do líder ajuda na inovação, já que ao mesmo tempo pode ir contra ao trabalho de proteção das idéias inovadoras da organização. Para quem trabalha com Inteligência Competitiva, esse é um aspecto que precisa ser estudado e monitorado!
Boa leitura a todos!

Líderes narcisistas arriscam mais e tornam as empresas mais inovadoras

Desejo de chamar atenção dá mais confiança para CEO tomar decisões menos seguras, diz pesquisa

Valor Online | 24/11/2011 10:05

Presidentes de empresas narcisistas e egocêntricos são responsáveis por companhias mais inovadoras tecnologicamente, mostra um estudo da escola de negócios suíça IMD. Segundo os autores da pesquisa, o desejo de chamar atenção dá mais confiança para tomar decisões arriscadas, o que ajuda as organizações a superar a inércia que normalmente domina empresas já estabelecidas.

O estudo, feito com CEOs de 33 grandes companhias farmacêuticas dos Estados Unidos, analisou a resposta dessas instituições a mudanças apresentadas pelo setor nas últimas três décadas. Os professores relacionaram a intensidade e a rapidez com que as empresas tiveram alguma iniciativa em reação ao principal desenvolvimento da área na época - a biotecnologia - ao período em que os profissionais ocuparam a presidência dessas companhias.

Os resultados mostram que CEOs mais narcisistas têm mais chances de manter suas empresas na liderança em inovação tecnológica. O egocentrismo dos presidentes foi calculado por meio de informações como o destaque dado a fotos do profissional em relatórios anuais e menções ao nome do executivo em comunicados da empresa, entre outros fatores.

Mas os pesquisadores alertam que o narcisismo não é necessariamente uma garantia de sucesso. Assim como assumir riscos pode ser decisivo para se manter à frente da concorrência, a aposta pode acabar em fracasso e prejudicar a empresa. "Narcisistas veem o potencial para consagração onde outros veem risco excessivo, mas isso nem sempre quer dizer que eles recebem o aplauso que desejam ao final", explica o professor Albrecht Enders.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Inflação desacelera em outubro, e ajuda a aumentar a credibilidade do Banco Central

O Índice que mede a inflação oficial brasileira - IPCA - apresentou desaceleração em outubro, de 0,43%, ante 0,53% verificado em setembro. Com isso, o resultado em 2011 aponta uma inflação acumulada de 5,43%, acima da taxa de 4,38% verificada no mesmo período do ano passado, quase 1% acima do centro da meta estipulada pelo governo para o ano, que era de 4,5%.

Considerando os últimos 12 meses, o IPCA situa-se em 6,97%, recuando em relação aos 7,31% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. A expectativa do Banco Central, agora com maior probabilidade, é de que o IPCA encerre 2011 em até 6,5%, abaixo, portanto, do topo da meta de inflação estipulada pelo próprio governo.

O recuo do IPCA em outubro foi um sinal positivo para os brasileiros e para alguns economistas, que se mostravam temerosos com a volta da aceleração inflacionária para este final de ano. Mas foi principalmente importante para o Banco Central, pois ajudou a confirmar que a decisão de iniciar um ciclo de corte de juros em agosto – considerada então ação ousada demais por personalidades do mercado financeiro – comprovou-se plausível e, “por enquanto”, certeira.

O cenário traçado pelo BC foi de que a crise européia faria a economia desacelerar e, por conseqüência, a inflação perderia fôlego, o que de fato está ocorrendo. Comprovada pelo menos a tese de que a inflação acumulada recuaria – e até agravada pela deterioração da crise na Europa, que hoje vê uma situação perigosa principalmente na Grécia e na Itália – o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reforçou sua posição de destaque na Esplanada dos Ministérios, galgada principalmente pela confiança crescente da presidenta Dilma Rousseff.

Grupos ‘Alimentação e Bebidas’, ‘Transportes’, ‘Habitação’ e ‘Vestuário’ foram os vilões da inflação em outubro: Os preços dos alimentos (de 0,64% em setembro para 0,56% em outubro) continuaram aumentando, mas em ritmo menos acelerado, causando impacto de 0,13 ponto percentual no IPCA. Nos transportes (de 0,78% em setembro para 0,48% em outubro), o recuo foi provocado por vários itens, como as passagens aéreas, os combustíveis, conserto de automóvel, as tarifas dos ônibus interestaduais, e os automóveis. As despesas com habitação (de 0,71% em setembro para 0,62% em outubro) cresceram menos do que no mês anterior devido à taxa de água e esgoto, aluguel, energia elétrica e gás de botijão. O item empregados domésticos, cuja variação havia atingido 1,00% em setembro, reduziu para 0,10% em outubro e, junto com itens como cabeleireiro e costureira, levaram ao recuo das despesas pessoais (de 0,53% para 0,22%). Os artigos de vestuário (de 0,80% em setembro para 0,74% em outubro) também subiram em ritmo menos acelerado.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

TERMÔMETRO ECONÔMICO - Outubro de 2011

O mês de outubro destaca a volta da valorização do Real frente ao Dólar, face às notícias positivas quanto aos efeitos da crise econômica na Europa. O COPOM mantém sua estratégia de redução gradual da taxa SELIC para o final do ano, e os principais indicadores de inflação no país apresentam sinais de desaceleração. Outros indicadores de outubro: PIB (novas estimativas de redução para 2011 e 2012, confirmando a tendência de desaceleração da economia brasileira), inadimplência (reduzindo-se pela 1ª vez após 6 altas consecutivas) e mercado de trabalho (com saldo positivo no mês, mas bem abaixo do desempenho obtido em 2010).
  • Real volta a se valorizar fortemente em relação ao Dólar em outubro: Depois de ter apresentado alta desvalorização perante o Dólar no mês de setembro, o Real voltou a se valorizar fortemente em outubro. No final de setembro valia R$ 1,8800, mas fechou outubro cotado a R$ 1,704. Com isso, o Dólar encerra o mês com queda acumulada de 9,93%, e valorização em 2011 de apenas 3,21% (chegou a ser de mais de 14% no mês passado). O Real também se valorizou perante o Euro, fechando o mês de outubro em R$2,3610, ante R$2,4938 verificado em setembro. Especificamente com relação ao Dólar, a previsão para a taxa de câmbio, feita pelo Banco Central para 2011, está em R$ 1,75, conforme o último Boletim Focus de outubro, mas a previsão do mercado é que volte a cair para algo em torno de R$ 1,70. Para 2012, a nova taxa de câmbio passou de R$ 1,70 (início de outubro) para R$ 1,75 (final de outubro). De acordo com analistas de mercado, o acordo entre os líderes europeus para combater a crise da dívida na região trouxe de volta a tranqüilidade aos mercados, amenizando temores quando a um contágio da crise pela Europa e seus efeitos sobre a economia global, favorecendo o retorno dos investimentos a países com fundamentos sólidos e elevados rendimentos, como o Brasil. Além disso, os agentes econômicos tendem a olhar com mais atenção a taxa básica de juros da economia brasileira, que mesmo em processo de queda, ainda é uma das maiores (e mais atrativas) do mundo. Apesar dos investidores acreditarem em, pelo menos, mais duas quedas de 0,5 ponto percentual até o início de 2012, a SELIC remunera os títulos públicos, atraindo mais investidores estrangeiros, e dessa forma, mais dólares para o país, fortalecendo a valorização do Real (ou a desvalorização da moeda americana frente ao Real).
  • COPOM reduz mais uma vez a taxa SELIC para 11,50% ao ano: Na última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), realizada em 18 e 19 de outubro, a taxa SELIC foi reduzida mais uma vez em 0,50 ponto percentual, chegando a 11,50% ao ano, e dando seqüência à estratégia do Banco Central de reduzir os juros para estimular o crescimento econômico e mitigar os efeitos da crise econômica mundial no país. Tal redução já era esperada pelo mercado. O governo e o próprio Banco Central continuam defendendo a tese de que se desenha um cenário de convergência da inflação brasileira para a meta em 2012, algo ainda controverso entre os economistas e especialistas do mercado. O que de fato se observa é que o Banco Central sinaliza, infelizmente, uma maior tolerância com a inflação, acreditando que os principais indicadores que medem a variação dos preços no país devem começar a cair neste último trimestre. E os analistas do mercado ainda acreditam que esse movimento de redução da SELIC pode ser seguido por novas quedas, caso a perspectiva sobre o PIB continue apresentando desaceleração econômica. Mesmo com a decisão de se reduzir mais uma vez a taxa SELIC, o Brasil mantém a 2ª posição no ranking mundial dos maiores juros nominais, envolvendo 40 países. O país só perde para a Venezuela, com taxa de 17,37% ao ano. Mas com relação aos juros reais, o Brasil se mantém no topo da lista, com taxa de 5,5% ao ano. O boletim Focus, do Banco Central, projeta para o final de 2011 a taxa SELIC em 11,00%. A próxima reunião do COPOM, a última de 2011, acontecerá nos dias 29 e 30 de novembro.
  • O que há de positivo e negativo na decisão de se reduzir a taxa de juros: Com relação à estratégia do Banco Central em reduzir gradativamente a taxa de juros no país, alguns analistas destacam pontos positivos, como uma maior economia, por parte do governo, com o custo da dívida pública federal (remunerada pela SELIC), e o comportamento do mercado de câmbio, que tende a ser mais moderado frente ao avanço da valorização do Real perante o Dólar. Por outro lado, entretanto, há alguns pontos negativos, como já destacados em várias edições deste boletim. O principal refere-se, justamente, à mudança de postura do Banco Central em não mais tentar garantir a estabilidade de preços via ajuste na taxa de juros. Como os indicadores de inflação no Brasil ainda não apresentaram sinais de desaceleração contundente, tais decisões de corte na taxa SELIC demonstram, claramente, uma mudança de postura, com maior tolerância à inflação, em prol de maior crescimento. Essa linha de pensamento é defendida pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega, cuja influência política sobre o Banco Central é evidente neste governo da presidente Dilma (diferentemente do que ocorria no governo do ex-presidente Lula, quando Henrique Meirelles, então presidente do Banco Central, demonstrava total autonomia perante a pressão política do Ministro da Fazenda).
  • IPCA-15 de outubro fica em 0,42%: Prévia do índice que sinaliza a inflação oficial brasileira (IPCA) apresentou desaceleração em outubro, passando de 0,53% verificado em setembro para 0,42% neste mês. Com isso, o resultado em 2011 aponta uma inflação acumulada de 5,48%, bem acima da taxa de 4,17% verificada no mesmo período do ano passado. Considerando os últimos 12 meses, o IPCA-15 situa-se em 7,12%. Os grupos de produtos que apresentaram maior aumento, entre setembro e outubro, foram ‘Habitação’ (de 0,49% para 0,85%) e ‘Saúde e Cuidados Pessoais’ (de 0,40% para 0,47%). Já os grupos que apresentaram maior redução foram ‘Vestuário’ (de 1,00% para 0,38%), ‘Alimentação e Bebidas’ (de 0,72% para 0,52%) e ‘Despesas Pessoais” (de 0,52% para 0,22%).
  • Banco Central reduz previsão de inflação em 2011 para 6,50%: Através de seu último Boletim Focus de outubro, o Banco Central reduziu a projeção para a inflação brasileira em 2011 (com base no IPCA), de 6,52%, feita no início do mês, para 6,50%, feita no final do mês. Para 2012, a projeção é de 5,59%.
  • IGP-M desacelera para 0,53% em outubro: O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a chamada “inflação do aluguel”, desacelerou em outubro, atingindo 0,53% no mês, frente 0,65% verificado em setembro. O IGP-M acumula alta de 4,70% em 2011, e nos últimos 12 meses, é de 6,95%. A projeção do Banco Central, em seu último Boletim Focus de outubro, aponta o IGP-M encerrando 2011 em 5,80%, baixa em relação à projeção feita no final de setembro, de 5,82%. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em outubro houve desaceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), de 0,74% para 0,68% e do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), de 0,59% em setembro para 0,26% neste mês, mas aceleração do Índice Nacional de Custo da Construção Civil (INCC), de 0,14% para 0,20%.
  • Banco Central reduz estimativa para o PIB em 2011: De acordo com o último Boletim Focus de outubro, o Banco Central reduziu mais uma vez a previsão do PIB para 2011, de 3,51%, verificada no início de outubro, para 3,29% no final deste mês. Para 2012, a projeção também é de queda, de 3,70%, feita no início do mês, para 3,50% neste último Boletim Focus. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu em 0,3 ponto percentual a projeção de crescimento do Brasil para 3,8% neste ano. De acordo com as previsões, o Brasil terá o segundo menor crescimento da América do Sul, ficando atrás somente da Venezuela e abaixo da média da região. A taxa média de crescimento no mundo está estimada em 4% pelo FMI. Em 2012, o Fundo afirma que o Brasil deve crescer 3,6%, enquanto a economia mundial vai avançar a uma taxa também de 4%. O Ministério da Fazenda também deve reduzir sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano para algo entre 3,5% e 4%, no próximo Decreto Orçamentário que sai em novembro. A estimativa oficial até então considerava crescimento de 4,5% para 2011, bem acima do esperado pelo mercado e pelo próprio Banco Central. Para 2012, o governo ainda trabalha com previsão de expansão de 5%, mas até mesmo esta projeção está sujeita a reavaliações durante a tramitação do Orçamento do ano que vem no Congresso.
  • Inadimplência do consumidor cai 3,0% em setembro: Conforme pesquisa da SERASA, a inadimplência do consumidor caiu 3,0% em setembro, na comparação com agosto. Foi a primeira queda mensal do índice, após seis altas consecutivas. No acumulado do ano, a inadimplência repetiu o mesmo índice observado em agosto, de 23,4%, e em comparação com setembro de 2010, registrou alta de 23,3%. De acordo com os economistas da SERESA, a antecipação do 13º salário dos aposentados, a redução dos juros da economia e a menor quantidade de dias úteis de setembro, frente a agosto, fizeram com que a inadimplência apresentasse recuo neste mês. As dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água) apresentaram queda de 3,3%; os cheques sem fundos caíram 10,3%; as dívidas com bancos declinaram 0,9%; e os títulos protestados apresentaram queda de 13,9%. Já os dados do Banco Central apresentaram estabilidade no nível de inadimplência em setembro, na comparação com agosto, registrando 6,8% do total das operações. Dessa forma, a taxa se mantém como a mais alta desde março de 2010. Na comparação com setembro de 2010, houve alta de 0,8 ponto percentual. As dívidas vencidas de 15 a 90 dias representaram 6,4% das operações, tendo subido 0,2 p.p. em relação a agosto, e 1,1 p.p. maior quando comparado com setembro de 2010. Já a inadimplência com cheque especial e aquisição de bens registraram queda de 0,2 p.p. cada uma, ficando em 9,4% e 13,7%, respectivamente. E a inadimplência da modalidade crédito pessoal encerrou o mês em 5,0%, mesmo patamar de agosto.
  • País gerou 209.078 novas vagas de emprego em setembro: Segundo os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram criados no Brasil, em setembro, 209.078 novas vagas de emprego com carteira assinada. Apesar do saldo ter sido superior ao verificado no mês de agosto (190.446 novas vagas), ficou abaixo dos 246.875 postos de trabalho gerados em setembro de 2010 (queda de 15%), confirmando a desaceleração na dinâmica do emprego no Brasil, e as projeções feitas por este boletim de que a meta deste ano ficará abaixo dos 2,5 milhões de novos empregos gerados. Para o Ministro do MTE, Carlos Lupi, entretanto, a meta do governo continua sendo de 2,7 milhões de novos empregos para 2011 (a meta anterior era de 3 milhões). E para chegar nesta meta, o país deverá apresentar uma média de abertura de novos postos de trabalho de 207 mil, de outubro a dezembro. Especificamente com relação aos dados do mês de setembro, os principais setores responsáveis pela expansão do emprego no Brasil foram os Serviços (91.774 postos), a Indústria de Transformação (66.269 postos), o Comércio (42.373 postos) e a Construção Civil (24.977 postos). O resultado de setembro de 2011 foi o pior para o mês em cinco anos. Para o Ministro Lupi, mesmo assim os dados ainda são positivos, pois estão sendo gerados novos empregos em meio à crise econômica internacional e à crescente competitividade da indústria da transformação com produtos importados. E elogiou a estratégia do COPOM de manter a trajetória de queda da taxa SELIC para as próximas reuniões, como fator para estimular a criação de empregos, ao invés do investimento especulativo. No acumulado do ano até setembro, já foram criadas 2.079.188 novas vagas de emprego no país.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

TERMÔMETRO ECONÔMICO - Setembro de 2011

O mês de setembro destaca a forte valorização do Dólar perante o Real, modificando a trajetória observada desde o início do ano até agora. Outros indicadores de setembro: inflação (com maior crescimento e expectativa cada vez mais forte de pressão para o final do ano), PIB (com novas estimativas de redução para 2011 e 2012, demonstrando sinais claros de desaceleração), inadimplência (em elevação), e mercado de trabalho (com novas projeções indicando que talvez o saldo de 2011, apesar de positivo, não alcance o patamar verificado em 2010).
  • Desvalorização do Real marca o mês de setembro: Ao contrário do que vinha acontecendo durante todo o ano de 2011, o Real se desvalorizou em setembro perante o Dólar, saindo de R$ 1,5864 no final de agosto para R$ 1,8800 no final de setembro. Com isso, a moeda americana se tornou a principal aplicação do mês, com ganho de 16,26%, e garantindo até o fechamento deste boletim, ganho de 13,78% no ano. O Euro também se valorizou perante o Real, fechando o mês de setembro em R$ 2,4938, ante R$ 2,2851 verificado em agosto. Especificamente com relação ao Dólar, a previsão para a taxa de câmbio, feita pelo Banco Central para 2011, aumentou para R$ 1,73, conforme o último Boletim Focus de setembro. E para 2012, a nova taxa de câmbio passou de R$ 1,65 (início de setembro) para R$ 1,70 (final de setembro).
  • Seis razões que explicam a valorização do Dólar em setembro: Algumas razões explicam esta mudança na taxa de câmbio, e a forte desvalorização da moeda brasileira. Em primeiro lugar, a busca por ativos mais seguros, como títulos do governo americano e Dólar, devido às turbulências verificadas nas bolsas de todo o mundo, principalmente pelas más notícias produzidas na Zona do Euro. Em segundo lugar, há uma tendência de saída de recursos do Brasil para capitalização das empresas no exterior (multinacionais), e essa falta de liquidez pressiona a alta da moeda americana. Em terceiro lugar, existe a própria especulação do mercado, que se aproveita desse momento para também influenciar na taxa de câmbio. Em quarto lugar, acredita-se que o Dólar estava muito barato e que a alta deste mês faz parte de um ajuste natural, sendo o valor de R$1,80 o novo piso do mercado. Em quinto lugar, alguns economistas afirmam que, na realidade, não é o Dólar que se fortaleceu, mas sim o mundo que ficou mais fraco, e com isso, há uma procura maior pelo Dólar, moeda que historicamente sempre foi forte. E em último lugar, o corte na taxa de juros SELIC, feito pelo governo brasileiro na última reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária), tornou o país um pouco menos atraente para o Dólar dos investidores estrangeiros, dada a remuneração que ficou menor. Como a tendência (infelizmente) é que o governo continue cortando juros, o país fica cada vez menos atrativo para o Dólar, tornando-o, em contrapartida, mais forte.
  • Dólar mais forte deve deixar Natal mais caro para os consumidores: As mercadorias importadas possivelmente chegarão às prateleiras das lojas mais caras neste Natal, devido à forte valorização do Dólar verificada em setembro. Vestuário, alimentos, bebidas, ornamentos natalinos trazidos da China e produtos fabricados com componentes importados (como aparelhos de informática e eletrônicos) são alguns dos tipos de produtos que deverão estar mais caros a partir de agora. Analistas do mercado ainda não têm clareza de quanto será este aumento, até porque as empresas não sabem em que ponto a taxa de câmbio irá se estabilizar, além dos repasses dependerem do poder de negociação de cada varejista e do interesse de cada indústria em ganhar participação de mercado e/ou lucrar com o Natal. Vale ressaltar que a possível elevação dos preços será mais um componente a pressionar a inflação no final do ano.
  • IPCA de setembro fica em 0,53%: Índice que mede a inflação oficial brasileira continua subindo, e em setembro apresentou variação positiva de 0,53%, ante 0,37% verificado em agosto, e 0,16% em julho. Com isso, o resultado em 2011 aponta uma inflação acumulada de 4,97%, bem acima da taxa de 3,60% verificada no mesmo período do ano passado. Além disso, já ultrapassou o centro da meta estipulada pelo governo para o ano, que era de 4,50%. Considerando os últimos 12 meses, o IPCA situa-se em 7,31%, o mais alto desde maio de 2005. Fica evidente que a análise feita pelo Banco Central de que a inflação não iria se acelerar no final de 2011 foi, no mínimo, equivocada, e que a decisão de corte de 0,50 ponto percentual na taxa SELIC caracteriza-se cada vez mais como uma decisão política, e não apenas econômica.
  • Grupos ‘Transportes’ e ‘Alimentação e Bebidas’ foram os vilões da inflação em setembro: Os transportes aumentaram 0,78% em setembro, e contribuíram com 0,15 ponto percentual no IPCA do mês, sendo as passagens aéreas o produto que exerceu o principal impacto. Destaque também para a alta dos preços dos combustíveis e seguros. Já os preços dos alimentos e bebidas aumentaram 0,64% em setembro, também causando impacto de 0,15 ponto percentual no IPCA. Vários produtos ficaram mais caros, com destaque para o feijão carioca, açúcar refinado e cristal, frango e leite. Com relação a este grupo de produtos, especificamente, o governo já demonstra preocupação com a pressão no índice de inflação que se desenha para o final do ano, dado o período de entressafra na produção de grãos, carne bovina, cereais e etanol, as recentes quebras de safra, sobretudo na produção de trigo e milho de inverno, os baixos estoques mundiais e a firme demanda externa por commodities. Outros grupos que também influenciaram o IPCA de setembro foram ‘Habitação’ (com destaque para o gás de botijão, a taxa de água e esgoto e os aluguéis residenciais), ‘Vestuário’ e ‘Despesas Pessoais’ (com destaque para os salários dos empregados domésticos). Já o grupo ‘Artigos de residência’ apresentou queda de -0,01%.
  • Banco Central aumenta previsão de inflação em 2011 para 6,52%: Através de seu último Boletim Focus de setembro, o Banco Central elevou a projeção para a inflação brasileira em 2011 (com base no IPCA), de 6,38% feita no início do mês, para 6,52% no final do mês. Para 2012, a projeção é de 5,53%, sendo que esta tem aumentado pela 5ª semana consecutiva. De acordo com o próprio Banco Central, a probabilidade da inflação estimada para o Brasil em 2011 ultrapassar o teto da meta do governo, que é de 6,5%, subiu de 22% para 45%. Para o mercado, a chance do IPCA superar o teto da meta neste ano avançou de 18% para 44%.
  • IGP-M acelera para 0,65% em setembro: O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a chamada “inflação do aluguel”, se acelerou para 0,65% em setembro, ante 0,44% verificada em agosto. O IGP-M acumula alta de 4,15% em 2011, e nos últimos 12 meses, é de 7,46%. A projeção do Banco Central, em seu último Boletim Focus de setembro, aponta o IGP-M encerrando 2011 em 5,82%, alta de 0,21% em relação à projeção feita no final de agosto (de 5,61%). Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em setembro houve aceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) –0,74% - e do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) – 0,59% -, e recuo do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) – 0,14%, frente a 0,16% verificado em agosto.
  • Banco Central reduz estimativa para o PIB em 2011: De acordo com o último Boletim Focus de setembro, o Banco Central reduziu mais uma vez a previsão do PIB para 2011, de 3,67% verificada no início de setembro, para 3,51%. Para 2012, a projeção também é de queda, de 3,84% feita no início do mês, para 3,70% neste último Boletim Focus. O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, ainda continua acreditando numa taxa de crescimento de 4,0% para 2011, apesar de já aceitar rever tais projeções, caso a crise internacional se agrave nos próximos meses.
  • Inadimplência do consumidor aumenta 3,0% em agosto: Conforme pesquisa da SERASA, a inadimplência do consumidor apresentou alta de 3,0% em agosto. No acumulado do ano, a inadimplência acumula aumento de 23,4%, tendo crescido 29,2% em relação ao mesmo período de 2010. Segundo a entidade, os juros elevados no crédito e as compras parceladas feitas no Dia dos Pais impactaram a inadimplência do consumidor em agosto, com o aumento nos registros de dívidas não honradas junto aos bancos e dos cheques sem fundo. De janeiro a agosto, o valor médio das dívidas com títulos protestados subiu 14,8%, enquanto os cheques sem fundo e as dívidas com bancos aumentaram 8,2% e 0,5%, respectivamente, sobre igual período de 2010. Dados do Banco Central também confirmam o aumento da inadimplência: em agosto, o índice apresentou o maior patamar desde janeiro do ano passado – 5,3% -, com os atrasos superiores a 90 dias aumentando 0,1 ponto percentual em relação a julho, bem como a inadimplência para a pessoa física (para 6,7%) e para as empresas (para 3,9%). Para economistas da SERASA, o pagamento da 1ª parcela do 13º salário, no final de novembro, poderá dar um fôlego extra às finanças do consumidor, o qual deverá priorizar o pagamento das dívidas assumidas anteriormente.
  • País gerou 190.446 novas vagas de emprego em agosto: Segundo os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram criados no Brasil, em agosto, 190.446 novas vagas de emprego com carteira assinada. Entretanto, tal resultado ficou bem abaixo do número de empregos criados no mesmo mês do ano passado (299.415 postos), confirmando uma tendência de desaceleração na dinâmica do emprego no Brasil. Os principais setores responsáveis pela expansão do emprego em agosto foram os Serviços (94.398 postos) e o Comércio (44.336 postos). Destaque também para a Indústria de Transformação (35.914 postos) e a Construção Civil (31.613 postos). Apesar disso, todos os setores apresentaram desempenho inferior ao verificado em 2010, especialmente Comércio e Construção Civil, cujos resultados eram fundamentais para o alcance da meta do governo de gerar 3 milhões de novos empregos em 2011. Apesar do resultado positivo observado no mês, confirma-se a análise feita no boletim anterior de que o ritmo de crescimento do emprego no país em 2011 é mais lento em relação a 2010, ano em que o Brasil atingiu, ao seu final, 2,5 milhões de novos empregos. Dessa forma, a probabilidade do governo atingir a meta proposta no início do ano de 3 milhões de novos empregos tornou-se praticamente impossível de ser atingida. A não ser que setembro apresente um saldo positivo extraordinário na geração de novas vagas de emprego, pode-se inferir que, além da meta inicial do governo não ser atingida, o saldo do ano poderá ficar aquém do verificado em 2010.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Inflação volta a acelerar e IPCA-15 de setembro fica em 0,53%

Amigos, os dados do IPCA-15 (que trata-se de uma prévia do IPCA, índice que mede a inflação oficial brasileira), mostra sinais claros de volta da aceleração inflacionária. Com isso, confirma-se cada vez mais que a decisão do Conselho de Política Monetária (COPOM), do Banco Central, em reduzir a taxa SELIC na última reunião, foi, sim, equivocada, ou no mínimo, muito precipitada. E mais ainda, que a justificativa dada pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, não está se confirmando, já que a inflação não está apresentando sinais de desaceleração, mas ao contrário, de aceleração.

A pergunta que se coloca, neste momento, é a seguinte: E agora, o BC vai novamente aumentar a taxa de juros na próxima reunião do COPOM, voltando a atuar com o instrumento de política monetária para controle da inflação?

Se a resposta for sim, será um claro sinal de que o BC errou em reduzir precipitadamente a taxa SELIC, e sua decisão foi, sim, fruto da influência política do Ministro da Fazenda e da própria presidente Dilma. Se a resposta for não, corremos o risco de ver a inflação se acelerar no país, justamente no momento em que se configura um cenário de desaquecimento da economia, devido à nova rodada da crise mundial de 2008. Ou seja, seria a volta do fantasma da inflação, junto com crescimento baixo, cenário este que diversos economistas já haviam alertado e previsto ainda em agosto.

Leiam, abaixo, a síntese da análise feita pelo IBGE sobre os últimos dados do IPCA-15.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) teve variação de 0,53% em setembro, acima da taxa de taxa de 0,27% de agosto em 0,26 ponto percentual. Em setembro de 2010, a taxa havia sido de 0,31%.

Com isto o IPCA-E (IPCA-15 acumulado nos meses de julho, agosto e setembro) foi de 0,90 %, bem acima do resultado de igual período de 2010 (0,17%).

O IPCA-15 acumulado no ano está em 5,04 %, acima de igual período do ano anterior (3,53%).

Os preços dos alimentos apresentaram alta de 0,72%, subindo mais do que em agosto (0,21%) e voltando a pressionar o IPCA-15 de forma significativa, com impacto de 0,17 ponto percentual. Vários produtos ficaram mais caros, destacando-se açúcar cristal (4,72%) e refinado (4,59%), leite pasteurizado (2,64%), frango (2,51%), carnes (1,79%) e arroz (1,74%). Com isto, o grupo 'Alimentação e Bebidas' já acumula alta de 4,29% neste ano.

Mas apesar dos alimentos terem voltado a exercer pressão sobre o índice, foram as passagens aéreas que lideraram a relação dos principais impactos no mês. Isso fez o grupo 'Transportes' pular para 0,70%, ao passo que em agosto havia ficado em 0,03%, somente. Sobre os combustíveis, o etanol subiu de preços ainda mais, indo de 1,54% para 1,95%, enquanto a gasolina, que havia apresentado queda de 0,17% em agosto, foi para 0,65% em setembro.

Além dessas, outras despesas aumentaram, a exemplo dos gastos com Habitação, que passaram de 0,32% em agosto para 0,49% em setembro, com destaque para aluguel residencial (0,92%), taxa de água e esgoto (0,89%) e condomínio (0,45%).

Dessa forma, enquanto os alimentos ficaram, em média, 0,72% mais caros, os produtos não alimentícios aumentaram 0,47%, também acima de agosto (0,29%).
 
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de agosto a 13 de setembro e comparados com aqueles vigentes de 14 de julho a 12 de agosto de 2011. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA; a diferença está no período de coleta dos preços.
Fonte:
Comunicação Social - 20 de setembro de 2011. http://www.ibge.com.br/home/presidencia/noticias/ipca_20092011.htm

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Os cinco sentidos para fidelizar o consumidor

Mas, para que isso aconteça, é preciso calcular e definir os resultados que quer alcançar !

Amigos, segue matéria publicada no Jornal Hoje em Dia, no dia 16 de setembro de 2011, na seção de Classificados, sobre o tema "Marketing Sensorial", da qual participei como entrevistado. Excelente matéria feita pela jornalista Clarissa Carvalhaes. Recomendo a leitura e a reflexão sobre esta tendência cada vez mais forte do Marketing. Boa semana a todos!


Os cinco sentidos despertam o interesse do mais distinto consumidor. E é por isso que empresas dos mais variados setores vêm investindo no poder do marketing sensorial como um aliado para alavancar vendas e aumentar o número de clientes. Utilizar olfato, paladar, tato, visão e audição como formas de não apenas atrair o público como também fidelizá-lo é receita certa, mas nem sempre fácil de ser colocada em prática.

Especialistas alertam que antes de aderir a essa tática publicitária é preciso calcular e definir os resultados que se quer atingir, já que o principal efeito do marketing sensorial é a personalização. Ou seja, sai de cena o público generalizado e entra no foco, exclusivamente, o cliente específico.

“Não é possível com o marketing sensorial atingir a um público variado. Quando se trabalha com os sentidos,a empresa faz exceções e define o cliente com quem quer trabalhar”, explica o professor do Ibmec e consultor sênior da Global On Consultores Associados, Frederico Mafra.

Segundo ele, o marketing sensorial, ou marketing de experiência, trabalha estratégias por meio dos sentidos. “É uma das maneiras que a marca encontra para fazer com o que o cliente sinta de fato o que ele representa para empresa”, diz, acrescendo que observando cada um dos cinco sentidos é fácil encontrar por aí esse tipo de marketing sendo praticado. “A degustação é um exemplo de marketing sensorial. Quando a marca convida um consumidor em potencial a experimentar o produto - sem o compromisso de compra -, o resultado na maior parte das vezes é positivo: o cliente retorna para adquirir o produto mais tarde”,comenta ele.

Mafra completa afirmando que o consumidor deve se sentir à vontade para decidir. “O mais importante nesse tipo de estratégia é extinguir qualquer pressão para aquisição de um produto. É apenas uma amostra. A empresa apresenta o que está sendo comercializado, mas jamais pressiona por uma compra imediata”.

A visão , um dos sentidos mais explorados pelo meio publicitário, trabalha essencialmente com cores e formas dos produtos. Segundo o consultor, as cores, o tamanho e o formato são logo percebidos, influenciando as emoções mais diretamente. “A cor vermelha, por exemplo, remete à emoção, ao calor e à energia; a azul transmite a sensação de segurança e credibilidade. Sabendo disso, passe a observar as campanhas publicitárias. Qual cor é escolhida por uma seguradora para estampar a logomarca? Geralmente é a azul. E qual delas é eleita, porexemplo, para o lançamento de um carro que tem como proposta atingir a um público esportivo ou de aventura? A cor vermelha”, orienta Mafra.

Para encontrar a cor ideal do produto ou do ambiente de vendas, deve-se levar em conta diversos fatores, mas o principal deles é a opinião do público-alvo, ensina ele. Para tanto, é essencial realizar uma pesquisa de mercado. A partir dela é possível se orientar e prever as possíveis tonalidades mais voltadas para a empresa ou o produto. “Se o empresário conseguir fazer uma ligação direta do seu produto ou empresa com uma determinada cor ou formato, estará possibilitando maior posicionamento frente aos seus concorrentes”.

"É bem provável que você já tenha entrado em uma loja de roupas de cama e sentido um perfume agradável, como se estivesse acabado de sair do banho. Isso é puro marketing: o consumidor entrar em um ambiente e associá-lo imediatamente a algo aprazível. O cheiro característico faz lembrar a marca. É sentir aquele cheiro, em qualquer outro lugar ou circunstância e pensar: nossa, isso me lembra aquela loja”, explica o professor do Ibmec e consultor sênior da Global On Consultores Associados, Frederico Mafra.

A Tempero Mídia, especialista em soluções digitais, em parceria com a Coca Cola, implantou uma forma de anunciar produtos por meio da mídia digital olfativa. O diretor Comercial da empresa, Bernardo Dinardi, esclarece que a ferramenta faz com que a comunicação com o consumidor ocorra por meio do olfato aliada à mídia digital. “A técnica do marketing olfativo é mais uma entre as várias técnicas do marketing emocional.

No entanto, o ser humano é capaz de se lembrar de 35% dos odores que sente, enquanto soma-se apenas 5% do que se vê, 2%do que ouvem e 1% daquilo que toca, ou seja, esse novo formato de mídia espera criar uma interação ainda maior entre o consumidor e o produto, aquecendo assim as vendas”, afirma. O primeiro projeto que envolveu o formato foi a linha Del Valle Kapolate, com a essência de chocolate, e Del Valle Mais, com a essência de pêssego. Segundo Dinardi, no período da ação, o volume de vendas do produto anunciado foi três vezesmaior que o comum.

Quanto à audição, Mafra destaca que o ritmo e estilo musical definem exatamente o que a marca ou empresa quer do cliente. “Nas lojas de departamento, por exemplo, são sempre músicas agitadas e aceleradas. As pessoas precisam circular. É como se a loja dissesse: ‘entre, compre e vá embora’. O consumidor segue aquela adrenalina e dificilmente passa muito tempo em uma loja dessas”, comenta. “Já nas lojas de roupa infantil ou joalherias, as canções são lentas, suaves. O consumidor entra e pode passar horas escolhendo sem ver o tempo passar. É como se realmente ele seguisse o ritmo da música e ficasse mais calmo. O cliente é atendido por um vendedor que imediatamente oferece outro produto ou apresenta um modelo novo”.

O último dos sentidos, o tato, é também de extrema relevância. “Atualmente, inúmeras marcas estão investindo nas chamadas ‘lojas conceito’. Nesses locais, as pessoas experimentam e tocam os produtos. São lojas que dispõem, por exemplo, de cozinha montada. O cliente tem acesso a todos os produtos, pode manuseá-los e conhecer suas funções. No entanto, o mais interessante nesses ambientes é que não há comercialização de produtos, apenas demonstração. Ou seja, o ambiente não pressiona, mas segmenta o consumidor”.

Em 2002, uma pesquisa realizada pelo especialista em comportamento do consumidor Michael Solomon constatou que em um restaurante quando os clientes eram tocados pelos garçons davam gorjetas maiores. Em supermercados, os demonstradores quando tocavam de leve os clientes, tinham mais sucesso em convencê-los. “É preciso ter foco no conceito e principalmente nos resultados que quer atingir. Se bem aplicado, o marketing de experiência sempre dará bons resultados”, conclui Mafra.