terça-feira, 20 de setembro de 2011

Inflação volta a acelerar e IPCA-15 de setembro fica em 0,53%

Amigos, os dados do IPCA-15 (que trata-se de uma prévia do IPCA, índice que mede a inflação oficial brasileira), mostra sinais claros de volta da aceleração inflacionária. Com isso, confirma-se cada vez mais que a decisão do Conselho de Política Monetária (COPOM), do Banco Central, em reduzir a taxa SELIC na última reunião, foi, sim, equivocada, ou no mínimo, muito precipitada. E mais ainda, que a justificativa dada pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, não está se confirmando, já que a inflação não está apresentando sinais de desaceleração, mas ao contrário, de aceleração.

A pergunta que se coloca, neste momento, é a seguinte: E agora, o BC vai novamente aumentar a taxa de juros na próxima reunião do COPOM, voltando a atuar com o instrumento de política monetária para controle da inflação?

Se a resposta for sim, será um claro sinal de que o BC errou em reduzir precipitadamente a taxa SELIC, e sua decisão foi, sim, fruto da influência política do Ministro da Fazenda e da própria presidente Dilma. Se a resposta for não, corremos o risco de ver a inflação se acelerar no país, justamente no momento em que se configura um cenário de desaquecimento da economia, devido à nova rodada da crise mundial de 2008. Ou seja, seria a volta do fantasma da inflação, junto com crescimento baixo, cenário este que diversos economistas já haviam alertado e previsto ainda em agosto.

Leiam, abaixo, a síntese da análise feita pelo IBGE sobre os últimos dados do IPCA-15.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) teve variação de 0,53% em setembro, acima da taxa de taxa de 0,27% de agosto em 0,26 ponto percentual. Em setembro de 2010, a taxa havia sido de 0,31%.

Com isto o IPCA-E (IPCA-15 acumulado nos meses de julho, agosto e setembro) foi de 0,90 %, bem acima do resultado de igual período de 2010 (0,17%).

O IPCA-15 acumulado no ano está em 5,04 %, acima de igual período do ano anterior (3,53%).

Os preços dos alimentos apresentaram alta de 0,72%, subindo mais do que em agosto (0,21%) e voltando a pressionar o IPCA-15 de forma significativa, com impacto de 0,17 ponto percentual. Vários produtos ficaram mais caros, destacando-se açúcar cristal (4,72%) e refinado (4,59%), leite pasteurizado (2,64%), frango (2,51%), carnes (1,79%) e arroz (1,74%). Com isto, o grupo 'Alimentação e Bebidas' já acumula alta de 4,29% neste ano.

Mas apesar dos alimentos terem voltado a exercer pressão sobre o índice, foram as passagens aéreas que lideraram a relação dos principais impactos no mês. Isso fez o grupo 'Transportes' pular para 0,70%, ao passo que em agosto havia ficado em 0,03%, somente. Sobre os combustíveis, o etanol subiu de preços ainda mais, indo de 1,54% para 1,95%, enquanto a gasolina, que havia apresentado queda de 0,17% em agosto, foi para 0,65% em setembro.

Além dessas, outras despesas aumentaram, a exemplo dos gastos com Habitação, que passaram de 0,32% em agosto para 0,49% em setembro, com destaque para aluguel residencial (0,92%), taxa de água e esgoto (0,89%) e condomínio (0,45%).

Dessa forma, enquanto os alimentos ficaram, em média, 0,72% mais caros, os produtos não alimentícios aumentaram 0,47%, também acima de agosto (0,29%).
 
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de agosto a 13 de setembro e comparados com aqueles vigentes de 14 de julho a 12 de agosto de 2011. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA; a diferença está no período de coleta dos preços.
Fonte:
Comunicação Social - 20 de setembro de 2011. http://www.ibge.com.br/home/presidencia/noticias/ipca_20092011.htm

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