PIB brasileiro cresce 1,5% em relação ao 1º trimestre
do ano e chega a R$ 1,2 trilhão:
O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu +1,5% no 2º trimestre de 2013, em
comparação ao 1º trimestre. Essa foi a maior alta de trimestre contra trimestre
desde os primeiros meses de 2010, superando a expectativa do mercado. Levantamento
do Valor Data, por exemplo, apontava para uma expansão de 1% no período. O destaque
ficou por conta da Agropecuária, que apresentou crescimento de +3,9%, seguida
pela Indústria (+2,0%) e Serviços (+0,8%). Na comparação com o 2º trimestre de
2012, o PIB cresceu +3,3%. No acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento do
PIB foi de +1,9%. Para o professor de economia do IBMEC, Mauro Rochlin, o
crescimento da economia foi disseminado e deve ser comemorado. "Não apenas
os três setores (indústria, serviços e agropecuária) tiveram um crescimento
robusto. Também a alta dos subsetores da indústria mostra que o resultado não
foi pontual nem episódico". Outro destaque sobre os dados do PIB refere-se
à Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que cresceu +3,6%, e que significa que
o setor privado se mostra mais disposto a investir na produção de olho no
futuro. A taxa de investimento (FBCF/PIB) ficou em 18,6%. A economia brasileira
não só surpreendeu no 2º trimestre, como bateu o PIB de outros países, que tiveram
um desempenho bem mais modesto. A Espanha ficou próxima da estagnação no
período, com variação de 0,1%. França, Reino Unido e Alemanha cresceram,
respectivamente, 0,5%, 0,6% e 0,7%. Já Estados Unidos e Japão empataram, com
desempenho de 0,6%.
Economistas analisam que dados do PIB são animadores e revisam números
para 2013: Ainda que os dados
referentes ao PIB não sejam "espetaculares", como diz o
economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI),
Rogério César de Souza, eles são animadores. "Os números deixam bem claro
que a economia brasileira deu uma embicada para cima, mesmo com ressalvas.
Houve uma retomada generalizada, o ritmo passou da primeira para a segunda
marcha". Na análise de Souza, um dos destaques foi o crescimento de 3,6%
da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – que mede quanto as empresas
aumentaram seus bens de capital, utilizados para produzir outros bens, como
máquinas, equipamentos e material de construção. Este é um claro sinal de
otimismo do empresariado. Dois outros destaques foram a indústria de
transformação e da construção, "que pegaram um novo ritmo", avalia
Souza. Parte da retomada do crescimento, explica o economista-chefe do IEDI,
tem a ver com projetos de infraestrutura, ou seja, está relacionada a projetos
do governo. Também contam favoravelmente nesse ambiente de retomada dados
internacionais, como os primeiros sinais mais relevantes de recuperação da
economia americana. "Os dados são muito positivos, houve uma boa
indústria, e trazem um alívio para o Ministério da Fazenda" após um início
de ano ruim, avalia André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. A
expectativa para o 2º semestre, analisa Souza, do IEDI, é de que os
investimentos continuem a crescer no País. Mas o economista faz uma ressalva:
"Esses números devem fazer com que o governo avalie o efeito desses
pacotes de isenção setoriais. O governo deve trabalhar a indústria no longo
prazo. A indústria precisa de uma política, não de pacotes". Para
Alexandre Chaia, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (INSPER), esses
pacotes travavam o investimento. O empresariado, explica, ficava em dúvida se
colocava dinheiro na produção nas condições vigentes ou aguardava uma nova
rodada de incentivos. A redução dessas intervenções pontuais acabou com os
receios causados pelas tentativas do governo de "manipular" a
economia – como diz Chaia – e isso ajudou a liberar o investimento. O
economista, porém, avalia que as condições atuais de alta do Dólar e protestos
nas ruas devem minar o apetite dos empresários e levar a um desempenho menos
positivo no 2º semestre. Julio César Gomes de Almeida, ex-secretário de
Política Econômica e professor da Unicamp, considerou positiva a alta do PIB,
mas faz ressalvas. "Foi um crescimento muito bom. Mas há dados que merecem
atenção. As exportações de bens e serviços aumentaram 6,9% no período, mas a
base era baixa, porque no semestre anterior a queda foi nessa proporção",
avalia. Almeida também chama a atenção para o fato de o crescimento do consumo
das famílias ter apresentado uma taxa baixa de expansão – 0,3%. Se esse ritmo
de mantiver, explica o economista, a previsão é que o consumo das famílias
cresça apenas 1% em 2013. O ideal, diz, seria que essa expansão chegasse a 4%
no ano. "Isso mostra que o PIB não cresceu devido ao consumo. Houve um
esgotamento da capacidade do consumido, o que de alguma forma pode refletir o
comportamento da inflação", diz o professor da Unicamp. Bancos,
consultorias e corretoras previam números muito mais tímidos em relação ao PIB.
A Tendências, por exemplo, esperava 0,7% de crescimento. A economista da
consultoria, Alessandra Ribeiro, lembra que o PIB do agronegócio foi sua
principal surpresa. “São números muito difíceis de monitorar, então o PIB Agro
sempre nos surpreende, tanto para cima quanto para baixo”, diz. Em sua revisão
de projeções, o ajuste anual foi para cima – ela agora espera 2,4% de
crescimento em 2013, 0,3 ponto percentual a mais. Para 2014, Alessandra passou
suas projeções de 2% para 2,1%, já impactados pela parada típica dos anos
eleitorais. “Algumas concessões, por exemplo, devem sair, mesmo diante de uma
suspensão temporária das decisões pesadas de investimentos.” A economista vai
na contramão do Boletim Focus – que trouxe uma revisão para baixo de 2,4% para
2,3% na previsão de crescimento. A Austin Rating também havia feito uma
previsão mais conservadora para o 2º trimestre: crescimento de 0,8%. Embora
tenha ficado muito abaixo dos 1,5% registrados, Alex Agostini, economista-chefe
da Austin Rating, afirma que a instituição estava entre os mais otimistas. Estava,
porque agora fizeram novo ajuste – e para baixo. Ele explica que o 2º trimestre
foi “anabolizado” por uma ação direta do governo, com desonerações e subsídios
de crédito. “Agora sem esses elementos vamos ver uma economia mais fraca”, diz.
Na Gradual Investimentos, por exemplo, a perspectiva era de um tímido
crescimento de 0,7%. André Perfeito, economista-chefe da instituição, foi um
dos que revisou suas perspectivas para 2013, de 2,1% para 2,7% de crescimento
para o ano. Perfeito explica que as previsões anteriores, feitas em junho,
vieram contaminadas com diversas notícias desfavoráveis. “A elevação da SELIC
foi mais forte que imaginávamos, anunciaram o começo da retirada dos estímulos
nos Estados Unidos, a S&P [agência de avaliação de risco Standard &
Poor's] revisou as perspectivas para a dívida brasileira e ainda tivemos
inflação fora do centro da meta e as maiores manifestações desde a república”,
diz. “Isso foi o que sustentou o pessimismo anterior”. Agora o cenário é outro.
Para Perfeito, as preocupações que não deixaram o pessimismo sair de cena não
deverão se repetir. “As manifestações já perderam força, o anuncio da retirada
dos estímulos já veio e um outro corte da S&P já não será o primeiro, então
outras notícias como essa não terão o mesmo impacto”. Esse erro de cálculo fez
com que a agenda dos economistas-chefe ficasse mais atribulada que o de costume.
Consultadas pela reportagem, instituições como o Banco Itaú e a Quest
Investimentos preferiram nem mencionar as análises anteriores antes rever suas
projeções. O pessimismo que assolava o mercado em meados de junho parece estar
dando lugar a um novo cenário. Otto Nogami, gestor de fundos de investimento e
professor do INSPER, lembra que a elaboração das perspectivas econômicas pode
ser bastante imprecisa, dada a alta interferência da “componente psicológica”
na elaboração das análises. Manifestações de cunho político, subida dos juros e
corte de rating pela S&P, por exemplo, podem ter criado “uma preocupação muito
mais incisiva que a necessária”, na opinião do professor. “As equipes são muito
quantitativas e pouco qualitativas na análise que fazem. Essa é a grande
armadilha da economia”, explica. Um dos elementos que não foram levados em
conta, na leitura de Nogami, foi a dimensão do impacto da safra recorde de
grãos do 1º semestre. De olho na indústria, analistas não se atentaram que os
principais resultados da grande safra deveriam gerar impacto ainda no 1º semestre.
Esse foi a leitura de Flávio Combat, economista-chefe da Concórdia, que acertou
qual seria o crescimento do PIB do 2º trimestre. Além da safra de grãos, cresceu
também a atividade econômica no setor de serviços, o que não deveria ser
surpreendente, ao menos segundo Nogami. “Não dá para mensurar exatamente o
impacto desses, mas eventos como a Copa das Confederações e a visita do Papa
Francisco movimentam o setor de serviços em diversos níveis”, afirma Nogami.
Boletim Focus volta a subir estimativa do PIB
em 2013: De
acordo com o último Boletim Focus de agosto, o Banco Central aumentou a
previsão do PIB para 2013, de 2,24% no início do mês, para 2,32% no final do
mês. Para 2014, entretanto, a projeção apresentou redução de 2,60% para 2,30%.
Apesar das boas notícias, Mantega admite pela primeira vez que Brasil
vive minicrise: O Brasil está
vivendo uma “minicrise”, admitiu pela primeira vez o Ministro da Fazenda, Guido
Mantega. Segundo ele, os problemas são provocados pelo possível fim do programa
de recompra de títulos públicos pelo Federal Reserve (o banco central
americano), que culminaram na desvalorização recente do Real frente ao Dólar,
combustível para a inflação. A desaceleração de outros países emergentes
aumenta o desconforto, pois dificulta a retomada da economia brasileira, disse
o ministro. O otimismo típico de Mantega, contudo, permanece. Ele prevê
crescimento de 2,5%da economia neste ano e de 4% no próximo, quando a mini
crise passar. Durante encontro com empresários em São Paulo, o Ministro tentou
convencê-los de que não há desconfiança internacional com a economia
brasileira. Afirmou que a desvalorização cambial acontece porque o Brasil é um
país com mercado de capitais mais aberto que outros emergentes, o que
justificaria a maior volatilidade. Mantega ressaltou a permanência do capital
estrangeiro no país. Segundo suas estimativas, a conta financeira deve fechar
com superávit de US$ 80 bilhões, financiando o déficit em conta corrente de US$
75 bilhões. O Ministro também afirmou que um novo reajuste nos preços de
combustíveis não deve acontecer mais este ano, em função da variação cambial.
COPOM eleva taxa SELIC
para 9,00% ao ano: Dando prosseguimento ao ajuste da taxa básica de juros, o COPOM (Comitê de Política Monetária) do
Banco Central decidiu por unanimidade, em sua última reunião realizada entre 27
e 28 de agosto, elevar a taxa SELIC para 9,00% ao ano, sem viés. O Comitê avaliou que essa decisão contribuirá para
colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no
próximo ano. Analistas do mercado já esperavam esta alta de 0,5 ponto
percentual na SELIC, e até o final de 2013, ainda acreditam em mais um aumento
de 0,5 ponto percentual, chegando a 9,50% (segundo últimas projeções do último Boletim
Focus de agosto, do Banco Central). Para 2014, o Focus projeta SELIC a 9,75%.A próxima reunião do COPOM está marcada para 08
e 09 de outubro.
Alta na SELIC pode ser ou não vantajosa para setor financeiro?: A cada alta nos juros, a reclamação no setor
produtivo é geral. No entanto, além dos investidores em renda fixa, há quem
tire vantagem dos ciclos de alta na taxa básica de juros. Trata-se das
instituições financeiras, as quais se beneficiam com o aumento do custo do
dinheiro. Pedro Rossi, professor do Centro de Estudos de Conjuntura e Política
Econômica (CECON) da Unicamp, destaca um momento especialmente positivo para os
bancos de investimento, que captam recursos com repasses externos e venda de
cotas de fundos. Esse tipo de instituição é uma das principais beneficiadas de
um cenário suficientemente sedutor para o investidor estrangeiro – que mitiga o
risco investindo em aplicações atreladas à taxa básica de juros, que por aqui
rendem muito mais que no restante do mundo. “Com juros mais altos, nos tornamos
mais atraentes. Especialmente em tempos de crise nos Estados Unidos e na
Europa, onde os juros são mais baixos e ainda não há estabilidade econômica”,
afirma Rossi. O especialista destaca que os bancos comerciais, por sua vez, já
não saem em tamanha vantagem. Isso porque o aumento nos juros se torna um
importante impeditivo para a tomada de crédito, o que resulta em um encolhimento
na carteira de serviços prestados pela instituição. A amplitude da base de
clientes, no entanto, garante o ganho “na margem”, junto com as operações de
captação de investidor estrangeiro. Nicola Tingas, economista-chefe da
Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento
(ACREFI), lembra, no entanto, que a maior rentabilidade das instituições de
crédito está na concessão de crédito com alto risco – o que naturalmente é mais
frequente na relação direta com o consumidor final. “O mercado forma os preços
conforme o risco”, afirma. Entre as instituições financeiras, quem quer evitar
o risco busca ser credor do governo e, segundo Tingas, “os bancos estão com
apetite”. “A maior dificuldade está em encontrar clientes físicos ou jurídicos
com capacidade de honrar os pagamentos.” Em cenários de ampliação da
inadimplência, o cuidado deverá ser redobrado. Nem mesmo o setor produtivo é
unânime. Ao passo que a maior parte das indústrias, por exemplo, reclamam do
crédito caro, há aquelas que se beneficiam dessa taxa de juros mais elevada. O
segredo está no braço forte no lado financeiro. “Algumas empresas trabalham nas
duas pontas, então elas ganham dinheiro com as suas operações no setor
financeiro, onde os juros são favoráveis”, explica Rossi. Para empresas que não
têm essa estratégia, alta da SELIC não é uma boa nova. “Para o setor produtivo,
ao contrário, os juros são custos, o que naturalmente faz com que as empresas
defendam e pressionem pela redução, invariavelmente”, observa. Sob pressões de
ambos os lados, o debate resvala na esfera política, o que Otto Nogami, gestor
de fundos de investimento e professor do Insper, considera um erro. “Daí a
necessidade de um Banco Central independente, que não sofra esse tipo de
interferência”, diz. Para ele, o empresário evita assumir riscos e cobra do
governo uma postura “paternalista” do setor financeiro. “Mesmo quando a taxa de
juros estava a 7,25% ao ano, não havia grandes investimentos do setor
produtivo”, afirma. “À medida que o empresariado também assume riscos, a taxa
de juros tende a ficar menos impeditiva”. Nogami defende, no entanto, que a
política aplicada pelo Banco Central é um importante termômetro da capacidade
de produção do País. “Viemos estimulando o consumo beneficiando o sistema
creditício nos últimos tempos. Uma alta na taxa de juros mostra que esta na hora
de dar uma pausa nessa onda de estímulos”, afirma. “Do ponto de vista
estritamente monetário, subir a taxa de juros tira moeda de circulação, então
não deixa de ser uma componente recessiva”, explica.
Inflação medida pelo IPCA ficou em 0,24%: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou
variação positiva de 0,24% em agosto, uma diferença de 0,21 ponto percentual a
mais em relação à taxa verificada em julho, que foi de 0,03%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Em agosto de 2012, a taxa havia ficado em 0,41%. O IPCA
acumula altas de 3,43% no ano (ainda acima dos 3,18% identificados em 2012) e
de 6,09% nos últimos 12 meses (abaixo dos 6,27% relativos aos 12 meses
anteriores). O grupo ‘Habitação’ apresentou variação de 0,57% em agosto, com o
maior impacto no resultado geral do IPCA (0,08 ponto percentual). Em termos
percentuais, o grupo ‘Artigos de Residência’ foi o que apresentou maior
variação em agosto (+0,89%), e seu impacto no IPCA foi de 0,04 ponto
percentual. Também apresentaram variação positiva em agosto os grupos ‘Educação’
(+0,67%, e impacto de 0,03 ponto percentual no IPCA) e ‘Saúde e Cuidados
Pessoais’ (+0,45%, e impacto de 0,05 ponto percentual no IPCA). Por outro lado,
o grupo ‘Transportes’ apresentou variação negativa de -0,06% em agosto, e
impacto negativo no IPCA de -0,01 ponto percentual. Segundo as projeções do
Banco Central, em seu último Boletim Focus de agosto, o IPCA deve ficar em 5,83%
em 2013 (a projeção feita no início do mês era de 5,75%). Para 2014, a projeção
está em 5,84% (no início do mês era de 5,87%).
Inflação medida pelo IGP-M desacelera de 0,26%
em julho para 0,15% em agosto:
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a chamada ‘inflação do aluguel’,
fechou agosto em 0,15%, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com isso, o
acumulado em 2013 está em 2,1686%, e nos últimos 12 meses, o índice está em 3,8507%.
Segundo as projeções do Banco Central, em seu último Boletim Focus de agosto, o
IGP-M deve ficar em 4,45% em 2013 (a projeção feita no início do mês era de 4,69%).
Para 2014, a projeção está em 5,55% (no início do mês era de 5,50%).
Dólar fechou agosto em R$ 2,3850: O Dólar encerrou o mês de agosto beirando os R$
2,40. A cotação de 30 de agosto foi de R$ 2,3850, ante R$ 2,3020, verificada no
início do mês. Foi o 4º mês consecutivo de elevação da moeda americana frente
ao Real. O Euro fechou julho a R$3,1308, ante R$ 3,0285, verificado no início
do mês. Especificamente com relação ao Dólar, em agosto o Dólar apresentou
ganho de +3,60%, e no ano, até agora, acumula alta de +16,56%. A previsão para
a taxa de câmbio, feita pelo Banco Central para 2013, conforme o último Boletim
Focus de agosto, é de R$2,36 (no início do mês era de R$ 2,25). Para 2014, a
taxa de câmbio está estimada em R$ 2,40 (no início do mês era de R$ 2,30).
BC anuncia programa de leilões de câmbio em agosto: Com o objetivo de prover “hedge” (proteção) cambial aos agentes econômicos e liquidez ao mercado de câmbio, o Banco Central do Brasil comunicou que a partir do
dia 23 de agosto teve início um programa de leilões de swap cambial e de venda de dólares com compromisso de recompra.
Esse programa se estenderá, pelo menos, até 31 de dezembro de 2013. Os leilões
de swap ocorrerão todas as segundas,
terças, quartas e quintas-feiras, quando serão ofertados US$ 500 milhões por
dia. Às sextas-feiras, será oferecida ao mercado, por meio de leilão de venda
com compromisso de recompra, linha de crédito no valor de US$ 1 bilhão. Se
julgar apropriado, o Banco Central do Brasil realizará operações adicionais.
FIESP aponta que Dólar entre R$ 2,30 e R$ 2,40 é o mais adequado para o
País: O presidente da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Paulo Skaf, disse que
o câmbio a R$ 2,40 é razoável para a indústria e elimina um dos principais
fatores que barram o avanço da competitividade do setor manufatureiro nacional.
"Estamos com a questão cambial resolvida. Não vamos pregar que aumente
mais", afirmou. Segundo ele, várias simulações apontavam que a cotação
mais adequada para o País estaria entre R$ 2,30 e R$ 2,40. De acordo com Skaf,
o câmbio chegou a atingir o patamar de R$ 1,50, o que era um nível ruim para a
indústria e o setor produtivo nacional. "Se aquilo estivesse certo, a
cotação não estaria hoje em R$ 2,40".
Inadimplência de
empresas cresce 2,9% em julho: O
Indicador de Inadimplência das Empresas cresceu 2,9% em julho ante junho,
informou a SERASA Experian. Na comparação com julho de 2012, houve aumento de
4,6%. Já no acumulado do ano foi registrado avanço de 1,8% sobre o período de
janeiro a julho do ano passado. Em nota, os economistas da SERASA avaliam que a
alta da inadimplência das pessoas jurídicas frente a junho em todo o País se
deu em razão de "uma conjuntura desafiadora" formada por vários fatores,
como atividade econômica fraca, elevação do câmbio - que afeta as empresas
endividadas em dólar -, juros altos e crédito mais seletivo. Nos primeiros sete
meses do ano, as dívidas não bancárias (com cartões de crédito, financeiras,
lojas e prestadoras de serviços como telefonia, energia e água) tiveram valor
médio de R$ 812,24, um crescimento de 4,7% na comparação com igual período de
2012. O valor médio dos títulos protestados subiu 5,3%, indo para R$ 2.042,98,
e o dos cheques sem fundos passou para R$ 2.492,12 - um aumento de 13,2%. Já as
dívidas com bancos apresentaram recuo de 4%, com o valor médio caindo para R$
5.074,30.
Brasil gerou 41.463 novos empregos formais em julho: Segundo os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), referentes a
julho de 2013, foram criados no Brasil 41.463 novas vagas de emprego com
carteira assinada, equivalente a uma expansão de 0,10% no estoque de
assalariados com carteira assinada do mês anterior. Apesar do resultado manter
a trajetória de crescimento, revela sinais de perda de dinamismo na geração de
emprego, quando comparado com os dados de julho de 2012 e junho de 2013. No
acumulado do ano de 2013, os dados mostram um acréscimo de 907.214 novos empregos formais. Nos últimos 12 meses, o aumento foi
de 918.193 postos de trabalho. O comportamento do mês de julho originou-se da
expansão de seis dos oito setores de atividade econômica pesquisados, com destaque
para: a Agricultura, com +18.133 novos postos (ou +1,08%); os Serviços, com +11.234
novos postos (ou +0,07%); a Indústria de Transformação, com +7.154 novos postos
(ou + 0,09%); a Construção Civil, com +4.899 novos postos (ou +0,15%); e o
Comércio, com +1.545 novos postos (ou +0,02%).
Taxa de desemprego é de 5,6% em julho, segundo o IBGE: A taxa de desemprego apurada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nas seis principais regiões
metropolitanas do país, ficou em 5,6% em julho, redução de 0,4 ponto percentual
em relação à taxa verificada em junho.
Produção industrial
cai 2% em julho: Segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em julho de 2013 a
produção industrial nacional registrou queda de 2,0% em relação ao mês
anterior, praticamente anulando os ganhos de 2,1% registrados em junho. Em
comparação a julho de 2012, a produção industrial registrou alta de 2,0%.
No acumulado dos setes primeiros meses de 2013, a produção registra alta de
2,0% em comparação com o mesmo período de 2012. Em 12 meses, o setor industrial
teve expansão de 0,6%. A queda de 2% em julho foi puxada principalmente pelo
segmento de veículos automotores, que apresentou retração de 5,4% na comparação
com junho, quando subiu 1,8%. Ainda de acordo com o IBGE, a queda na atividade
industrial aconteceu de forma generalizada, em 15 dos 27 ramos industriais. Em
segundo lugar entre os destaques de queda na produção aparece o setor
farmacêutico, com retração de 10,7%, ante alta de 10% em junho. O setor de
refino de petróleo e álcool foi o que apresentou maior alta entre os 11
indicadores que registraram produção industrial maior - 3,3% ante queda de 4,1%
em junho. Em seguida, o setor de bebidas teve alta de 2,3%.
Governo propõe
salário mínimo 6,62% mais alto para 2014: O novo valor do salário mínimo deverá ser de
R$ 722,90. O anúncio foi feito pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
Ela esteve no Congresso para entregar ao presidente da Casa, Renan Calheiros
(PMDB-AL), a peça orçamentária de 2014. O texto deve ser votado pela Câmara e
pelo Senado até o fim do ano. O reajuste passa a valer em 1º de janeiro de
2014. Se aprovado, o salário mínimo do próximo ano terá um aumento de 6,62% em
relação ao de 2013 (R$ 678,00). O reajuste é menor do que o registrado em 1º de
janeiro de 2013, quando o valor aumentou 9% em relação a 2012. O cálculo para
reajuste do salário mínimo é feito a partir do crescimento do Produto Interno
Bruto (PIB) de dois anos anteriores e a inflação medida pelo Índice Nacional de
Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior.
Impacto do reajuste
do salário mínimo será de R$ 29,2 bilhões: A Ministra do Planejamento, Miriam Belchior,
afirmou que o impacto do salário mínimo previsto para 2014 em relação aos
benefícios que são calculados a partir dele será de R$ 29,2 bilhões. A previsão
representa um aumento em relação ao que já tinha sido apontado pelo próprio
governo. O valor anteriormente indicado na Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) era de R$ 719,48.
Segundo Ministro, novo salário mínimo não prejudicará a criação de
empregos: O Ministro do
Trabalho e Emprego, Manoel Dias, disse que o aumento do salário mínimo não
prejudicará a geração de empregos e o esforço fiscal do governo previsto para
2014. “Não vai impactar [o esforço fiscal]. O governo tem o controle das
contas, tem superávit para administrar, também, a questão do Dólar. O governo
tem o controle de todos os setores para que não incorrermos em qualquer perigo
de insucesso”. A meta de superávit primário (economia para pagar os juros da
dívida pública) no próximo ano poderá ficar acima de 2,1% do Produto Interno
Bruto (PIB), estipulados na proposta de Orçamento Geral da União de 2014.
Segundo o Ministério da Fazenda, o percentual anunciado pelo governo representa
o limite mínimo de esforço fiscal. De acordo com o Ministro do Trabalho, o novo
salário mínimo não afetará negativamente a geração de empregos, porque o país
está recebendo grandes investimentos. “Não vai ter [impacto na geração de
empregos] porque os investimentos que o Brasil está tendo são enormes. Cada dia
mais nós temos os estádios para a Copa, agora estamos fazendo os aeroportos,
fazendo a obras de mobilidade urbana. Estamos leiloando os portos, temos várias
construções da Petrobras. Há uma circulação muito grande de investimentos e
esse investimento exige mão de obra”, disse Dias.