sexta-feira, 10 de agosto de 2012

TERMÔMETRO ECONÔMICO - Julho de 2012

No mês de julho, vários indicadores macroeconômicos brasileiros apresentaram piora nos seus resultados, em relação ao mês anterior. As projeções de crescimento da economia brasileira estão cada vez mais pessimistas, a inflação voltou a crescer, bem como a inadimplência, e o mercado de trabalho começa a dar os primeiros sinais de desaquecimento na geração de emprego. Os resultados econômicos dos países da Zona do Euro, apesar de todas as iniciativas, demonstram que a crise ainda pode piorar. E os mercados emergentes (em especial os outros países dos BRIC´s) também já demonstram sinais de desaquecimento econômico, preocupação para o Brasil, já que são atualmente importantes parceiros comerciais do país.

  • Estimativa para o PIB em 2012 cai para 1,85%: De acordo com o último Boletim Focus de julho, o Banco Central reduziu mais uma vez a previsão do PIB para 2012, de 2,01% no início do mês, para 1,85% no final de julho. Para 2013, a projeção também caiu, de 4,20% no início do mês, para 4,00% no final de julho.
  • IPEA afirma que ‘crescimento da economia brasileira em 2012 é medíocre’: O crescimento da economia brasileira em 2012 tem sido “medíocre”, nas palavras do coordenador do Grupo de Análise e Previsões (GAP) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Roberto Messenberg. Ele comparou indicadores macroeconômicos de 2012, com resultados desfavoráveis, aos de 2011 e de 2010, e fez duras críticas à atual política econômica que, segundo ele, estaria centrada em lançar pacotes de medidas inseridas no “curto prazismo”, sem compromisso com o longo prazo – aliás, este também tem sido o tom de análise deste nosso boletim, já há algumas edições. O técnico cita como exemplo o Programa Brasil Maior: “Estamos perdendo o foco da política econômica, que está se tornando um emaranhado de políticas desconexas e pontuais, que não estão atuando em uma estratégia de longo prazo de crescimento”. Para ele, o governo deveria estar centrando esforços em buscar outro modelo que possa levar o país a uma trajetória de crescimento econômico sustentável. “Há claramente um esgotamento do modelo de crescimento baseado em consumo”, afirmou, lembrando que as estratégias norteadas pela demanda doméstica sustentaram as taxas do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nos últimos anos. O novo modelo deveria ser sustentado por ações que apóiem o fortalecimento da fatia dos investimentos no PIB. No 1º trimestre do ano, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) foi de 18,7% do PIB, abaixo da meta desejada pelo governo de superar a faixa dos 20% no ano. Ele observou que, historicamente, em momentos onde a conjuntura macroeconômica indica sinais negativos em várias frentes, o investimento público torna-se uma espécie de “tábua de salvação da economia”. Mas, em sua análise, além de não elevar investimentos no momento atual, o governo não está buscando o novo modelo. Tão pouco está idealizando estratégias para impulsionar investimentos da iniciativa privada. “Começamos a entrar em uma política, que eu realmente não entendo, que é de privilegiar superávits primários feitos em cima de cortes de investimentos”. Outro fator que contribui para a fraca expansão econômica atual é a perda de produtividade da Indústria da Transformação. O IPEA alertou sobre um perigoso descolamento entre os níveis de produtividade e a evolução dos salários reais, dentro da indústria. Isso, na prática, eleva o custo unitário do trabalho e onera mais ainda o setor industrial. Caso este descolamento prossiga, pode funcionar como mais um obstáculo à possibilidade de retomada da atividade industrial nos próximos meses – e, por conseqüência, ajudar a desacelerar ainda mais o ritmo de crescimento do PIB brasileiro. O técnico de planejamento e pesquisa do instituto, Leonardo Mello, afirmou que, para a atividade industrial não encerrar 2012 com taxa de variação negativa, seria preciso um crescimento mensal da ordem de 1,6% de junho a dezembro desse ano (algo que vem se mostrando cada vez mais improvável).
  • Ministro Mantega ainda acredita em crescimento acima de 3% para o 2º semestre de 2012: O Ministro afirmou que é possível um crescimento de 3,5% a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) anualizado no 2º semestre de 2012. "Estou olhando para o 2º semestre, o 1º foi fraco e no 2º semestre podemos crescer 3,5% a 4%. É claro que depende da atitude de todos". Questionado sobre uma projeção para o ano, Mantega afirmou que "continuaremos lutando para ter o maior PIB possível para este ano" e que "não estou aqui para fazer projeções de PIB". Mantega cobrou ajuda do setor empresarial, com investimentos, e dos bancos, com redução de spreads e aumento de crédito. "É preciso que o setor empresarial aumente investimentos, que o setor desperte o espírito animal e faça os investimentos, pois quem sai na frente tem vantagem". Ou seja, traduzindo suas falas, percebe-se apenas uma boa intenção do Ministro em acreditar numa retomada do crescimento na 2ª metade do ano, e chama o empresariado a ser co-responsável por este desejo. Mas em termos objetivos, não conseguiu apontar soluções concretas e, principalmente, mais positivas, sobre os rumos da economia brasileira, o que é lamentável. O Ministro também mandou um recado ao setor bancário para que os reduzam seus spreads. O Ministro reconheceu que a inadimplência aumentou e que não é mais possível o crédito crescer com o mesmo ritmo que cresceu nos últimos anos, saindo de 22% do PIB para os atuais cerca de 50%. Porém, de acordo com ele, os bancos não devem reduzir as operações de concessão de crédito. "Os bancos são pró cíclicos, mas têm de ser anticíclicos. Não é sair dando crédito, mas se reduzir o spread, a inadimplência vai cair. O spread bancário no Brasil é muito alto. Vocês têm de ganhar no volume. Dá para fazer mais”. Ainda de acordo com Mantega, os bancos têm de buscar lucros por meio de aumento de produtividade e investimentos em tecnologia. Por último, o Ministro disse que a economia brasileira tem condições de voltar a crescer até 5% entre 2013 e 2014.
  • Mantega afirma que a crise retarda os benefícios das medidas de estímulo à economia brasileira: Juros mais baixos, controle fiscal e estabilização do Real em um patamar mais baixo em relação ao Dólar compõem, para o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, uma nova matriz macroeconômica, que vai estimular o crescimento da atividade do país nos próximos anos. Ele ponderou, contudo, que a crise na Zona do Euro, o baixo crescimento da economia dos Estados Unidos e a desaceleração da China e da Índia estão retardando os efeitos das medidas que têm sido adotadas pelo governo para estimular a economia brasileira. A queda na taxa de juros, por exemplo, foi citada por Mantega como um fator que estimula investimentos, e afirmou que a estratégia do governo para acelerar o crescimento da economia não está calcada apenas no estímulo ao consumo, como foi feito há três anos. Defendeu a diminuição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para alguns setores da indústria, e citou que o governo também está atuando com medidas estruturais para sustentar a produção e o consumo no longo prazo, mas, como em toda reforma, os efeitos dessa nova matriz levam algum tempo para serem sentidos. Mantega também voltou a dizer que novas desonerações em setores da indústria deverão acontecer nos próximos meses.
  • COPOM reduz a taxa SELIC para 8,00% ao ano: O Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM) decidiu, por unanimidade, manter a trajetória de corte na taxa básica de juros (SELIC) em 0,5 ponto percentual, como esperado por quase a totalidade dos analistas do mercado financeiro. Essa foi a 8ª queda consecutiva da SELIC. Com isso, os juros básicos brasileiros caíram para 8,00% ao ano e reforçaram a idéia de que, se for preciso subir os juros no futuro, dificilmente esta iniciativa significará ultrapassar a casa dos dois dígitos. O COPOM considerou que, neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação, e que dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária.
  • Mercado reduz previsão de alta da SELIC para 2013: O mercado mantém a previsão de que o juro básico da economia brasileira seguirá em queda nas duas próximas decisões do COPOM, até atingir o patamar inédito de 7,50% ao ano. O último Boletim Focus de julho aponta a SELIC fechando o ano em 7,25%, e 8,50% para 2013 (a estimativa anterior era de 9,00% em 2013). Assim, o mercado prevê aumento de 1 ponto no decorrer de 2013 e não mais de 1,5 ponto como visto anteriormente. Alguns analistas econômicos ainda mais otimistas acreditam que a SELIC possa chegar a até 6,50% neste ano. Entretanto, é importante destacar que a inflação, no mês de julho, demonstrou sinais de aquecimento, o que pode mudar as análises até então consideradas sobre a redução da SELIC.
  • Dólar fecha julho a R$ 2,0494: O Dólar encerrou o mês de julho em R$ 2,0494, alta de 3,17% em relação a junho. Com isso, o ganho anual subiu de 7,54% para 9,68%. O Euro fechou o mês em R$ 2,5242. Especificamente com relação ao Dólar, a cotação final de julho se mantém dentro do intervalo considerado pelo mercado como ‘banda informal’ (entre R$ 1,90 e R$ 2,10). A previsão para a taxa de câmbio, feita pelo Banco Central para 2012, conforme o último Boletim Focus de julho, está em R$ 2,00 (alta de R$ 0,05 em relação à projeção do final de junho). Para 2013, a taxa de câmbio também está estimada em R$ 2,00 (alta de R$ 0,10 em relação à projeção do final de junho).
  • IPCA de julho fica em 0,43%: Índice que mede a inflação oficial brasileira apresentou forte elevação em julho, passando de 0,08% em junho para 0,43% neste último mês (o maior resultado mensal desde abril). Com isso, o resultado em 2012 aponta uma inflação acumulada de 2,76%, ainda abaixo dos 4,04% verificados no mesmo período do ano passado. Entretanto, considerando os últimos 12 meses, o IPCA situa-se em 5,20%, acima dos 4,92% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores, invertendo o movimento decrescente que vinha sendo observado desde setembro de 2011, e se distanciando do centro da meta estipulada pelo governo, que é de 4,50%. A expectativa do Banco Central, no último Boletim Focus de julho, é que o IPCA encerre 2012 em 5,00%. E para 2013, a projeção é de 5,50%.
  • Grupo ‘Alimentação e Bebidas’ foi o principal vilão da inflação em julho: Os preços dos ‘Alimentos e Bebidas’ (de 0,68% em junho para 0,91% em julho) causaram impacto de 0,21 ponto percentual no IPCA, com destaque para o tomate, a cenoura e o alho. Os grupos ‘Despesas Pessoais’ e ‘Habitação’ também apresentaram forte impacto na inflação do mês (0,09 e 0,08 pontos percentuais, respectivamente). Já o grupo ‘Transportes’ foi o principal responsável para a queda do índice de inflação no mês de julho (de -1,18% em junho para -0,03% neste mês, impacto de -0,01 no IPCA). Entretanto, a Petrobrás já anunciou o objetivo de aumentar gradativamente os preços dos combustíveis para os próximos meses, devido aos resultados negativos da companhia, o que certamente ajudará a pressionar para cima a inflação deste grupo, e conseqüentemente, do próprio IPCA.
  • Aumento salarial de servidores pode pressionar inflação em 2013: A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou, por unanimidade, o texto-base da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2013. O relatório fixou o orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em R$ 45,2 bilhões no próximo ano e a meta do superávit primário em R$ 155,9 bilhões. O relatório abriu brechas para incluir reajustes salariais de servidores públicos no Orçamento de 2013. Na Lei também está previsto salário mínimo no valor de R$ 667,75 mensais, aumento de 7,36% sobre o valor atual de R$ 622,00. Dessa maneira, a expectativa do mercado de que a inflação para 2013 pudesse se manter próxima a 5,00% deve se alterar, com novas previsões de altas futuras. Cenário preocupante para a economia brasileira: fraco crescimento e inflação em alta!
  • IGP-M acelera em julho e fica em 1,34%: O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a chamada ‘inflação do aluguel’, voltou a se acelerar em julho, atingindo 1,34% no mês, frente a 0,66% verificado em junho, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A taxa ficou perto do teto do intervalo previsto nas estimativas do mercado financeiro, que era de 0,95% a 1,36%, com mediana de 1,26%. No ano, o IGP-M acumula alta de 4,57%, e de 6,67% nos últimos 12 meses. A projeção do Banco Central, em seu último Boletim Focus de julho, aponta o IGP-M encerrando 2012 em 7,12%, e para 2013, a projeção é de 5,00%.
  • Inadimplência do consumidor cresce 19% no 1º semestre de 2012: Segundo a SERASA Experian, o nível de inadimplência dos consumidores brasileiros aumentou 19,1% no 1º semestre de 2012 sobre igual período do ano passado. Em junho, o dado acelerou 15,4% sobre o mesmo mês de 2011, enquanto a comparação com maio deste ano apresentou retração de 0,5%. Economistas da SERASA Experian atribuem o avanço acumulado dos primeiros seis meses do ano ao crescente endividamento e descontrole do consumidor ao assumir novas dívidas. "A renda do consumidor está comprometida, principalmente com dívidas caras (cheque especial e rotativo do cartão de crédito) e de alto valor (veículos e imobiliárias), o que leva a um descontrole no gerenciamento da situação", disse a entidade em nota. De acordo com a SERASA, em média, 60% dos consumidores que não honram seus pagamentos têm dívidas acima de 100% de suas rendas. "É importante destacar que o patamar da inadimplência poderia ser superior, mas a evolução da renda e o desemprego baixo estão atenuando este cenário", disse a entidade. Vale destacar, neste contexto, que a tendência que se apresenta para o futuro é de arrefecimento na geração de empregos, o que pode abalar este cenário. As dívidas não bancárias e as com os bancos foram as principais responsáveis pela alta da inadimplência no 1º semestre, com variação de 21,6% e 22,1%, respectivamente.
  • Expectativa é de recuo na inadimplência do consumidor no 2º semestre: Apesar da análise feita no item anterior, a inadimplência do consumidor deve seguir trajetória de queda ao longo do 2º semestre, segundo previsão da SERASA Experian. O índice de perspectiva calculado pela empresa, que antevê o nível de inadimplência com seis meses de antecedência, caiu 1,5% em maio, ante abril, para 95,9 pontos. "A seqüência de quedas mensais do indicador sinaliza que a inadimplência do consumidor, após ter subido ininterruptamente desde o início de 2011, deve se estabilizar e, posteriormente, entrar em trajetória de recuo ao longo do 2º semestre deste ano", avaliou a entidade em nota.
  • Inadimplência das empresas tem maior alta desde 2009: Segundo a SERASA Experian, a inadimplência das empresas cresceu 16,5% no 1º semestre de 2012, na comparação com o mesmo período de 2011, sendo a maior alta para o período desde 2009. Em junho, a inadimplência recuou 5,7% na comparação com maio. No confronto com o mesmo período do ano passado, no entanto, houve elevação de 11,4%. As dívidas não pagas junto aos bancos foram as que mais cresceram no 1º semestre de 2012: alta de 23,9% ante o mesmo período de 2011. Já os protestos e as dívidas não bancárias cresceram em ritmos praticamente idênticos no período: altas de 19% e de 18,9%. Por fim, o volume de cheques devolvidos por falta de fundos avançou 3,7%. Para a SERASA, as empresas continuam a enfrentar dificuldades por causa da desaceleração da economia, do ainda alto nível de dívidas não pagas pelos consumidores e da maior seletividade das instituições financeiras na concessão de crédito, fatores que mantiveram a inadimplência das pessoas jurídicas em alta no semestre. Vale ressaltar que, diante do alto nível de inadimplência, os bancos aumentaram suas reservas para ‘calotes’ em 37%, o que, na prática, acaba se refletindo no aumento do custo para empréstimos futuros (e mesmo do spread bancário).
  • Expectativa é de manutenção elevada no índice de inadimplência das empresas: Se a inadimplência das pessoas físicas tende a cair, a das jurídicas deve manter-se em patamar elevado nos próximos meses, segundo a SERASA. O Indicador de Perspectiva da Inadimplência das Empresas avançou 0,5% em maio, na comparação com abril, para 104,8 pontos. De acordo com a companhia, foi a menor variação mensal do indicador em 18 meses, mas ainda assim sinaliza que a inadimplência das empresas deverá manter-se em patamar relativamente elevado. Por outro lado, é pequena a probabilidade de deterioração adicional durante o 2º semestre de 2012. "O lento processo de reativação do crescimento econômico, o nível ainda elevado da inadimplência dos consumidores e o agravamento da crise financeira internacional estão postergando a concretização de uma trajetória de queda mais consistente da inadimplência das empresas", observou a SERASA Experian.
  • País gerou 1.047.914 novas vagas no 1º semestre de 2012: Segundo os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram criados no Brasil, no 1º semestre do ano, 1.047.914 novas vagas de emprego com carteira assinada. Em termos setoriais, os dados mostram que todos os oito setores de atividade econômica elevaram o nível de emprego, com destaque para o setor de Serviços (+469.699 postos), Construção Civil (+205.907 postos), Agricultura (+135.440 postos, a maior taxa de crescimento entre todos os setores e subsetores), Indústria de Transformação (+134.094 postos) e Comércio (+56.122 postos). No mês de junho, foram gerados 120.440 novos postos de trabalho.
  • FMI divulga relatório sobre a economia brasileira: O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou o relatório ‘Staff Report for the 2012 Article IV Consultation for Brazil’, que analisa o desempenho macroeconômico do Brasil. O texto destaca que o ritmo de crescimento da economia brasileira vai se acelerar no 2º semestre de 2012 (como deseja o governo), devendo crescer em torno de 4% a 4,5% ao ano em 2013-2014. Avalia ainda que a desaceleração observada no final de 2011 foi fruto, em grande parte, da deterioração mais forte do que antecipada do quadro externo, que afetou a confiança dos empresários. O relatório também aponta que as políticas monetária e fiscal, adotadas desde agosto de 2011, promoverão uma recuperação gradual da atividade econômica brasileira, e foram avaliadas de forma positiva pelo Fundo Monetário, que entende também serem essas medidas adequadas para enfrentar a crise. O país é considerado bem posicionado, com políticas e instrumentos sólidos, para atravessar essa nova fase da turbulência internacional. Sobre o sistema financeiro, a avaliação é que ele está robusto, bem regulado e tem supervisão e provisões adequadas. O relatório aponta ainda que a inflação está convergindo para o centro da meta e se manterá em torno dela em 2013 (neste ponto, vale ressaltar que, à época da divulgação do relatório - a missão do FMI de “Consulta do Artigo IV” ocorreu no Brasil de 7 a 22 Maio de 2012 - a inflação ainda não havia apresentado sinais de volta do aquecimento, como observado em julho).
  • OCDE aponta desaceleração nos mercados emergentes, em especial nos BRIC´s: Relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta uma tendência de desaceleração econômica na Rússia, Índia e China. A organização sediada em Paris informou que o seu indicador para a China, que fornece uma medida da atividade econômica futura, caiu para 99,2 em maio ante 99,4 em abril, afastando-se ainda mais da média de longo prazo de 100. Para a Índia, o indicador caiu para 97,8 ante 98,0, também abaixo da média de longo prazo de 100. "Os indicadores apontam para desaceleração da atividade econômica na maioria das economias principais da OCDE e para uma desaceleração mais acentuada nas principais economias que não pertencem à OCDE", informou a Organização. O indicador geral para países da OCDE, que cobre 33 nações, recuou para 100,3 frente a 100,4, um nível consistente com crescimento moderado. O índice para a Zona do Euro ficou estável em 99,6 pelo 3º mês consecutivo, um nível que indica desaceleração. Os Estados Unidos continuaram em território de crescimento com uma leitura de 100,9, apesar de ficar abaixo da leitura de 101,1 de abril. O Japão viu seu indicador recuar para 100,7 ante 100,8. Fora da OCDE, o Brasil foi o único país a ver uma retomada da atividade econômica, com um aumento para 99,2 contra 99,0 na leitura anterior.
  • Diretora do FMI adverte sobre arrefecimento do crescimento econômico global: A próxima atualização do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre as perspectivas econômicas globais refletirá uma tendência "em baixa" e estará mais pessimista do que as previsões publicadas há três meses, afirmou a diretora do organismo, Christine Lagarde. "Os indicadores, sejam de investimento, emprego, crescimento ou indústria, desaceleraram em alguns lugares e pioraram muito em outros. E não só na Europa, também nos Estados Unidos e em alguns países emergentes, como Brasil, China e Índia”, disse Lagarde durante um fórum econômico na capital japonesa. Sem antecipar mais detalhes sobre o relatório, que será publicado em 16 de julho, a diretora do FMI se referiu também à cúpula européia, assinalando que as medidas tomadas vão "na direção correta", elogiando os avanços para a construção das bases rumo a uma união bancária, e considerou fundamental que isso esteja acompanhado de uma união fiscal. A participação de Lagarde no seminário de Tóquio, organizado pelo diário econômico Nikkei, inscreve-se nos preparativos para as próximas reuniões gerais do FMI e do Banco Mundial, que acontecerão na capital japonesa em outubro.
  • Pesquisa do Instituto Sentix aponta 73% de chance de uma ‘quebra’ da Zona do Euro: os investidores estão céticos com a possibilidade da permanência da Grécia na Zona do Euro. O índice de probabilidade de separação na Zona do Euro, medido pelo Instituto Sentix, subiu para 73% em julho. A pesquisa avalia a percepção de investidores sobre as chances de pelo menos um país deixar o grupo nos próximos 12 meses. O índice havia se estabilizado em 55% um mês atrás, quando os investidores foram consultados logo após saberem sobre os resultados de uma reunião de autoridades da União Européia. Em julho, a Espanha também passou a ser foco dos investidores. Chegam a 15,4% as chances do país também deixar o Euro, acima dos 12,5% reportados anteriormente. Para Portugal, houve queda de 13,4% para 12,2% no índice. A pesquisa ainda avalia as chances de contágio dos países com problemas para outras nações do grupo, que aumentaram de 44,1% para 45,3%.