Amigos,
Replico texto publicado pelo colega Denis Cardoso, aluno do MBA em Inteligência Estratégica e Competitiva da FIPE, no LinkedIn, com base no Valor Econômico. Trata de uma discussão importante e demonstra, mais uma vez, a importância da inteligência estratégica no campo da gestão dos negócios!! Recomendo a leitura!
Abraços a todos!
Título: Faltou Inteligência
Estratégica?
Revista traz capa com Eike e conta 'como perder bilhões em um ano'
A derrocada do bilionário Eike Batista é tema de mais uma publicação
internacional. O rosto preocupado do empresário estampa a capa da revista
Bloomberg Businessweek, que traz a chamada "Como perder uma fortuna de US$
34,5 bilhões em um ano". Para a revista, Eike pode estar se aproximando da
falência, o que seria um dos "maiores (se não o maior) colapsos pessoais
e financeiros da história".
A reportagem começa relembrando a comemoração do início da produção de petróleo
pela OGX, a petroleira do grupo EBX. Tratava-se de uma visita de Eike, da cúpula
política nacional - incluindo a presidente Dilma Rousseff - e de investidores
estrangeiros às obras do Porto do Açu, em abril de 2012. Eram bons tempos,
quando Eike, com 55 anos, surgia como a oitava pessoa mais rica do mundo e era
celebrado como a personificação do crescimento econômico brasileiro.
Naquela época, Eike conseguiu apoio de muitos investidores importantes. Entre
os exemplos, a Businessweek cita BlackRock e Pimco, dois dos maiores gestores
de recursos do mundo, como compradores de ações e títulos da OGX. O empresário
vinha de uma trajetória de ascensão como especialista em recursos naturais,
potencializada pelo crescimento econômico no governo Lula e pela abertura de
capital de suas empresas.
A OGX mesmo, cita a reportagem, teve o maior IPO (oferta inicial de ações) do
país, levantando R$ 6,7 bilhões com base em uma estimativa de reservas
potenciais de petróleo equivalente a um terço das pertencentes à Petrobras. O
império de Eike se expandia, com outras empresas destinadas a prover infraestrutura
para as demais unidades do grupo.
Em 2011, porém, surgiram as primeiras revisões de reservas da OGX, mais baixas
do que as iniciais. Mesmo assim, Eike e o executivo à frente da petroleira,
Paulo Mendonça, continuaram a destilar otimismo. Quando os resultados da
empresa ficavam aquém das expectativas, Eike recorria ao mercado financeiro
para financiar as operações. Em 2012, diz a revista, tanto a economia
brasileira quanto os negócios da EBX desaceleraram. Neste ano, poços da OGX
foram declarados improdutivos e Eike vem se desfazendo de empresas e bens
pessoais.
A reportagem cita uma fonte próxima ao empresário, que descreve como teria sido
a atuação de Eike na constituição da OGX neste trecho: "Ele diz que
cautela e paciência não são características de Eike. 'Eike é um negociante, não
um construtor de projeto', diz. 'Ele fixa metas que deveriam levar de cinco a
dez anos para serem atingidas, mas as administra como se estivesse correndo os
400 metros.' Batista também não gosta de más notícias, de acordo com essa
pessoa. 'A administração foi estruturada de uma forma que havia incentivo para
levar só boas notícias para Eike, porque ele tinha uma tendência de matar o
mensageiro', diz ele".
A matéria também passa pela história pessoal de Eike - lembra que ele é filho
de Eliezer Batista, ex-presidente da Vale; que se casou com a capa de Playboy
Luma de Oliveira e que os dois filhos do casal - Thor e Olin - têm nomes que
remetem a deuses nórdicos; que o X presente no nome de todas as suas empresas
representa um "multiplicador de riqueza"; que dava festas com
artistas de TV em seu iate, ancorado na baía da Guanabara; que era figura
recorrente na mídia - e que agora não aparece mais. Menciona, porém, que Eike
se tornou tema de piadas e até conta uma - que o papa Francisco voltará em
breve ao Brasil, onde tornará a visitar os pobres, inclusive Eike Batista.
Fonte: Valor Econômico