quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Caso Eike Batista: faltou inteligência estratégica?

Amigos,
Replico texto publicado pelo colega Denis Cardoso, aluno do MBA em Inteligência Estratégica e Competitiva da FIPE, no LinkedIn, com base no Valor Econômico. Trata de uma discussão importante e demonstra, mais uma vez, a importância da inteligência estratégica no campo da gestão dos negócios!! Recomendo a leitura!
Abraços a todos!
 
Título: Faltou Inteligência Estratégica?
 
Revista traz capa com Eike e conta 'como perder bilhões em um ano'
 
A derrocada do bilionário Eike Batista é tema de mais uma publicação internacional. O rosto preocupado do empresário estampa a capa da revista Bloomberg Businessweek, que traz a chamada "Como perder uma fortuna de US$ 34,5 bilhões em um ano". Para a revista, Eike pode estar se aproximando da falência, o que seria um dos "maiores (se não o maior) colapsos pessoais e financeiros da história".
 
A reportagem começa relembrando a comemoração do início da produção de petróleo pela OGX, a petroleira do grupo EBX. Tratava-se de uma visita de Eike, da cúpula política nacional - incluindo a presidente Dilma Rousseff - e de investidores estrangeiros às obras do Porto do Açu, em abril de 2012. Eram bons tempos, quando Eike, com 55 anos, surgia como a oitava pessoa mais rica do mundo e era celebrado como a personificação do crescimento econômico brasileiro.
 
Naquela época, Eike conseguiu apoio de muitos investidores importantes. Entre os exemplos, a Businessweek cita BlackRock e Pimco, dois dos maiores gestores de recursos do mundo, como compradores de ações e títulos da OGX. O empresário vinha de uma trajetória de ascensão como especialista em recursos naturais, potencializada pelo crescimento econômico no governo Lula e pela abertura de capital de suas empresas.
 
A OGX mesmo, cita a reportagem, teve o maior IPO (oferta inicial de ações) do país, levantando R$ 6,7 bilhões com base em uma estimativa de reservas potenciais de petróleo equivalente a um terço das pertencentes à Petrobras. O império de Eike se expandia, com outras empresas destinadas a prover infraestrutura para as demais unidades do grupo.
 
Em 2011, porém, surgiram as primeiras revisões de reservas da OGX, mais baixas do que as iniciais. Mesmo assim, Eike e o executivo à frente da petroleira, Paulo Mendonça, continuaram a destilar otimismo. Quando os resultados da empresa ficavam aquém das expectativas, Eike recorria ao mercado financeiro para financiar as operações. Em 2012, diz a revista, tanto a economia brasileira quanto os negócios da EBX desaceleraram. Neste ano, poços da OGX foram declarados improdutivos e Eike vem se desfazendo de empresas e bens pessoais.
 
A reportagem cita uma fonte próxima ao empresário, que descreve como teria sido a atuação de Eike na constituição da OGX neste trecho: "Ele diz que cautela e paciência não são características de Eike. 'Eike é um negociante, não um construtor de projeto', diz. 'Ele fixa metas que deveriam levar de cinco a dez anos para serem atingidas, mas as administra como se estivesse correndo os 400 metros.' Batista também não gosta de más notícias, de acordo com essa pessoa. 'A administração foi estruturada de uma forma que havia incentivo para levar só boas notícias para Eike, porque ele tinha uma tendência de matar o mensageiro', diz ele".
 
A matéria também passa pela história pessoal de Eike - lembra que ele é filho de Eliezer Batista, ex-presidente da Vale; que se casou com a capa de Playboy Luma de Oliveira e que os dois filhos do casal - Thor e Olin - têm nomes que remetem a deuses nórdicos; que o X presente no nome de todas as suas empresas representa um "multiplicador de riqueza"; que dava festas com artistas de TV em seu iate, ancorado na baía da Guanabara; que era figura recorrente na mídia - e que agora não aparece mais. Menciona, porém, que Eike se tornou tema de piadas e até conta uma - que o papa Francisco voltará em breve ao Brasil, onde tornará a visitar os pobres, inclusive Eike Batista.
 
Fonte: Valor Econômico