quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Lideres narcisistas arriscam mais e tornam as empresas mais inovadoras

Amigos,
Compartilho um interesse artigo publicado no site do Valor Econômico sobre estilo de liderança e inovação. Vale a pena refletir até que ponto o egocentrismo do líder ajuda na inovação, já que ao mesmo tempo pode ir contra ao trabalho de proteção das idéias inovadoras da organização. Para quem trabalha com Inteligência Competitiva, esse é um aspecto que precisa ser estudado e monitorado!
Boa leitura a todos!

Líderes narcisistas arriscam mais e tornam as empresas mais inovadoras

Desejo de chamar atenção dá mais confiança para CEO tomar decisões menos seguras, diz pesquisa

Valor Online | 24/11/2011 10:05

Presidentes de empresas narcisistas e egocêntricos são responsáveis por companhias mais inovadoras tecnologicamente, mostra um estudo da escola de negócios suíça IMD. Segundo os autores da pesquisa, o desejo de chamar atenção dá mais confiança para tomar decisões arriscadas, o que ajuda as organizações a superar a inércia que normalmente domina empresas já estabelecidas.

O estudo, feito com CEOs de 33 grandes companhias farmacêuticas dos Estados Unidos, analisou a resposta dessas instituições a mudanças apresentadas pelo setor nas últimas três décadas. Os professores relacionaram a intensidade e a rapidez com que as empresas tiveram alguma iniciativa em reação ao principal desenvolvimento da área na época - a biotecnologia - ao período em que os profissionais ocuparam a presidência dessas companhias.

Os resultados mostram que CEOs mais narcisistas têm mais chances de manter suas empresas na liderança em inovação tecnológica. O egocentrismo dos presidentes foi calculado por meio de informações como o destaque dado a fotos do profissional em relatórios anuais e menções ao nome do executivo em comunicados da empresa, entre outros fatores.

Mas os pesquisadores alertam que o narcisismo não é necessariamente uma garantia de sucesso. Assim como assumir riscos pode ser decisivo para se manter à frente da concorrência, a aposta pode acabar em fracasso e prejudicar a empresa. "Narcisistas veem o potencial para consagração onde outros veem risco excessivo, mas isso nem sempre quer dizer que eles recebem o aplauso que desejam ao final", explica o professor Albrecht Enders.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Inflação desacelera em outubro, e ajuda a aumentar a credibilidade do Banco Central

O Índice que mede a inflação oficial brasileira - IPCA - apresentou desaceleração em outubro, de 0,43%, ante 0,53% verificado em setembro. Com isso, o resultado em 2011 aponta uma inflação acumulada de 5,43%, acima da taxa de 4,38% verificada no mesmo período do ano passado, quase 1% acima do centro da meta estipulada pelo governo para o ano, que era de 4,5%.

Considerando os últimos 12 meses, o IPCA situa-se em 6,97%, recuando em relação aos 7,31% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. A expectativa do Banco Central, agora com maior probabilidade, é de que o IPCA encerre 2011 em até 6,5%, abaixo, portanto, do topo da meta de inflação estipulada pelo próprio governo.

O recuo do IPCA em outubro foi um sinal positivo para os brasileiros e para alguns economistas, que se mostravam temerosos com a volta da aceleração inflacionária para este final de ano. Mas foi principalmente importante para o Banco Central, pois ajudou a confirmar que a decisão de iniciar um ciclo de corte de juros em agosto – considerada então ação ousada demais por personalidades do mercado financeiro – comprovou-se plausível e, “por enquanto”, certeira.

O cenário traçado pelo BC foi de que a crise européia faria a economia desacelerar e, por conseqüência, a inflação perderia fôlego, o que de fato está ocorrendo. Comprovada pelo menos a tese de que a inflação acumulada recuaria – e até agravada pela deterioração da crise na Europa, que hoje vê uma situação perigosa principalmente na Grécia e na Itália – o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reforçou sua posição de destaque na Esplanada dos Ministérios, galgada principalmente pela confiança crescente da presidenta Dilma Rousseff.

Grupos ‘Alimentação e Bebidas’, ‘Transportes’, ‘Habitação’ e ‘Vestuário’ foram os vilões da inflação em outubro: Os preços dos alimentos (de 0,64% em setembro para 0,56% em outubro) continuaram aumentando, mas em ritmo menos acelerado, causando impacto de 0,13 ponto percentual no IPCA. Nos transportes (de 0,78% em setembro para 0,48% em outubro), o recuo foi provocado por vários itens, como as passagens aéreas, os combustíveis, conserto de automóvel, as tarifas dos ônibus interestaduais, e os automóveis. As despesas com habitação (de 0,71% em setembro para 0,62% em outubro) cresceram menos do que no mês anterior devido à taxa de água e esgoto, aluguel, energia elétrica e gás de botijão. O item empregados domésticos, cuja variação havia atingido 1,00% em setembro, reduziu para 0,10% em outubro e, junto com itens como cabeleireiro e costureira, levaram ao recuo das despesas pessoais (de 0,53% para 0,22%). Os artigos de vestuário (de 0,80% em setembro para 0,74% em outubro) também subiram em ritmo menos acelerado.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

TERMÔMETRO ECONÔMICO - Outubro de 2011

O mês de outubro destaca a volta da valorização do Real frente ao Dólar, face às notícias positivas quanto aos efeitos da crise econômica na Europa. O COPOM mantém sua estratégia de redução gradual da taxa SELIC para o final do ano, e os principais indicadores de inflação no país apresentam sinais de desaceleração. Outros indicadores de outubro: PIB (novas estimativas de redução para 2011 e 2012, confirmando a tendência de desaceleração da economia brasileira), inadimplência (reduzindo-se pela 1ª vez após 6 altas consecutivas) e mercado de trabalho (com saldo positivo no mês, mas bem abaixo do desempenho obtido em 2010).
  • Real volta a se valorizar fortemente em relação ao Dólar em outubro: Depois de ter apresentado alta desvalorização perante o Dólar no mês de setembro, o Real voltou a se valorizar fortemente em outubro. No final de setembro valia R$ 1,8800, mas fechou outubro cotado a R$ 1,704. Com isso, o Dólar encerra o mês com queda acumulada de 9,93%, e valorização em 2011 de apenas 3,21% (chegou a ser de mais de 14% no mês passado). O Real também se valorizou perante o Euro, fechando o mês de outubro em R$2,3610, ante R$2,4938 verificado em setembro. Especificamente com relação ao Dólar, a previsão para a taxa de câmbio, feita pelo Banco Central para 2011, está em R$ 1,75, conforme o último Boletim Focus de outubro, mas a previsão do mercado é que volte a cair para algo em torno de R$ 1,70. Para 2012, a nova taxa de câmbio passou de R$ 1,70 (início de outubro) para R$ 1,75 (final de outubro). De acordo com analistas de mercado, o acordo entre os líderes europeus para combater a crise da dívida na região trouxe de volta a tranqüilidade aos mercados, amenizando temores quando a um contágio da crise pela Europa e seus efeitos sobre a economia global, favorecendo o retorno dos investimentos a países com fundamentos sólidos e elevados rendimentos, como o Brasil. Além disso, os agentes econômicos tendem a olhar com mais atenção a taxa básica de juros da economia brasileira, que mesmo em processo de queda, ainda é uma das maiores (e mais atrativas) do mundo. Apesar dos investidores acreditarem em, pelo menos, mais duas quedas de 0,5 ponto percentual até o início de 2012, a SELIC remunera os títulos públicos, atraindo mais investidores estrangeiros, e dessa forma, mais dólares para o país, fortalecendo a valorização do Real (ou a desvalorização da moeda americana frente ao Real).
  • COPOM reduz mais uma vez a taxa SELIC para 11,50% ao ano: Na última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), realizada em 18 e 19 de outubro, a taxa SELIC foi reduzida mais uma vez em 0,50 ponto percentual, chegando a 11,50% ao ano, e dando seqüência à estratégia do Banco Central de reduzir os juros para estimular o crescimento econômico e mitigar os efeitos da crise econômica mundial no país. Tal redução já era esperada pelo mercado. O governo e o próprio Banco Central continuam defendendo a tese de que se desenha um cenário de convergência da inflação brasileira para a meta em 2012, algo ainda controverso entre os economistas e especialistas do mercado. O que de fato se observa é que o Banco Central sinaliza, infelizmente, uma maior tolerância com a inflação, acreditando que os principais indicadores que medem a variação dos preços no país devem começar a cair neste último trimestre. E os analistas do mercado ainda acreditam que esse movimento de redução da SELIC pode ser seguido por novas quedas, caso a perspectiva sobre o PIB continue apresentando desaceleração econômica. Mesmo com a decisão de se reduzir mais uma vez a taxa SELIC, o Brasil mantém a 2ª posição no ranking mundial dos maiores juros nominais, envolvendo 40 países. O país só perde para a Venezuela, com taxa de 17,37% ao ano. Mas com relação aos juros reais, o Brasil se mantém no topo da lista, com taxa de 5,5% ao ano. O boletim Focus, do Banco Central, projeta para o final de 2011 a taxa SELIC em 11,00%. A próxima reunião do COPOM, a última de 2011, acontecerá nos dias 29 e 30 de novembro.
  • O que há de positivo e negativo na decisão de se reduzir a taxa de juros: Com relação à estratégia do Banco Central em reduzir gradativamente a taxa de juros no país, alguns analistas destacam pontos positivos, como uma maior economia, por parte do governo, com o custo da dívida pública federal (remunerada pela SELIC), e o comportamento do mercado de câmbio, que tende a ser mais moderado frente ao avanço da valorização do Real perante o Dólar. Por outro lado, entretanto, há alguns pontos negativos, como já destacados em várias edições deste boletim. O principal refere-se, justamente, à mudança de postura do Banco Central em não mais tentar garantir a estabilidade de preços via ajuste na taxa de juros. Como os indicadores de inflação no Brasil ainda não apresentaram sinais de desaceleração contundente, tais decisões de corte na taxa SELIC demonstram, claramente, uma mudança de postura, com maior tolerância à inflação, em prol de maior crescimento. Essa linha de pensamento é defendida pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega, cuja influência política sobre o Banco Central é evidente neste governo da presidente Dilma (diferentemente do que ocorria no governo do ex-presidente Lula, quando Henrique Meirelles, então presidente do Banco Central, demonstrava total autonomia perante a pressão política do Ministro da Fazenda).
  • IPCA-15 de outubro fica em 0,42%: Prévia do índice que sinaliza a inflação oficial brasileira (IPCA) apresentou desaceleração em outubro, passando de 0,53% verificado em setembro para 0,42% neste mês. Com isso, o resultado em 2011 aponta uma inflação acumulada de 5,48%, bem acima da taxa de 4,17% verificada no mesmo período do ano passado. Considerando os últimos 12 meses, o IPCA-15 situa-se em 7,12%. Os grupos de produtos que apresentaram maior aumento, entre setembro e outubro, foram ‘Habitação’ (de 0,49% para 0,85%) e ‘Saúde e Cuidados Pessoais’ (de 0,40% para 0,47%). Já os grupos que apresentaram maior redução foram ‘Vestuário’ (de 1,00% para 0,38%), ‘Alimentação e Bebidas’ (de 0,72% para 0,52%) e ‘Despesas Pessoais” (de 0,52% para 0,22%).
  • Banco Central reduz previsão de inflação em 2011 para 6,50%: Através de seu último Boletim Focus de outubro, o Banco Central reduziu a projeção para a inflação brasileira em 2011 (com base no IPCA), de 6,52%, feita no início do mês, para 6,50%, feita no final do mês. Para 2012, a projeção é de 5,59%.
  • IGP-M desacelera para 0,53% em outubro: O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a chamada “inflação do aluguel”, desacelerou em outubro, atingindo 0,53% no mês, frente 0,65% verificado em setembro. O IGP-M acumula alta de 4,70% em 2011, e nos últimos 12 meses, é de 6,95%. A projeção do Banco Central, em seu último Boletim Focus de outubro, aponta o IGP-M encerrando 2011 em 5,80%, baixa em relação à projeção feita no final de setembro, de 5,82%. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em outubro houve desaceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), de 0,74% para 0,68% e do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), de 0,59% em setembro para 0,26% neste mês, mas aceleração do Índice Nacional de Custo da Construção Civil (INCC), de 0,14% para 0,20%.
  • Banco Central reduz estimativa para o PIB em 2011: De acordo com o último Boletim Focus de outubro, o Banco Central reduziu mais uma vez a previsão do PIB para 2011, de 3,51%, verificada no início de outubro, para 3,29% no final deste mês. Para 2012, a projeção também é de queda, de 3,70%, feita no início do mês, para 3,50% neste último Boletim Focus. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu em 0,3 ponto percentual a projeção de crescimento do Brasil para 3,8% neste ano. De acordo com as previsões, o Brasil terá o segundo menor crescimento da América do Sul, ficando atrás somente da Venezuela e abaixo da média da região. A taxa média de crescimento no mundo está estimada em 4% pelo FMI. Em 2012, o Fundo afirma que o Brasil deve crescer 3,6%, enquanto a economia mundial vai avançar a uma taxa também de 4%. O Ministério da Fazenda também deve reduzir sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano para algo entre 3,5% e 4%, no próximo Decreto Orçamentário que sai em novembro. A estimativa oficial até então considerava crescimento de 4,5% para 2011, bem acima do esperado pelo mercado e pelo próprio Banco Central. Para 2012, o governo ainda trabalha com previsão de expansão de 5%, mas até mesmo esta projeção está sujeita a reavaliações durante a tramitação do Orçamento do ano que vem no Congresso.
  • Inadimplência do consumidor cai 3,0% em setembro: Conforme pesquisa da SERASA, a inadimplência do consumidor caiu 3,0% em setembro, na comparação com agosto. Foi a primeira queda mensal do índice, após seis altas consecutivas. No acumulado do ano, a inadimplência repetiu o mesmo índice observado em agosto, de 23,4%, e em comparação com setembro de 2010, registrou alta de 23,3%. De acordo com os economistas da SERESA, a antecipação do 13º salário dos aposentados, a redução dos juros da economia e a menor quantidade de dias úteis de setembro, frente a agosto, fizeram com que a inadimplência apresentasse recuo neste mês. As dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água) apresentaram queda de 3,3%; os cheques sem fundos caíram 10,3%; as dívidas com bancos declinaram 0,9%; e os títulos protestados apresentaram queda de 13,9%. Já os dados do Banco Central apresentaram estabilidade no nível de inadimplência em setembro, na comparação com agosto, registrando 6,8% do total das operações. Dessa forma, a taxa se mantém como a mais alta desde março de 2010. Na comparação com setembro de 2010, houve alta de 0,8 ponto percentual. As dívidas vencidas de 15 a 90 dias representaram 6,4% das operações, tendo subido 0,2 p.p. em relação a agosto, e 1,1 p.p. maior quando comparado com setembro de 2010. Já a inadimplência com cheque especial e aquisição de bens registraram queda de 0,2 p.p. cada uma, ficando em 9,4% e 13,7%, respectivamente. E a inadimplência da modalidade crédito pessoal encerrou o mês em 5,0%, mesmo patamar de agosto.
  • País gerou 209.078 novas vagas de emprego em setembro: Segundo os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram criados no Brasil, em setembro, 209.078 novas vagas de emprego com carteira assinada. Apesar do saldo ter sido superior ao verificado no mês de agosto (190.446 novas vagas), ficou abaixo dos 246.875 postos de trabalho gerados em setembro de 2010 (queda de 15%), confirmando a desaceleração na dinâmica do emprego no Brasil, e as projeções feitas por este boletim de que a meta deste ano ficará abaixo dos 2,5 milhões de novos empregos gerados. Para o Ministro do MTE, Carlos Lupi, entretanto, a meta do governo continua sendo de 2,7 milhões de novos empregos para 2011 (a meta anterior era de 3 milhões). E para chegar nesta meta, o país deverá apresentar uma média de abertura de novos postos de trabalho de 207 mil, de outubro a dezembro. Especificamente com relação aos dados do mês de setembro, os principais setores responsáveis pela expansão do emprego no Brasil foram os Serviços (91.774 postos), a Indústria de Transformação (66.269 postos), o Comércio (42.373 postos) e a Construção Civil (24.977 postos). O resultado de setembro de 2011 foi o pior para o mês em cinco anos. Para o Ministro Lupi, mesmo assim os dados ainda são positivos, pois estão sendo gerados novos empregos em meio à crise econômica internacional e à crescente competitividade da indústria da transformação com produtos importados. E elogiou a estratégia do COPOM de manter a trajetória de queda da taxa SELIC para as próximas reuniões, como fator para estimular a criação de empregos, ao invés do investimento especulativo. No acumulado do ano até setembro, já foram criadas 2.079.188 novas vagas de emprego no país.