sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Inflação desacelera em outubro, e ajuda a aumentar a credibilidade do Banco Central

O Índice que mede a inflação oficial brasileira - IPCA - apresentou desaceleração em outubro, de 0,43%, ante 0,53% verificado em setembro. Com isso, o resultado em 2011 aponta uma inflação acumulada de 5,43%, acima da taxa de 4,38% verificada no mesmo período do ano passado, quase 1% acima do centro da meta estipulada pelo governo para o ano, que era de 4,5%.

Considerando os últimos 12 meses, o IPCA situa-se em 6,97%, recuando em relação aos 7,31% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. A expectativa do Banco Central, agora com maior probabilidade, é de que o IPCA encerre 2011 em até 6,5%, abaixo, portanto, do topo da meta de inflação estipulada pelo próprio governo.

O recuo do IPCA em outubro foi um sinal positivo para os brasileiros e para alguns economistas, que se mostravam temerosos com a volta da aceleração inflacionária para este final de ano. Mas foi principalmente importante para o Banco Central, pois ajudou a confirmar que a decisão de iniciar um ciclo de corte de juros em agosto – considerada então ação ousada demais por personalidades do mercado financeiro – comprovou-se plausível e, “por enquanto”, certeira.

O cenário traçado pelo BC foi de que a crise européia faria a economia desacelerar e, por conseqüência, a inflação perderia fôlego, o que de fato está ocorrendo. Comprovada pelo menos a tese de que a inflação acumulada recuaria – e até agravada pela deterioração da crise na Europa, que hoje vê uma situação perigosa principalmente na Grécia e na Itália – o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reforçou sua posição de destaque na Esplanada dos Ministérios, galgada principalmente pela confiança crescente da presidenta Dilma Rousseff.

Grupos ‘Alimentação e Bebidas’, ‘Transportes’, ‘Habitação’ e ‘Vestuário’ foram os vilões da inflação em outubro: Os preços dos alimentos (de 0,64% em setembro para 0,56% em outubro) continuaram aumentando, mas em ritmo menos acelerado, causando impacto de 0,13 ponto percentual no IPCA. Nos transportes (de 0,78% em setembro para 0,48% em outubro), o recuo foi provocado por vários itens, como as passagens aéreas, os combustíveis, conserto de automóvel, as tarifas dos ônibus interestaduais, e os automóveis. As despesas com habitação (de 0,71% em setembro para 0,62% em outubro) cresceram menos do que no mês anterior devido à taxa de água e esgoto, aluguel, energia elétrica e gás de botijão. O item empregados domésticos, cuja variação havia atingido 1,00% em setembro, reduziu para 0,10% em outubro e, junto com itens como cabeleireiro e costureira, levaram ao recuo das despesas pessoais (de 0,53% para 0,22%). Os artigos de vestuário (de 0,80% em setembro para 0,74% em outubro) também subiram em ritmo menos acelerado.

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