quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Inflação oficial brasileira deve estourar o limite da meta de 6,5% em 2011

Amigos, pois é... há uns 4 meses atrás já apontava que a inflação demonstrava sinais de que poderia se acelerar, mas o governo insistia que não, que ela estava convergindo para o centro da meta. É uma pena que o governo tente mudar a realidade apenas com o discurso. Agora está aí: é fato, a inflação brasileira vai estourar o limite da meta estipulada para o ano, sendo importante lembrar que o objetivo era que ficasse no centro da meta, que é de 4,5%. Para piorar, o governo ainda continua dando crédito ao consumidor, que está se endividando cada vez mais (segundo dados oficiais, da SERASA, SPC e FEBRABAN). Segue abaixo a notícia que o governo não queria dizer!


Prévia da inflação oficial fecha o ano em 6,56% e estoura teto da meta do BC

Indicador sofreu aceleração em dezembro ficando em 0,56% influenciado pela forte alta dos alimentos e bebidas
iG São Paulo - 21/12/2011 09:06

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), a chamada prévia da inflação oficial, acelerou para 0,56% em dezembro ficando bem acima do resultado de 0,46% no mês anterior e encerrou o ano com alta de 6,56% segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com esse resultado, o indicador ficou bem acima do teto da meta do Banco Central de 6,5% e dá indícios de que o índice oficial, medido pelo IPCA pode encerrar o ano com a mesma tendência. O resultado de 2011 ficou acima da taxa do mesmo período de 2010, que foi de 5,79%. Em dezembro de 2010, a taxa havia sido de 0,69%.

O indicador mostrou aceleração em dezembro tendo em vista a alta do grupo alimentação e bebidas, que passou dos 0,77% para 1,28%, e exerceu impacto de 0,30 ponto percentual no índice do mês, representando 54% da taxa. A forte aceleração na taxa de crescimento de preços dos alimentos foi impulsionada pelas carnes, que ficaram 4,36% mais caras em dezembro após terem subido 1,30% em novembro. Com 0,11 ponto percentual, lideraram os principais impactos do mês.

A refeição consumida fora do domicílio também acelerou em dezembro, sendo responsável pelo segundo maior impacto, com 0,05 ponto percentual. Os preços das refeições subiram ainda mais em dezembro e foram para 1,13% ante os 0,75% de novembro. Consumidos fora, subiram, também, o lanche (de 0,30% para 1,57%) e o café da manhã (de –0,15% para 2,11%). Cerveja (de 1,98% em novembro para 3,27% em dezembro), feijão carioca (de –1,24% para 2,51%), frango inteiro (de 0,91% para 2,11%), café moído (de 3,13% para 2,20%), refrigerante (de 0,89% para 1,70%) e pão francês (de –0,06% para 0,89%) foram outros destaques no grupo alimentação e bebidas.

O grupo habitação também apresentou aceleração em dezembro, passando de 0,40% para 0,54%. As pressões vieram dos itens condomínio (de 0,18 para 0,74%), energia elétrica (de 0,49% para 0,65%) e artigos de limpeza (de –0,06% para 0,67%).

Vestuário e transportes

Os artigos de vestuário também apresentaram aceleração, indo da taxa de 0,87% de novembro para 1,10% em dezembro. As roupas femininas chegaram a subir 1,56% no mês após a taxa de 0,28% de novembro.

No segmento de transportes, a variação de -0,08% ante os 0,02% de novembro foi influenciada pelas passagens aéreas (de 4% para -2,06%), seguro voluntário (de -0,56% para -6,73%), automóvel novo (de -0,35% para -0,37%) e usado (de -1,34% para -1,70%). Por outro lado, os combustíveis (de -0,28% para 0,66%) voltaram a subir. O preço do litro do etanol chegou a ficar 1,45% mais caro, enquanto a gasolina subiu 0,61%. A alta foi puxada pela região metropolitana de Salvador, onde os preços do etanol subiram 4,95% e os da gasolina atingiram 8,99%.

Dentre os índices regionais, Salvador (1,12%) apresentou o maior resultado, onde os alimentos ficaram com a maior variação (2,29%), bem como a gasolina (8,99%) e o etanol (4,95%), as maiores taxas entre as regiões pesquisadas. Já Curitiba (0,22%) ficou com o mais baixo resultado, justamente em razão da taxa dos alimentos (0,60%), que cresceu menos do que nas demais regiões.

Considerando o índice de 2011, Brasília, com 7,02%, apresentou o maior resultado, com destaque para as passagens aéreas (44,83%) e aluguel residencial (12,44%). O menor índice foi o de Belém (4,33%), onde os alimentos (4,75%) ficaram com a menor taxa entre as regiões avaliadas pelo IBGE.

Metodologia

O IPCA-15 é chamado de prévia da inflação oficial, porque usa a mesma metodologia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com diferença no período de coleta dos dados. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. Para o cálculo do IPCA-15 de dezembro os preços foram coletados no período de 15 de novembro e 13 de dezembro e comparados pelo IBGE com os vigentes de 14 de outubro a 14 de novembro.

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