quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Confirma-se processo de desaceleração econômica a partir do 2o semestre

Alguns dados macroeconômicos nacionais de julho confirmam o processo de desaceleração econômica a partir do 2º semestre, apesar de mais um aumento na taxa SELIC para 10,75% ao ano. A expectativa de alguns analistas do mercado é que esta taxa possa se manter inalterada, pelo menos na próxima reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária). 
  • IPCA fechou julho em 0,01%: Seguindo a tendência verificada em junho, o IPCA de julho confirma a acomodação da pressão inflacionária no Brasil e a previsão de desaceleração no ritmo de crescimento da economia a partir do 2º semestre. O Banco Central, em seu último boletim Focus do mês, apresentou pela 4ª semana consecutiva redução na projeção para a inflação anual, passando de 5,55% no início do mês para 5,27% na última semana. No ano, o IPCA acumula alta de 3,10%, ainda acima da taxa de 2,81% referente a igual período do ano passado.
  • Projeção de crescimento do PIB se estabiliza em julho: Segundo o último boletim Focus, a previsão para o crescimento econômico brasileiro em 2010 manteve-se estável em 7,20% pela 4ª semana consecutiva. Apesar da desaceleração inflacionária e da perspectiva de amenização no ritmo de crescimento da economia para o 2º semestre, a expectativa é ainda de elevado índice do PIB brasileiro para este ano.
  • Taxa SELIC aumenta “apenas” 0,50%, e vai para 10,75% ao ano: O COPOM anunciou mais um aumento na taxa SELIC em julho. Entretanto, este foi aquém do inicialmente esperado pelo mercado (que era de 0,75%). Em Ata, o COPOM avalia que há sinais de que a economia brasileira “tem se deslocado para uma trajetória mais condizente com o equilíbrio de longo prazo”, não apresentando viès de alta para o futuro próximo. Somando-se à perspectiva de que a economia irá se desacelerar no 2º semestre, o mercado já considera possível, no mínimo, a manutenção da SELIC em 10,75% para a próxima reunião do COPOM, a ser realizada em 31 de agosto e 01 de setembro de 2010. Confirmando-se esta previsão, a taxa SELIC diária, considerada em 31 de julho, já era de 10,66%, 0,09 pontos percentuais abaixo da taxa básica.
  • Dólar e Euro se desvalorizam frente ao Real em junho: O Dólar fechou julho em R$ 1,7564, ante R$1,8007 em junho e R$ 1,8247 em maio, demonstrando evidente processo de desvalorização frente ao Real. Já o Euro fechou o mês a R$ 2,2928, ante R$2,2032 em junho e R$2,2347 em maio, demonstrando maior variabilidade na taxa cambial com o Real, diferentemente do Dólar. O Banco Central, há 19 semanas, vem mantendo a previsão de fechamento do Dólar a R$1,80 no final do ano. Vale destacar que, com o dólar barato e a força da demanda interna, o volume importado cresceu 46,1% no 2º trimestre de 2010 em relação aos mesmos meses de 2009, ocorrendo com mais força em setores como têxteis, materiais eletrônicos e aparelhos de comunicação, metalurgia básica e máquinas, aparelhos e materiais elétricos.

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