terça-feira, 9 de novembro de 2010

Termômetro Econômico - Outubro de 2010

Os destaques econômicos de outubro referem-se à preocupação do governo brasileiro quanto à permanente valorização do Real frente ao Dólar, e ao risco de uma guerra cambial em nível global. Os últimos dados do IPCA e do PIB confirmam a retomada no ritmo de aceleração da inflação para o final do ano e as altas expectativas quanto ao crescimento da economia brasileira para 2010.

  • IPCA fecha outubro em 0,75%: Índice que mede a inflação oficial brasileira subiu 0,75% em outubro, acima da taxa de 0,45% verificada em setembro último. No ano, o IPCA acumula alta de 4,38%, acima da taxa de 3,50% referente ao mesmo período de 2009. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa está em 5,20%, acima do centro da meta estipulada pelo Banco Central, de 4,50%. O Ministério da Fazenda acredita que o IPCA deva fechar o ano em 5,1%, valor ainda dentro do intervalo definido pelo governo para a inflação brasileira. Já o Banco Central, no último boletim Focus divulgado em outubro, apresentou projeção de 5,29% para a inflação em 2010, ante 5,07% projetado no início do mês. Em Ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), o BC avalia que o balanço de riscos atual aponta para a concretização de um cenário benigno de preços, mas também avisa que ajustará prontamente a política monetária caso não haja convergência da inflação para o centro da meta perseguido pelo governo. Ou seja, caso a inflação demonstre um ritmo de aceleração mais forte nos próximos meses, a taxa de juros (SELIC) deverá ser aumentada (por enquanto, mantém-se em 10,75%). Atenção para os alimentos, que têm sido os principais responsáveis pelas últimas altas do IPCA, e a expectativa é que continuem pressionando a inflação no último trimestre do ano, dado os recentes choques de oferta (escassez).
  • PIB brasileiro em 2010 deve ficar entre 7,5% e 8,0%: Segundo o último boletim Focus do mês, a previsão para o PIB em 2010 subiu de 7,55% (final de setembro) para 7,60% (final de outubro). Para 2011, o Banco Central mantém, pela 47ª semana, projeção de crescimento de 4,50% para 2011. O próprio Ministro da Fazenda também aumentou suas estimativas para o PIB deste ano, passando de 6,50% para 7,50%, segundo relatório bimestral “Economia Brasileira em Perspectiva”. O principal fator responsável por tal crescimento deverá ser a demanda interna, que deve crescer 10,3% em 2010. A expectativa agora fica por conta do anúncio dos dados do PIB do 3º trimestre do ano, a ser feito em 09 de dezembro, quando será possível confirmar as projeções de forte crescimento da economia brasileira para este e o próximo ano.
  • Governo “endurece” contra movimento de valorização do Real: O Dólar fechou outubro em R$ 1,7036, ante R$ 1,6900 em setembro. Já o Euro fechou o mês a R$ 2,3658, ante R$ 2,2995 em setembro. Especificamente com relação ao Dólar, o Banco Central continuou abaixando a previsão de fechamento no final do ano de R$ 1,75 (em setembro) para R$ 1,70 (em outubro). E para 2011, a previsão é que não ultrapasse o patamar de R$ 1,80. Neste mês, o governo adotou medidas para conter a crescente valorização do Real frente ao Dólar, com o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 2% para 6% na entrada de recursos estrangeiros na renda fixa, e de 0,38% para 6% sobre o recolhimento de margem nas operações de derivativos, diminuindo a rentabilidade do mercado futuro, e demonstrando que não hesitará em adotar medidas que contenham tal trajetória de valorização. Por outro lado, o Ministro da Fazenda afirmou que tais medidas não deverão prejudicar o investimento no país, mas alerta que a solução passa por uma ação coordenada de âmbito mundial.

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