- IPCA fechou julho em 0,01%: Seguindo a tendência verificada em junho, o IPCA de julho confirma a acomodação da pressão inflacionária no Brasil e a previsão de desaceleração no ritmo de crescimento da economia a partir do 2º semestre. O Banco Central, em seu último boletim Focus do mês, apresentou pela 4ª semana consecutiva redução na projeção para a inflação anual, passando de 5,55% no início do mês para 5,27% na última semana. No ano, o IPCA acumula alta de 3,10%, ainda acima da taxa de 2,81% referente a igual período do ano passado.
- Projeção de crescimento do PIB se estabiliza em julho: Segundo o último boletim Focus, a previsão para o crescimento econômico brasileiro em 2010 manteve-se estável em 7,20% pela 4ª semana consecutiva. Apesar da desaceleração inflacionária e da perspectiva de amenização no ritmo de crescimento da economia para o 2º semestre, a expectativa é ainda de elevado índice do PIB brasileiro para este ano.
- Taxa SELIC aumenta “apenas” 0,50%, e vai para 10,75% ao ano: O COPOM anunciou mais um aumento na taxa SELIC em julho. Entretanto, este foi aquém do inicialmente esperado pelo mercado (que era de 0,75%). Em Ata, o COPOM avalia que há sinais de que a economia brasileira “tem se deslocado para uma trajetória mais condizente com o equilíbrio de longo prazo”, não apresentando viès de alta para o futuro próximo. Somando-se à perspectiva de que a economia irá se desacelerar no 2º semestre, o mercado já considera possível, no mínimo, a manutenção da SELIC em 10,75% para a próxima reunião do COPOM, a ser realizada em 31 de agosto e 01 de setembro de 2010. Confirmando-se esta previsão, a taxa SELIC diária, considerada em 31 de julho, já era de 10,66%, 0,09 pontos percentuais abaixo da taxa básica.
- Dólar e Euro se desvalorizam frente ao Real em junho: O Dólar fechou julho em R$ 1,7564, ante R$1,8007 em junho e R$ 1,8247 em maio, demonstrando evidente processo de desvalorização frente ao Real. Já o Euro fechou o mês a R$ 2,2928, ante R$2,2032 em junho e R$2,2347 em maio, demonstrando maior variabilidade na taxa cambial com o Real, diferentemente do Dólar. O Banco Central, há 19 semanas, vem mantendo a previsão de fechamento do Dólar a R$1,80 no final do ano. Vale destacar que, com o dólar barato e a força da demanda interna, o volume importado cresceu 46,1% no 2º trimestre de 2010 em relação aos mesmos meses de 2009, ocorrendo com mais força em setores como têxteis, materiais eletrônicos e aparelhos de comunicação, metalurgia básica e máquinas, aparelhos e materiais elétricos.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Confirma-se processo de desaceleração econômica a partir do 2o semestre
Alguns dados macroeconômicos nacionais de julho confirmam o processo de desaceleração econômica a partir do 2º semestre, apesar de mais um aumento na taxa SELIC para 10,75% ao ano. A expectativa de alguns analistas do mercado é que esta taxa possa se manter inalterada, pelo menos na próxima reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária).
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Inflação de maio foi de 0,43%, a menor do ano. Tendência de desaceleração da pressão inflacionária se confirma.
O IPCA do mês de maio apresentou variação de 0,43%, 0,14 ponto percentual abaixo da taxa de 0,57% registrada no mês de abril. Com isso, o acumulado do ano está em 3,09%, ainda bem acima da taxa de 2,20% relativa a igual período de 2009. Segundo o IBGE, os alimentos foram os que levaram à desaceleração do índice de abril para maio. Já o condomínio, taxa de água e esgoto, mobiliário, artigos de higiene pessoal e aluguel residencial são exemplos de itens que se destacaram pela alta.
Confirma-se, portanto, a previsão feita neste blog, no final da semana passada, de que a pressão inflacionária no país irá diminuir nos próximos meses. O próprio governo, em fala do Ministro da Fazenda, já alertava para o fato de que vários indicadores macroeconômicos nacionais demonstravam tendência à desaceleração e/ou acomodação a partir do 2º trimestre, frente aos dados verificados no início do ano.
Dessa forma, vale a pena observar o comportamento do Banco Central quanto ao aumento já esperado da taxa de juros básica da economia (SELIC) (a decisão deve sair ainda hoje, dia 09). Percebe-se que o governo, através do posicionamento destacado acima, está dando um recado direto ao BC para que tome suas decisões futuras com base nas projeções do presente, e não nos dados do passado.
Na minha opinião, já na reunião do COPOM (Conselho de Política Monetária) realizada em abril, o BC poderia ter sido menos austero no aumento dado à taxa SELIC, que foi de 0,75 ponto percentual.
A tendência de desaceleração no ritmo de crescimento da economia vai se consolidando como uma realidade, e além do impacto ocasionado pelo aumento da taxa de juros SELIC, outros fatores externos podem contribuir para tal desaceleração, como as medidas da Alemanha e do Reino Unido de combate à crise fiscal que afeta a União Européia.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Reduzida a projeção de inflação para 2010
Toda semana, às segundas-feiras, o Banco Central, em seu Boletim Focus, apresenta projeções para a economia brasileira para o ano corrente e o ano seguinte. Tais projeções são baseadas em opiniões de analistas do mercado.
Nesta semana (dia 07 de junho), houve redução da estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano para 5,64%, ante 5,67% projetado na semana anterior. Como destaquei no post anterior, já se percebe uma acomodação da pressão inflacionária para os próximos meses no país, e este pode ser um indicativo importante para que o próprio Banco Central, em sua reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), a ser realizada nesta semana, reflita sobre a decisão de aumentar (ou não) a taxa de juros básica da economia (taxa SELIC). E caso se decida por seu aumento, de quanto seria.
Ainda segundo o Boletim Focus, as estimativas para a SELIC neste ano e no próximo foram mantidas em, respectivamente, 11,75% e 11,50%. Ou seja, é dado como certo o aumento da SELIC neste ano em, no mínimo, 2 pontos percentuais (a taxa atual é 9,50%).
A previsão para o crescimento econômico neste ano (PIB|) foi elevada pela 12a semana seguida, para 6,60%, ante 6,47% no relatório anterior. Enquanto se visualiza uma amenização na pressão inflacionária para os próximos meses, projeta-se, por outro lado, em um aumento na taxa esperada de crescimento do PIB, o que pode acabar justificando mais um aumento da SELIC (pelo menos na próxima reunião do Copom).
Vale a pena acompanhar, nesta semana, a decisão do Copom sobre a taxa SELIC.
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