Economistas com os quais conversei no final do 1o trim. diziam sobre análises de mercado que já davam como certo o aumento da taxa de juros básica da economia (taxa SELIC), e não por acaso, o Banco Central acabou aumentando-a em 0,75 ponto percentual, passando 8,75% a 9,50% a.a.. Entretanto, conforme já havia alertado em relatórios de IC feitos no final do mês de março, alguns indicadores econômicos demonstravam desaceleração, após o período de alta do início de 2010 (como IPCA, produção industrial, índice de potencial de consumo, dentre outros). É bom ressaltar que tal desaceleração não caracteriza nenhum revés na economia brasileira. Trata-se apenas de uma diminuição no ritmo de crescimento, o que não significa que o país não crescerá fortemente neste ano, quando comparado com 2009. Pelo contrário, as projeções mais conservadoras do mercado acreditam em crescimento de 5,0% a 5,5% em 2010. A despeito dessa tendência, como vimos, a taxa SELIC foi aumentada, mas o próprio governo, agora, já visualizou um cenário não tão aquecido para o 2o trimestre, ou seja, sem as influências sazonais do início do ano, que justificasse o aumento da SELIC na reunião de abril. A próxima reuião do Copom será em junho, e a aposta do mercado é que o Banco Central proceda a mais um aumento da SELIC. As perguntas que se colocam são as seguintes:
• Se o próprio governo já visualiza um cenário de curto prazo futuro de acomodação de indicadores importantes da economia brasileira, os quais por conseguinte, tendem a diminuir a pressão sobre a inflação, por que aumentar ainda mais a taxa de juros?
• Caso a taxa SELIC seja aumentada, qual será efetivamente o efeito na economia real?
É fato que as taxas de juros cobradas nas operações de crédito já aumentaram, decorrente do aumento da SELIC, o que ajuda a diminiur o ritmo de crédito e, em última instância, do próprio investimento das empresas para os próximos meses. Valeria a pensa apertar ainda mais o custo do crédito para as empresas? Ou o momento seria de esperar um pouco mais para verificar a trajetória de diminuição de alguns indicadores, e só depois decidir sobre a necessidade de aperto da política monetária?
Qual a sua opinião a respeito disso tudo? O que o governo deveria fazer?
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