sexta-feira, 4 de junho de 2010

Fazenda diz que números 1º tri estavam inflados. Juros poderiam ter esperado mais?

Economistas com os quais conversei no final do 1o trim. diziam sobre análises de mercado que já davam como certo o aumento da taxa de juros básica da economia (taxa SELIC), e não por acaso, o Banco Central acabou aumentando-a em 0,75 ponto percentual, passando 8,75% a 9,50% a.a.. Entretanto, conforme já havia alertado em relatórios de IC feitos no final do mês de março, alguns indicadores econômicos demonstravam desaceleração, após o período de alta do início de 2010 (como IPCA, produção industrial, índice de potencial de consumo, dentre outros). É bom ressaltar que tal desaceleração não caracteriza nenhum revés na economia brasileira. Trata-se apenas de uma diminuição no ritmo de crescimento, o que não significa que o país não crescerá fortemente neste ano, quando comparado com 2009. Pelo contrário, as projeções mais conservadoras do mercado acreditam em crescimento de 5,0% a 5,5% em 2010. A despeito dessa tendência, como vimos, a taxa SELIC foi aumentada, mas o próprio governo, agora, já visualizou um cenário não tão aquecido para o 2o trimestre, ou seja, sem as influências sazonais do início do ano, que justificasse o aumento da SELIC na reunião de abril. A próxima reuião do Copom será em junho, e a aposta do mercado é que o Banco Central proceda a mais um aumento da SELIC. As perguntas que se colocam são as seguintes:

• Se o próprio governo já visualiza um cenário de curto prazo futuro de acomodação de indicadores importantes da economia brasileira, os quais por conseguinte, tendem a diminuir a pressão sobre a inflação, por que aumentar ainda mais a taxa de juros?

• Caso a taxa SELIC seja aumentada, qual será efetivamente o efeito na economia real?

É fato que as taxas de juros cobradas nas operações de crédito já aumentaram, decorrente do aumento da SELIC, o que ajuda a diminiur o ritmo de crédito e, em última instância, do próprio investimento das empresas para os próximos meses. Valeria a pensa apertar ainda mais o custo do crédito para as empresas? Ou o momento seria de esperar um pouco mais para verificar a trajetória de diminuição de alguns indicadores, e só depois decidir sobre a necessidade de aperto da política monetária?

Qual a sua opinião a respeito disso tudo? O que o governo deveria fazer?

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