quarta-feira, 13 de março de 2013

TERMÔMETRO ECONÔMICO - Fevereiro de 2013

No 2º mês do ano de 2013, o Ambiente Econômico continuou apresentando perspectivas preocupantes com relação à economia brasileira. Como destaque, o resultado pífio do PIB brasileiro em 2012, com crescimento abaixo de 1%, se contrapõe à inflação que continua mostrando sinais de que está forte e querendo voltar à cena. O governo, por sua vez, continua com sua escolha política de não se utilizar da política monetária de aumento de juros para conter a inflação. A cada nova projeção, o PIB é reduzido e a inflação aumentada. Outros dados de destaque: redução na dinâmica de criação de empregos no Brasil, e manutenção do índice de inadimplência verificado no início do ano.
 
  • PIB brasileiro cresce 0,9% em 2012: A economia brasileira cresceu 0,9% em 2012. É o pior resultado desde 2009. De outubro a dezembro, a variação do PIB foi de 0,6% em relação ao trimestre anterior (julho a setembro), e sugere uma leve recuperação da economia brasileira ao longo do ano. A riqueza produzida pelo país em 2012 somou R$ 4,403 trilhões. O setor de Serviços foi o único a apresentar crescimento em 2012, com alta de 1,7% no acumulado do ano. A indústria recuou 0,8% e a agropecuária, 2,3%. O Ministro Guido Mantega admitiu que o resultado veio baixo do esperado, mas comemorou o que chamou de sinais "nítidos" de recuperação da economia no final do ano e disse que a trajetória é de elevação. Em comparação com os três últimos meses de 2011, o PIB cresceu 1,4%. O resultado de 2012 mantém o Brasil na lanterna dos BRICs, grupo de economias emergentes que reúne também Rússia, Índia e China. Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Valle, a economia parece estar retomando o fôlego, e os cenários ruins na agropecuária e na indústria não devem se repetir em 2013. "Temos tido recuperação em todos os componentes do PIB. Do lado da oferta, os melhores resultados (em 2013) devem ser da indústria – o setor de automóveis em recuperação –, e a agropecuária, que não deve repetir o desempenho negativo de 2012. Teremos uma supersafra, que será favorável", diz Valle. “Embora não tenha sido suficiente para salvar o fim do ano, um crescimento de 0,8% a 1% no 4º trimestre já significa um ritmo anualizado na faixa de 3 a 4%, o que é um número já bem mais forte do que nos cinco trimestres anteriores, quando a economia praticamente andou de lado”, diz Bráulio Borges, economista-chefe da área de macroeconomia da LCA Consultores, que apostara num crescimento de 1,8% nos três últimos meses de 2012 e de 1% no acumulado do ano. Na sua mensagem ao Congresso no início do ano, a Presidente Dilma Rousseff havia dito que o crescimento do PIB em 2012 ficara aquém do esperado. Já o Ministro Guido Mantega, em dezembro, considerava que no cenário pessimista a economia cresceria 0,8% no último trimestre do ano passado, fato que se confirmou. O consumo das famílias registrou alta de 3,1% em 2012 ante 2011, segundo o IBGE. No 4º trimestre, em comparação com o 3º trimestre de 2012, houve avanço de 1,2%. Na comparação com mesmo período de 2011, o consumo das famílias aumentou 3,9% no 4º trimestre de 2012. Já o investimento também deu sinais de retomada no último trimestre do ano, embora tenha terminado no vermelho. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede a ampliação da capacidade produtiva do País, teve a primeira alta depois de quatro trimestres de queda, crescendo 0,5%. Borges, da LCA, chama a atenção para o fato de que as consultas ao BNDES, tidas como um termômetro do investimento, somaram R$ 312,2 bilhões em 2012, ante R$ 195,2 bilhões em 2010 e R$ 255,9 bilhões em 2009. Ainda assim, no acumulado do ano, a FBCF recuou 4%. A taxa de investimento, que mede a razão entre esse indicador e o PIB ficou em 18,1%, menor que os 19,3% do ano anterior. Para Valle, economista-chefe da MB Associados, há uma recuperação "frágil da economia", muito mais baseada em consumo e menos em investimento – um cenário que deve ser semelhante em 2013, para o qual a consultoria estima um crescimento do PIB de 3%. "O investimento virá mais no 2º semestre e dependerá do plano de concessões (de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias). Caso ele não ande, vamos ter um resultado de investimento bastante ruim". O impacto maior, porém, só deve ser percebido em 2014. Já o consumo deve se beneficiar da situação financeira mais confortável das famílias e ter uma alta de 5%, superior a de 2012, estima o economista.
  • Crescimento do Brasil é o menor entre os países do BRIC: O crescimento da economia brasileira em 2012 foi o pior entre os países do BRIC (bloco que inclui também Rússia, Índia e China) e ficou acima apenas do resultado na Europa. O resultado também é bem mais tímido que os de outros países da América Latina que já divulgaram os seus dados para 2012, como o Peru e o México. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,9% no ano passado, a economia da China avançou 7,8%, a da Índia 5,0% e a da Rússia 3,4%, sempre na comparação de 2012 com 2011. A economia mundial, por sua vez, cresceu 3,2%. O resultado mantém o Brasil na lanterna dos BRICs, posição que o país ocupa desde 2011, depois de ser ultrapassado pela Rússia. No ano passado, os quatro países viram suas economias desacelerar. Somente as economias européias tiveram desempenho pior do que a brasileira. A Zona do Euro como um todo teve recessão de 0,5% no ano passado. Cresceram pouco a Alemanha (0,9%) e a França (0,1%), enquanto tiveram recessão, com queda no PIB, Portugal (-3,2%), Itália (-2,2%), Espanha (-1,4%) e Reino Unido (-0,1%). Nos Estados Unidos, o PIB deve ter crescido 2,2% em 2012. A África do Sul também cresceu mais do que o Brasil, com avanço de 2,5% no PIB no ano passado. Na América Latina, o México cresceu 3,9% e o Peru, 6,4%. Na Ásia, a economia japonesa avançou 1,9% e, a da Coréia do Sul, 2,2%. Na avaliação de Paulo Lira, superintendente da Câmara de Comércio Brasil-Venezuela, o resultado tímido do Brasil torna o país menos atrativo como parceiro comercial para os demais países sul-americanos. "O grande problema do PIB a 0,9% é do ponto de vista da integração regional. O Brasil, como maior economia do subcontinente, deveria ter papel de promotor do desenvolvimento dos outros países, ser a locomotiva que puxa esse bloco", disse o economista. "Quando o país cresce nessa velocidade, faz com que os outros países busquem seus objetivos estratégicos via outros parceiros, como a China". Para o coordenador de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Roberto Luís Olinto Ramos, é impossível afirmar, pela comparação internacional, que as demais economias emergentes são menos afetadas pela crise internacional do que a brasileira. "Olhando 2012, o que a gente pode analisar é que há um crescimento pequeno de importações e exportações. Então, a relação com o resto do mundo, mal ou bem, teve algum problema", afirmou Olinto. Além disso, segundo ele, seria preciso verificar, no detalhe, como foi a composição do crescimento dos demais países. "Onde o México cresceu? (A economia) do México é fortemente baseada em exportação para os EUA. Para explicar o México, teria de entender melhor a economia de lá", declarou Olinto.
  • PIB per capita se mantém estável (0,1%) em 2012: O PIB no ano de 2012 acumulou crescimento de 0,9% em relação ao ano anterior. Já o PIB per capita alcançou R$ 22.402,00 (em valores correntes) em 2012, após ter se mantido praticamente estável (em termos reais) em relação ao ano anterior: variação positiva em volume de 0,1%.
  • A expansão do PIB resultou do aumento de 0,8% do Valor Adicionado, e neste tipo de comparação refletiu o desempenho das três atividades que o compõem: Agropecuária (-2,3%), Indústria (-0,8%) e Serviços (1,7%). A redução em volume do Valor Adicionado da Agropecuária no ano de 2012 (-2,3%) decorreu do fraco desempenho da pecuária e, principalmente, do fato de que várias culturas importantes da lavoura brasileira apresentaram queda de produção anual e perda de produtividade (com exceção do milho e do café, que registraram crescimento anual de produção de 27,0% e 15,2%, respectivamente). Na Indústria, o destaque foi o crescimento da atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (3,6%) e da Construção civil (1,4%). Já nos Serviços, os destaques positivos foram Serviços de informação (2,9%), Administração, saúde e educação pública (2,8%) e Outros serviços (1,8%). A atividade de Serviços imobiliários e aluguel apresentou crescimento de 1,3%, seguida por Comércio (1,0%), Transporte, armazenagem e correio (0,5%) e Intermediação financeira e seguros (0,5%). Ao longo de todo o ano de 2012, o crescimento da massa real de salários, ao lado da expansão do crédito ao consumo, sustentou o crescimento das vendas no comércio varejista de bens em ritmo superior ao da produção industrial. Na análise da demanda, a despesa de consumo das famílias cresceu 3,1%, sendo este o nono ano consecutivo de crescimento deste componente. Tal comportamento foi favorecido pela elevação de 6,7% da massa salarial dos trabalhadores, em termos reais, e pelo acréscimo, em termos nominais, de 14,0% do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas. A despesa do consumo da administração pública aumentou 3,2%. No âmbito do setor externo, tanto as exportações quanto as importações de bens e serviços tiveram variações positivas: de 0,5% e 0,2%, respectivamente. A desvalorização cambial ajuda a explicar o maior crescimento relativo das exportações: entre 2011 e 2012, a taxa de câmbio (medida pela média trimestral das taxas de câmbio R$/US$ de compra e venda) variou de 1,67 para 1,95.
  • Crescimento de 0,1% do PIB per capita indica estagnação em 2012: A alta de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) per capita em 2012 sobre 2011 mostrou que o crescimento populacional do país foi muito próximo ao da economia brasileira no ano passado. "A população cresceu 0,8% e o PIB cresceu 0,9%", afirmou Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "O PIB ainda cresceu o suficiente para atender o aumento da população", completou. Rebeca explicou que, se a população brasileira não crescesse no ano passado, o PIB per capita teria um avanço de 0,9%. Em 2011, o PIB teve crescimento de 2,7% sobre 2010, enquanto o PIB per capita avançou 1,8%, ou seja, a população naquele ano cresceu 0,9%. O desempenho de 2012 foi o pior desde 2009, ano de maior efeito da crise internacional sobre a economia e que levou o PIB per capita a uma queda de 1,3%. O resultado, no entanto, foi mais do que compensado pelo crescimento de 6,5% para essa medida de PIB apurada em 2010.
  • Dilma admite em mensagem que PIB ficou aquém do esperado: Em mensagem encaminhada ao Congresso Nacional, a Presidente Dilma Rousseff reconheceu que o PIB de 2012 "ficou aquém do esperado". Mas, em seguida, ressalvou que "fechamos o ano com indicadores que nos afastam e diferenciam substancialmente do cenário vivenciado por muitos países, inclusive os mais desenvolvidos". A Presidente aproveitou para fazer um balanço sobre o que chamou de a expansão do crescimento do emprego no país, resultado de "políticas ousadas e ações anticíclicas", que levaram "à preservação da nossa economia e do emprego dos brasileiros". "As incertezas quanto à retomada do crescimento nos Estados Unidos, as dificuldades fiscais e monetárias na União Europeia, além da desaceleração do ritmo de crescimento em países emergentes configuraram, como havíamos previsto, um cenário econômico global adverso. Entretanto, um olhar retrospectivo mostra que, mesmo com esse cenário, o Brasil conquistou bons resultados", emendou. Dilma também afirmou que o ano de 2013 será de grande importância para o setor de petróleo e gás no País. "Depois de uma pausa necessária para avançar na regulamentação do setor e garantir os benefícios econômicos e sociais pela produção desses recursos energéticos, será realizada, em maio, a 11ª Rodada de Licitações na modalidade de concessão". Dilma destacou os investimentos realizados pela Petrobrás, lembrando que eles corresponderam a R$ 84 bilhões no ano passado, 16% acima do realizado em 2011 (R$ 72,5 bilhões), e que foram concentrados nas atividades de desenvolvimento da produção de petróleo e na construção de novas refinarias, especialmente Abreu e Lima e Comperj. Para 2013, devem ser alocados R$ 97,6 bilhões em projetos e seis novas plataformas devem entrar em operação, contribuindo com o crescimento da produção dos campos de Sapinhoá, Baúna e Piracaba, Lula Nordeste, Papa-Terra e Roncador. Sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Dilma destacou na mensagem ao Congresso que estão previstos investimentos de R$ 126 bilhões, em 2013, oriundos do Orçamento da União e de estatais para iniciativas em diversas áreas. "O Plano Nacional de Banda Larga será remodelado para buscar a universalização da banda larga e tornar o uso da Internet tão popular quanto o rádio ou a televisão". Dilma destacou o avanço do serviço de TV por assinatura, que teve uma expansão no número de assinantes, de 9,84 milhões no final de 2010, para mais de 16 milhões em 2012. "Em 2013, com a entrada em vigor da nova legislação do setor, esse serviço deve crescer ainda mais e, prestado na modalidade a cabo, será de grande valia para fazer avançar a banda larga fixa com maiores velocidades”. Dilma afirmou também que tem buscado a construção de um amplo pacto pela ação coordenada entre as principais economias. "Este pacto deve incluir a necessidade de equilíbrio entre ajustes fiscais e os estímulos necessários para a retomada do crescimento; maior regulamentação do sistema financeiro e o estabelecimento de controles à guerra cambial; e a reforma das instituições financeiras multilaterais para aumentar a participação dos países emergentes, principais responsáveis pelo crescimento da economia mundial”.
  • PIB deve elevar salário mínimo para cerca de R$ 725,00 em 2014: O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,9% em 2012 deve reajustar o salário mínimo em 2014 dos atuais R$678,00 para cerca de R$725,00, segundo o coordenador de relações sindicais do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), José Silvestre. Ele explica que a regra do governo federal estabelece o aumento do salário mínimo com base em dois fatores: a variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do ano anterior e o crescimento do PIB nos últimos 24 meses. O governo federal tem a opção de arredondar o valor previsto. A projeção foi feita com o resultado do PIB definido em 0,9%, e estimativa para a inflação para 2013 em torno de 6%, segundo Silvestre.
  • Boletim Focus reduz estimativa do PIB em 2013 para 3,09%: De acordo com o último Boletim Focus de fevereiro, o Banco Central reduziu a previsão do PIB para 2013, de 3,10% no início do mês, para 3,09% no final do mês. Para 2014, a projeção é de 3,65%.
  • COPOM mantém SELIC em 7,25% na 2ª reunião de 2013: O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central manteve, através de decisão unânime, a SELIC em 7,25% na 2ª reunião do ano, ocorrida em 05 e 06 de março. Foi a 3ª vez seguida que o COPOM não mexeu na taxa básica de juros, depois de uma sequência de dez cortes. A manutenção da SELIC era esperada pela maioria dos economistas. Por meio de nota, a FECOMERCIO-SP (Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) apoiou a decisão. "Com a incerteza dos rumos da inflação, a FECOMERCIO-SP acredita que a atitude do COPOM refletiu o papel que cabe ao Banco Central que é o de defender a estabilidade da moeda. Para a Federação, na ausência de outros mecanismos eficazes para o exercício dessa função, só resta a condução cuidadosa da taxa de juros", informou a entidade. Entretanto, a inflação não está parada, continua se acelerando, e o governo, conforme já destacado há vários meses por este boletim, deveria repensar sua política de juros, aumentando a SELIC, e sinalizando que a prioridade é o controle da inflação. A próxima reunião do Copom está marcada para 16 e 17 de abril.
  • IPCA de fevereiro fica em 0,60%: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial brasileira, apresentou variação de 0,60% em fevereiro e ficou abaixo da taxa de 0,86% registrada em janeiro em 0,26 ponto percentual. Nos dois primeiros meses do ano, a variação situou-se em 1,47%. Considerando os últimos doze meses, o índice foi para 6,31%, acima dos 6,15% relativos aos doze meses encerrados em janeiro. Em fevereiro de 2012, a taxa havia ficado em 0,45%. Os grupos ‘Alimentação e Bebidas’ e ‘Educação’ tiveram os maiores impactos no IPCA (0,35 e 0,24 ponto percentual, respectivamente). Em contrapartida, o grupo ‘Habitação’ registrou deflação em fevereiro, com impaco de -0,35 ponto percentual no IPCA. Apesar do índice ter apresentado inflação menor que a registrada em janeiro, continuam fortes as expectativas de inflação alta para 2013 (bem próxima ao limite superior da meta estipulada pelo governo, de 6,50% ao ano). O governo insiste em não alterar sua política monetária de elevação de juros, e a demora nesta decisão poderá comprometer o próprio crescimento do país no futuro.
  • Inflação medida pelo IGP-M desacelera para 0,29% em fevereiro: O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a chamada ‘inflação do aluguel’, fechou o 2º mês de 2013 em 0,29%, ante elevação de 0,34% ocorrida em janeiro, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A taxa ficou dentro das estimativas de analistas do mercado financeiro consultados pelo AE Projeções, que esperavam variação de 0,27% a 0,45%, com mediana de 0,35%. A variação acumulada em 2013 é de 0,63%, enquanto a taxa acumulada em 12 meses até fevereiro é de 8,29%. Segundo as projeções do Banco Central, em seu último Boletim Focus de fevereiro, o IGP-M deve ficar m 5,16% em 2013. Para 2014, a projeção é de 5,23%.
  • Dilma espera por baixa na inflação para anunciar novas desonerações: Para incentivar a atividade econômica do país, a Presidente da República, Dilma Rousseff, já possui em sua mesa novos pacotes de desonerações. As medidas, que desoneram a cesta básica e a folha de pagamentos de 40 novos setores, entre industriais e prestadores de serviços, podem causar um efeito desfavorável à inflação, na visão da Presidente. O momento econômico atual do país, o qual é chamado por alguns de estag-flação – estagnação do crescimento com inflação elevada– pode estar perto do fim e é a aposta da Presidente. Segundo indicações do próprio Banco Central, uma acomodação do IPCA deve acontecer entre o final do 1º semestre e o início do 2º. Dias após a publicação das contas nacionais, as quais indicaram crescimento de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, Dilma Rousseff afirmou que o Brasil não está sofrendo grandes consequências da crise internacional. Ela se apega às baixas taxas de desemprego e ao crescimento da renda para indicar que a situação econômica ainda é boa.
  • Ministro Mantega afirma que inflação "está sob controle" e deve fechar 2013 em 5,5%: O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a inflação no Brasil está sob controle e que deve desacelerar este ano em relação ao ano passado, mas ficando ainda acima do centro da meta oficial. O Ministro afirmou que a inflação deve encerrar 2013 em torno de 5,5%. A meta de inflação é de 4,5%, podendo variar dois pontos percentuais para mais ou para menos. "A situação inflacionária está sob controle", disse Mantega em teleconferência com repórteres e analistas. A inflação ficou em 5,84% em 2012 e 6,5% em 2011, dois anos em que a economia brasileira teve dificuldades para crescer devido a custos de produção muito altos e fraca demanda externa. Apesar disso, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, alertou que o BC está pronto para aumentar a taxa de juros da atual mínima histórica de 7,25% para controlar a inflação mesmo se a economia não ganhar força. Mantega disse que não vê necessidade de tomar mais medidas no mercado de câmbio, uma vez que o Real ganhou estabilidade nos últimos meses.
  • Dólar fechou fevereiro em R$ 1,9754: O Dólar encerrou o 2º mês do ano ainda abaixo de R$ 2,00. A cotação de 28 de fevereiro foi de R$ 1,9754, ante R$ 1,9843 verificada no início do mês. O Euro fechou fevereiro a R$2,5894, ante R$ 2,6981 verificado no início do mês. Especificamente com relação ao Dólar, a previsão para a taxa de câmbio, feita pelo Banco Central para 2013, conforme o último Boletim Focus de fevereiro, é de R$ 2,00. Para 2014, a taxa de câmbio está estimada em R$ 2,05. Em fevereiro, o Dólar apresentou perda de -0,55%, e no ano, até agora, de -3,32%.
  • Produção industrial cresce 2,5% em janeiro: Em janeiro de 2013, a produção industrial avançou 2,5% em relação ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após registrar queda de 1,3% em novembro e ligeira variação positiva de 0,2% em dezembro. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria apontou expansão de 5,7% em janeiro de 2013, e interrompeu dois meses seguidos de taxas negativas nesse tipo de comparação: -0,8% em novembro e -3,5% em dezembro. A expansão de 2,5% da atividade industrial na passagem de dezembro de 2012 para janeiro de 2013 teve perfil generalizado de crescimento, alcançando todas as categorias de uso e 18 dos 27 ramos pesquisados. Entre as atividades, as principais influências positivas foram registradas por veículos automotores (4,7%), refino de petróleo e produção de álcool (5,2%), máquinas e equipamentos (5,7%), farmacêutica (5,6%) e material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (10,5%). Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de calçados e artigos de couro (13,8%), produtos de metal (3,3%), outros produtos químicos (1,5%), mobiliário (8,5%), metalurgia básica (1,9%) e alimentos (0,8%). Por outro lado, entre as nove atividades que reduziram a produção, os desempenhos de maior importância para a média global foram registrados por indústrias extrativas (-6,6%), fumo (-53,5%) e outros equipamentos de transporte (-4,3%).
  • Inadimplência se mantém em 5,6% em janeiro: O Banco Central anunciou que a inadimplência do crédito manteve-se estável em 5,6% de dezembro do ano passado a janeiro de 2013. Também não houve alteração no nível de calote de pessoas jurídicas no período, que seguiu em 3,7% pelo 3º mês consecutivo. No caso de pessoa física, houve uma leva queda da taxa, que passou de 8,0% em dezembro para 7,9% em janeiro, o mesmo patamar verificado em novembro de 2012. Estes dados fazem parte da nova metodologia para a nota de crédito, que o Banco Central vai adotar e que passa a considerar novas linhas de financiamento, como leasing, desconto em cheque, antecipação de fatura de cartão e cheque especial para Pessoa Jurídica. Pelo formato antigo, divulgado em janeiro, a inadimplência média do crédito livre havia recuado 0,1 ponto percentual em dezembro depois de cinco meses de estabilidade e encerrou 2012 em 5,8%. Para PF, a taxa estava em 7,9% e, para PJ, em 4,0%. A inadimplência no crédito pessoal pela nova metodologia passou de 4,8% em dezembro para 4,7% no mês passado, assim como os calotes no cheque especial, que passaram de 9,1% no último mês de 2012 para 8,2% em janeiro. No caso de aquisições de veículos, no entanto, houve estabilidade da inadimplência de dezembro para janeiro, ficando em 6,4%. Já a aquisição de "outros bens" passou de 10% para 9,9% em janeiro. O Banco Central também passa a informar junto com a nota de crédito a inadimplência no cartão de crédito. Pelo documento, houve baixa do calote nesse segmento de 28,7% para 27,9% de dezembro do ano passado para janeiro de 2013.
  • País cria ‘apenas’ 28,9 mil empregos em janeiro: Segundo os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), referentes a janeiro de 2013, foram criados no Brasil, 28.900 novas vagas de emprego com carteira assinada, o que corresponde a um crescimento de 0,07% em relação ao mês anterior. O resultado veio bem abaixo do projetado pela consultoria LCA, que estimava a criação de 99,3 mil vagas, e do Bradesco, que esperava por 70,5 mil, e indica uma perda de dinamismo do emprego, já apontada em 2012. No mês passado, foram 1,794 milhão de admissões, e 1,765 milhão de desligamentos. Em termos setoriais, os dados mostram que, dos oito setores que participam do levantamento, seis tiveram variação positiva no 1º mês do ano. Destaque para a Indústria da Transformação, com 43,3 mil novos empregos, e para a Construção Civil, com mais de 33,4 mil novos postos. Os dois setores que registraram queda no emprego foram o Comércio, em grande parte, por razão sazonal, e a Agricultura. Vale ainda ressaltar a forte perda de dinamismo do setor de Serviços para o mês em análise, setor este que sempre apresentou ‘peso’ relevante no saldo de criação de empregos no Brasil nos últimos anos.
  • G-20 quer padronizar práticas de câmbio: O comunicado divulgado após o encontro de Ministros das Finanças do G-20 afirma o compromisso do grupo com taxas de câmbio determinadas pelo mercado, flexibilidade de câmbio para refletir fundamentos subjacentes e para evitar a desvalorização das moedas com intuito competitivo. Uma autoridade americana disse que, à medida que o que foi concordado for implementado, o mundo terá cada vez mais um amplo número de países que aderem aos mesmos parâmetros de políticas para o câmbio. Embora o comunicado tenha a intenção de acalmar os mercados, não endereçou todos os fatores subjacentes dos movimentos recentes das taxas de câmbio e não está claro se o grupo conseguirá amenizar a volatilidade das moedas. O grupo diz, por exemplo, que é preciso a adoção da política monetária para alimentar a frágil recuperação econômica global. Há também incerteza sobre se a crise de dívida européia será resolvida e sobre a velocidade com a qual os Estados Unidos recuperarão o crescimento saudável de sua economia. Espera-se ainda que os mercados emergentes cresçam mais rapidamente do que as outras economias por muitos anos. Toda essa dinâmica determinará como os investidores migrarão seus recursos pelo mundo, o que afeta o valor das moedas. Os mercados emergentes estão preocupados com volatilidade e o fluxo de investimentos prejudicais às suas economias, criados pela flexibilização monetária agressiva adotada pelos Estados Unidos e pelo Japão, que considera-se, teve intenção de dinamizar a economia. 

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